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A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA DEMARCAÇÃO DO ESTOMA NO PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO

Por:   •  24/12/2018  •  4.315 Palavras (18 Páginas)  •  464 Visualizações

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Embora todas as fases sejam importantes, merece destaque, a fase pré-operatória, não só por ser o foco do presente artigo, mas principalmente por ser o período em que o paciente se encontra mais vulnerável, tantos nos aspectos fisiológicos quanto psicológicos. Nesta fase, o enfermeiro tem papel crucial no enfrentamento do procedimento, uma vez que tem a oportunidade de conhecer o paciente, levantar problemas e necessidades, fornecer informações, entre outros. (FIGUEIREDO et al 2009).

Esse tipo de assistência oferece os subsídios para o planejamento das ações de intervenção, de forma individualizada e com mais qualidade. É o período onde a enfermagem, além de diminuir a angústia e capacitar o indivíduo a atravessar o difícil momento da cirurgia em condições toleráveis de ansiedade, facilitará a assistência nas demais fases do processo cirúrgico (COSTA, SILVA & LIMA 2010).

É de grande importância que a visita do pré-operatório para cirurgia de estomia seja realizada pelo enfermeiro estomaterapeuta. Essa visita gera benefícios tanto para o cliente que irá se submeter à cirurgia quanto para a família. Nela, investigam-se os níveis de conhecimento do paciente e família acerca do diagnóstico e tratamento (SILVA et al 2014).

Um ponto de destaque na visita pré-operatória é a demarcação do estoma que irá prevenir futuras complicações. Assim sendo, o planejamento pré-operatório do local do estoma é fundamental para o sucesso da reabilitação. A demarcação deve ser realizada até 24 horas antes da cirurgia, atendendo as necessidades e particularidades de cada paciente evitando problemas no pós-operatório como as dermatites periestomais, herniações, dificuldade na adesão e fixação de dispositivos de coleta (SILVA et al 2014).

As inúmeras complicações estomais e paraestomais surgem da precária localização do estoma. Escolher o local na sala de cirurgia antes da intervenção, e sem uma avaliação prévia não resulta em boas escolhas de localização do estoma (MEIRELLES & FERRAZ 2011).

Apontam-se seis fatores básicos a serem avaliados na escolha do local do estoma: a região do abdome e tipo de cirurgia proposta, localização do músculo reto-abdominal, superfície de aderência do abdome, visibilidade do local, distância adequada de áreas críticas e presença de próteses ou aparelhos ortopédicos. A demarcação do estoma intestinal deve ser feita no músculo reto abdominal (MEIRELLES & FERRAZ 2011).

A localização adequada do estoma constitui-se provavelmente no fator mais importante para o paciente, assegurando o uso do dispositivo com segurança e o retorno mais precoce a vida normal. A reabilitação é um dos principais objetivos da Terapia Enterostomal, assim o local do estoma deve ser selecionado cuidadosamente no pré-operatório, levando em consideração as atividades do paciente, limitações físicas e sua constituição anatômica (MEIRELLES & FERRAZ 2011).

Dessa maneira, o presente artigo tem como escopo, que os profissionais da saúde em geral, mas principalmente o enfermeiro, entenda, que diante da complexidade da situação, há uma grande necessidade da atuação de uma equipe multiprofissional, com conhecimento apropriado em estomias.

Objetiva-se ainda, que os pacientes submetidos a estomias, possam adaptar-se a bolsa e melhorem a qualidade de vida, a partir do momento que o médicos e enfermeiros entendam que um estoma bem demarcado e confeccionado diminui drasticamente complicações no pós-operatório, facilitando o autocuidado e auxiliando nos aspectos psicossociais

A pesquisa foi realizada através de uma revisão integrativa da literatura, a qual permite gerar uma fonte de conhecimento atual sobre determinado problema, sistematizando o conhecimento científico a partir da síntese e análise do conhecimento atual já produzido sobre o tema que se pretende investigar, seguindo um padrão metodológico (BOTELHO, CUNHA & MACEDO 2011).

Para a construção deste estudo utilizou-se as seguintes etapas: Definição do tema, identificação do problema de pesquisa ou questão norteadora, estabelecimento do objetivo, busca pelos descritores, estratégia de busca pra seleção da amostragem (critérios de inclusão ou exclusão), seleção das bases de dados, definição das informações a serem obtidas a partir dos estudos selecionados, categorização destes por meio de um instrumento adaptado para extração das informações dos estudos, seguido da análise crítica dos estudos, discussão e interpretação dos resultados e síntese do conhecimento (MENDES, SILVEIRA & GALVÃO 2007).

Para esta pesquisa específica, o tema abordado foi “A importância da atuação do enfermeiro na demarcação do estoma no pré-operatório mediato”. Posteriormente deu-se início à etapa de estratégia de busca nas bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), EBSCOhost e Dyna Med Plus. Foram priorizados os artigos nacionais para descrever a problemática proposta.

O período dos últimos 10 (dez) anos (2007 a 2016) de publicação dos artigos foi estabelecido para o recorte temporal deste trabalho.

Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes descritores em saúde: estomia.

Nesta perspectiva, dos 50 (cinquenta) artigos encontrados inicialmente, apenas 20 (vinte) obedeciam aos critérios de inclusão para esta pesquisa, ou seja, estavam inseridos no recorte temporal, possuíam a temática da importância da atuação do enfermeiro na demarcação do estoma no pré-operatório mediato.

Estomia: Definição e História

Estoma ou estomia é um termo derivado do grego “stoma”, que significa boca, abertura. Do ponto de vista cirúrgico, refere-se a uma condição orgânica, resultante de uma intervenção cirúrgica com o objetivo de reestabelecer a comunicação entre uma víscera ou órgão oco com o meio externo, compensando seu funcionamento afetado por alguma patologia, ou qualquer situação que venha a interferir na fisiologia desses órgãos (BRASIL, 2015).

Alterações do funcionamento do aparelho urinário ou intestinal podem resultar na criação de uma estomia devido à necessidade de desviar o trânsito normal das eliminações fisiológicas. Entre as mais frequentes para a realização de estomias estão os traumatismos, as doenças congênitas, as doenças inflamatórias, os tumores e o câncer do intestino (CAETANO et al 2013).

A história da estomia remota aos tempos bíblicos na qual Praxógoras de Kos (em 350 aC) teria realizado uma estomia através

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