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Saúde, Política e Sociedade - O Papel da Farmácia

Por:   •  15/10/2018  •  2.972 Palavras (12 Páginas)  •  324 Visualizações

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Diagnóstico Diferencial

Pode-se realizar o diagnóstico diferencial, que consiste em uma hipótese formulada pelo médico - tendo como base a sintomatologia (sinais e sintomas) apresentada pelo paciente durante o exame clínico - segundo a qual ele restringe o seu diagnóstico a um grupo de possibilidades que, dadas as suas semelhanças com o quadro clínico em questão, não podem deixar de ser elencadas como provável.

O diagnóstico diferencial da Malária é feito com a febre tifóide, febre amarela, leptospirose, hepatite infecciosa, calazar e outros processos febris. Na fase inicial, principalmente na criança, a Malária confunde-se com outras doenças infecciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou bacteriana. No período de febre intermitente, as principais doenças que se confundem com a Malária são as infecções urinárias, tuberculose miliar, salmoneloses septicêmicas, calazar, endocardite bacteriana e as leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia. Algumas delas apresentam anemia e hepatomegalia.

Diagnóstico Laboratorial

Já o diagnóstico laboratorial consiste nos exames os quais o médico faz o pedido, que irá ajudar a fechar o diagnóstico. Ele é realizado mediante demonstração de parasitos, através do método da gota espessa (usado preferencialmente) ou esfregaço ou testes imunocromatográficos (testes rápidos) em áreas de baixa endemicidade ou difícil acesso. Existem ainda os testes de imunodiagnóstico, como a imunofluorescência indireta (IFI), imunoabsorção enzimática (Elisa), aglutinação, precipitação e radiodiagnóstico, não utilizados na prática diária. Dentre os métodos de imunodiagnóstico, o IFI e o Elisa são mais factíveis operacionalmente.

Gota espessa – sua técnica baseia-se na visualização das formas do parasito através de microscopia óptica, após coloração pelo método de Walker ou Giemsa. Permite a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise de sua coloração, morfologia e estágios de desenvolvimento no sangue periférico, devido à sua alta concentração.

Esfregaço – é o método mais utilizado para a identificação das espécies de plasmódios, porém a sensibilidade do diagnóstico é menor que o da gota espessa, em virtude da menor concentração do sangue. A preparação é corada pelos métodos de Giemsa ou Wright.

Imunotestes rápidos – nova metodologia diagnóstica representada pelos testes imunocromatográficos de diagnóstico rápido da Malária. Esses testes são realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal contra antígenos específicos do parasito. Os testes hoje disponíveis discriminam especificamente o P. falciparum e as demais espécies simultaneamente, não sendo capazes, portanto, de diagnosticar a Malária mista. Pela sua praticidade e facilidade de realização, esses métodos têm sido considerados úteis principalmente em situações onde é complicado processar o exame da gota espessa, como áreas de difícil acesso ao serviço de saúde.

Diagnosticar e iniciar o tratamento correto na fase inicial da doença pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Essa medida, além de evitar a evolução da malária para suas formas graves, diminui também a possibilidade de ocorrência de novos casos, se o doente com malária permanecer nas áreas de transmissão.

Em uma área de transmissão é imprescindível saber onde procurar por socorro médico especializado assim que aparecerem os primeiros sintomas. Se sair das áreas de transmissão e vier a apresentar sintomas é igualmente importante informar ao médico que esteve em área de transmissão de malária. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento na rede pública de saúde no Brasil são eficazes e gratuitos.

Políticas Públicas contra Malária no Brasil

Como evidenciado pelos dados epidemiológicos, a malária no Brasil representa um antigo problema de saúde pública que ainda exige grandes esforços para ser controlado. No entanto, o país apresenta uma longa história de combate a malária digna de reconhecimento internacional, sendo premiada, por quatro vezes, pela OMS, com o Malaria Champions of the Americas Award.

Os primeiros progressos contra a doença deram-se com a implantação da Campanha de Erradicação da Malária (CEM), em 1965 com a lei 4709, de 6 de setembro. As principais estratégias desta campanha baseava-se no uso de inseticidas (DDT) para controle do vetor e drogas antimaláricas. Todavia, apesar de terem apresentados resultados positivos, estas táticas não foram bem sucedidas na região Amazônica. Este insucesso ocorreu devido a fatores intrínsecos da região, como: clima favorável à proliferação do mosquito Anopheles, grupos especialmente expostos ao vetor (garimpeiros, madeireiros e agricultores), desenvolvimento de resistência aos antimaláricos, e ausência de infra-estrutura social e de serviços permanentes de saúde.

Em 1980, com as políticas de ocupação na região Amazônica, um grande influxo migracional provocou um aumento considerável na incidência da doença o que levou a adoção de novas estratégias de controle, através da estratificação epidemiológica. Neste momento, não havia mas a CEM e as táticas de controle da malária passaram a ser responsabilidade da Superintendência de Campanhas da Saúde Pública (SUCAM). Desta forma, as medidas implantadas em cada região deveriam estar de acordo com as características epidemiológicas, levando em consideração as limitações sociais, ambientais e econômicas. Contudo, devido a falta de recursos e de apoio logístico insuficiente, os resultados destas medidas ainda não eram satisfatórios.

Sendo assim, em 1986, com o objetivo de reduzir rapidamente os níveis de morbimortalidade dos estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia, que abrigavam 80% dos casos de malária no país, foi realizada a Operação Impacto. A princípio, foram utilizadas as mesmas estratégias de erradicação, no entanto, também foi implantada a mefloquina como droga antimalárica para o tratamento dos doentes, junto com a medida de tratamento coletivo. Este tipo de estratégia aplicava o tratamento para três grupos em três etapas: na primeira, apenas para as pessoas febris e residentes da mesma casa; na segunda apenas para as pessoas febris, e na terceira apenas para pessoas que estivessem com malária comprovada pelo exame de sangue.

Diante de um quadro cada vez mais grave e recursos limitados, o Ministério da Saúde fez um empréstimo com o Banco Mundial/Banco Internacional de Reconstrução

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