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A PRÁTICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESCOLAS SEM INFRAESTURUTURA ADEQUADA: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO

Por:   •  23/10/2018  •  3.564 Palavras (15 Páginas)  •  260 Visualizações

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Tanto os aspectos teóricos quanto os aspectos práticos da disciplina de Educação Física são importantes e potenciais de serem desenvolvidos em sala de aula mesmo em escolas sem infraestrutura adequada. Cabe ao docente na fase de planejamento e seleção dos conteúdos que serão ministrados durante o ano, ou semestre letivo fazer a opção por conteúdos que além de serem relevantes para a formação do aluno enquanto ser social, também estejam consistentemente ligados à própria realidade da escola na qual este aluno encontra-se inserido. Desta forma o docente poderá visualizar com devida antecedência as possibilidades de trabalho nas aulas práticas de cada conteúdo, levando em conta que tipos de espaços físicos ele terá disponível, tanto dentro, quanto fora da escola, o número de alunos por turma, a possibilidade e/ou necessidade de dividir as turmas, dentre outras. Nesse contexto, planejamento é a palavra-chave.

O relato da prática de estágio na forma como se deu e a escolha do tema de trabalho deveu-se a vivência deste autor enquanto estudante da Educação Básica em escolas sem infraestrutura adequadas para o desenvolvimento de aulas práticas de Educação Física nas quais a maioria dos professores optavam apenas por ministrarem aulas teóricas - realidade ainda contemporânea.

A experiência no Estágio Supervisionado foi desafiadora pela ludicidade no planejamento e na aplicação das aulas contemplando o movimento do corpo através das atividades rítmicas e expressivas, trabalhando com a dança em sala de aula. Onde através desta, os alunos conseguiram conhecer e experimentar outras formas de desenvolvimento corporal, sendo de extrema importância essas vivencias para o desenvolvimento social, físico e psicológico.

A educação física na escola

A Educação Física Escolar é componente curricular obrigatório da educação básica (BRASIL, 1996), tendo como tarefa garantir aos educandos o acesso às práticas da cultura corporal, contribuindo para uma ressignificação delas e oferecendo instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las de forma crítica (BRASIL, 1997b).

Na concepção do Coletivo de autores (1992), a Educação Física é uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporal como jogos, esportes, danças, ginásticas, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Com isso, acredita-se que para poder obter um melhor aproveitamento educacional, a escola necessita de infraestrutura adequada, isso poderá empolgar e mudar completamente o desenvolvimento do educando, fazendo-o que tenha bem mais interesse nas aulas e cada vez mais vontade de aprender.

Assim, Santin (1987), afirma que:

A Educação Física nem sempre foi considerada de capital importância, nem mesmo por alguns de seus profissionais, porque não é posta como uma real educação humana, mas apenas como suporte para atividades esportivas, acabou sendo uma disciplina dispensável (SANTIN, 1987, p. 46).

Como enfatiza Santin (1987), as práticas esportivas são os conteúdos mais vistos dentro da disciplina de educação física na escola, com esses os professores utilizam as aulas como verdadeiros treinos esportivos, transformando alunos em maquinas de alto rendimento para obter bons resultados em competições dentro e entre escolas. Quando não existe a possibilidade para se praticar os tais, muitos professores optam apenas por aulas teóricas, tornando-as desinteressantes, fazendo com que os educandos fiquem desestimulados a participarem das mesmas. Por isso, quando não houver o espaço adequado, o professor deve procurar planejar e executar aulas dentro dos conteúdos específicos da educação física, mas com temas que não envolvam um espaço amplo para o seu desenvolver.

A infraestrutura da escola

De acordo com Barros (2001), entende por infraestrutura adequada da escola, a disponibilidade de salas de aula com espaço e luminosidade suficientes, devidamente arejadas, isoladas de barulho, com mobiliário apropriado e com acesso a serviços básicos de água, esgoto e eletricidade. No entanto, Beltrame & Moura (2011) afirmam que no Brasil apesar da educação ter evoluído bastante nas últimas décadas, vários estudos apontam que o efeito de melhorias na infraestrutura pode ser substancial. Muitas das escolas de rede pública ainda não têm se quer uma quadra poli esportiva, impossibilitando o professor de planejar aulas de iniciação esportiva. Com isso, BELTRAME & MOURA (2011), relatam que:

O espaço escolar é fundamental para a formação do ser humano devendo ser elemento de atenção na relação dinâmica entre usuário e o ambiente, precisa estar em constante movimento de reestruturação, portanto, as questões pertinentes à interação entre espaço físico, atividades pedagógicas, comportamento humano devem ser consideradas prioritárias no processo de elaboração do projeto (BELTRAME & MOURA, 2011 p. 4).

Sabendo que um bom espaço escolar é de extrema importância para aulas de educação física, com a sua ausência, o professor tem muitas dificuldades para poder planejar aulas que possam abrangem conteúdos de acordo com os PCNs da disciplina. Onde na grande maioria os esportes coletivos não poderão ser vistos da maneira correta, já que a escola não possui espaço adequado para a vivência dos mesmos. Sendo esses, uma ótima ferramenta a se trabalhar em sala de aula, pois, sua forma coletiva também pode ser aplicada em outras disciplinas, melhorando a comunicação e desempenho nos trabalhos em grupo. Desta forma, não existe a possibilidade de se trabalhar com todos os conteúdos da educação física em suas três dimensões.

O papel do professor de educação física na escola

Hurtado & Melcherts (1988), afirmam que a Educação Física possui inúmeras faces e vários objetivos as quais, de forma direta e indireta, influenciam a formação do indivíduo. Neste caso, o papel do professor vai do desenvolvimento físico e cognitivo a formação cultural e social.

Barros & Barros (1972), afirmam que o educador deve levar aos seus alunos atividades que permitam uma movimentação variada e exploradora do corpo e do próprio ambiente em que estão situados. Sempre adequados ao grau de desenvolvimento em cada etapa da vida escolar e faixa etária dando-lhes plena liberdade e espontaneidade de movimentar-se. Tais atividades podem ser vistas/vivenciadas dentro da própria sala de aula, sem necessitar espaço maior, cabendo o professor trabalhar

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