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Os benefícios do treinamento de força com idosos

Por:   •  6/4/2018  •  7.663 Palavras (31 Páginas)  •  262 Visualizações

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Idade e sexo afetam a força e a potencia muscular, com a magnitude de cada efeito sendo influenciada pelo grupo muscular estudado e pelo tipo de contração muscular. Algumas tendências gerais na força e na potência muscular de adultos crescentes podem ser assim resumidas: homens e mulheres alcançam seus níveis de força mais altos entre os 20 e 40 anos, período esse no qual a área muscular em corte transversal é maior. Daí em diante a força concêntrica na maioria dos grupos musculares declina, lentamente no inicio e mais rapidamente após a meia idade (MACARDLE et al 2003).

A perda acelerada de força coincide com a perda de peso e o aumento de doenças crônicas, tais como acidente vascular cerebral, diabetes, artrite e DCC. A capacidade de geração de potencia declina com maior rapidez que a capacidade de gerar força máxima. Os declínios de força excêntrica começam numa idade mais avançada e progridem mais lentamente que aqueles de força concêntrica. A perda de força começa numa idade mais avançada para mulheres que para os homens. A força dos braços (p.ex: torque máximo por unidade de massa muscular) se deteriora mais lentamente que a força das pernas para homens e mulheres. A perda de força entre os idosos se relaciona diretamente à sua mobilidade limitada e ao estado de aptidão assim como ao potencial para uma maior incidência de acidentes devido à fraqueza muscular, à fadiga e ao equilíbrio precário (MACARDLE et al , 2003).

Em adição ao decréscimo de força muscular, um decréscimo na capacidade dos músculos de exercerem força rapidamente (desenvolvimento de potencia), especialmente em movimentos explosivos, e também na velocidade de relaxamento ocorre com a idade (HAKKINEM et al ,1997; PAASUKE et al, 2000). Isso se deve, provavelmente, à atrofia dos músculos, resultando em perda de massa muscular e decréscimos na taxa de ativação voluntária.

Contudo outros fatores relacionados a qualidade dos músculos podem afetar a potencia. As miosinas de cadeia pesada (MHC) mudam para tipos mais lentos com o envelhecimento, o que poderia afetar a velocidade do ciclo de pontes cruzadas de actina e miosina durante ações musculares (SUGIURA et al, 1992). O treinamento de força em idosos (65 anos de idade), contudo, produz mudança similar na transformação de MHC (MHC II B para MHC II A), assim como em indivíduos mais jovens (SHARMAN et al, 2001). Também sabe-se que há algum tempo que a atividade da miosina ATPase diminui com a idade (SYROVE e GUTMANN, 1970). A perda de fibras musculares do tipo II com o envelhecimento também implica perda de proteínas MHC rápidas (Fry et al, 1994).

Tanto a perda de quantidade quanto a de qualidade das proteínas nas unidades contrateis do músculo fornecem uma base bioquímica estrutural para a diminuição da força e da potencia com o envelhecimento (KRAEMER et al, 2004).

Na teoria do treinamento de força para um entendimento simples seguem aqui uma abordagem de mecanismos e estrutura fisiológica: Pode-se definir força dentro de uma visão voltada à aptidão física como a capacidade de gerar tensão nos músculos esqueléticos. Sua relação com a contração muscular depende da quantidade de proteína contrátil nas fibras musculares e capacidade de recrutamento de unidades motoras, do ponto de vista físico força é o produto da massa X aceleração medida em N (Newtons) (GHORAYEB, 2004).

Com a musculação (exercícios resistidos) é a prática de atividade física realizada contra uma resistência, comprovado cientificamente como mais eficiente para aumentar capacidade contrátil e volume muscular esquelético. Os exercícios resistidos são realizados em sistemas de séries (seqüência ininterrupta) e repetições (numero de vezes), esta resistência é gerada por mecanismos hidráulicos, molas, elásticos e principalmente por pesos em forma de anilhas, placas e halteres (GHORAYEB, 2004). Portanto através da prática da musculação se busca facilitar a vida das pessoas, fazendo com que atinjam seus objetivos em nível de estética e saúde de uma forma rápida e segura, ao mesmo tempo combatendo as doenças degenerativas que geralmente aparecem na terceira idade.

Os exercícios resistidos geralmente são isotônicos; ou seja, apresentam alternância de contrações concêntricas e excêntricas. Nas contrações concêntricas a força gerada pela contração muscular é maior que a resistência oposta ao movimento o que determina o encurtamento do músculo. Na excêntrica a força muscular é maior que a carga ocorrendo então o alongamento do músculo apesar da contração (GHORAYEB, 2004).

Na formação estrutural indivíduos comuns apresentam em torno de 40 % de músculos esqueléticos sobre o peso corporal total, na constituição muscular cada músculo é recoberto pelo epimísio (camada envolvente do tecido conjuntivo) o músculo é subdividido em feixes de fibras envolvidas pelo perimisio e recoberto pelo endomísio (envolucro de cada fibra) ou célula muscular (GHORAYEB, 2004).

As fibras musculares podem ser constituídas por até 80% de miofibrilas e são formados por miofilamentos de dois tipos: miofilamentos grossos ou miosina que é subdividido em meromiosina leve e pesada e os mio filamentos finos que são denominados de actina. (Chieza, 2004).

Estas fibras fazem parte do mecanismo de contração muscular na execução de exercícios resistidos. As fibras musculares estão divididas em fibras de contração rápida (FTF) e fibras de contração lenta (STF). Segundo Tubino (1993) as fibras lentas vermelhas ou aeróbicas têm a sua estrutura funcional especial para trabalhos de longa duração e aumentam sua capacidade oxidativa com o treinamento aeróbico. Fibras rápidas não oxidativas (brancas) anaeróbias de oxidação baixa tem sua estrutura funcional favorável para trabalhos intensos e de curta duração. As fibras rápidas oxidativas ou intermediarias de oxidação alta são mais solicitadas em trabalhos de duração média.

Tabela 1: Fibras de contração rápida X contração lenta.

Contração rápida (cr)

Contração lenta (cl)

Branca tipo II anaerobia

Vermelha tipo I aeróbia

Fadiga rápida

Fadiga lenta

Célula nervosa maior - inerva de 300 a mais de 500 fibras musculares

Célula nervosa menor inerva apenas de 10 a 180 fibras musculares

Desenvolve

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