EDUCAÇÃO NA PRÉ-ESCOLA: PRÁTICAS DOCENTES E O ENSINO DAS LINGUAGENS NO CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: eduardamaia17 • 20/12/2017 • 2.384 Palavras (10 Páginas) • 626 Visualizações
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“Para aprender a desenhar, é preciso desenhar muito, sempre! A constância no fazer é que vai consolidar novas aquisições nas formas da produção gráfica. Com diferentes materiais, em diferentes suportes, com tamanhos diversos. A cada material, tamanho de papel, por exemplo, será acionada uma nova experiência, colocando novas perguntas, propostas de exploração, busca de respostas e soluções para essa produção” (OSTETTO, 2011, p. 12).
Perceber que o ambiente escolar é um lugar de complexas formas de linguagens e que elas são utilizadas o tempo inteiro por docentes e discentes. Assim, confirmamos as palavras de Garanhani e Nadolny (2011), que dizem que a escola de tenra idade, ao propor diversas atividades é capaz de realizar a "mediação entre a criança e o conhecimento culturalmente desenvolvido" através de/e com "diferentes formas de linguagens: oral, corporal, musical, gráfico-pictórica e plástica".
No entanto, apesar de múltiplas formas de linguagens serem desenvolvidas na escola, Costa (2007), aponta que a roda de conversa é um momento comum e muito praticado à rotina de diversas instituições de Educação Infantil.
Nesse sentido, autores estudados, concordam e citam que este tem sido hoje um dos principais meios que norteiam a organização do trabalho pedagógico e o desenvolvimento das crianças nas escolas. É também de comum acordo que, a oralidade está interligada com outras formas de comunicação e vice-versa, fazendo com que uma determinada forma de comunicação auxilie no desenvolvimento de outros tipos de linguagens.
Sendo assim, Garanhani e Nadolny (2011), afirmam que os diferentes tipos de linguagem desenvolvidos nesse ambiente "são elementos articuladores que favorecem o desenvolvimento infantil e a apropriação de conhecimentos." Tornando o professor em educador mediador dos pequerruchos com o mundo.
Deste modo, entende-se que, quanto mais preparado o professor for, quanto mais amplo for o seu entendimento sobre essas formas de linguagens e como se apropriar delas para um melhor ensino de qualidade, mais satisfatórios serão os resultados obtidos pelos mesmos.
Pretende-se discutir nesse artigo, as formas de linguagem encontradas no CMEl "Marília Rezende Scarton Coutinho"; como aconteceram; pontos positivos e negativos; atividades desenvolvidas e dialogar com os autores estudados durante a disciplina de Estagio Supervisionado, na busca de soluções para os problemas percebidos, visando contribuir para o conhecimento daqueles que pretendem se aventurar nos maravilhosos caminhos da educação.
AS LINGUAGENS DO CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL "MARÍLIA REZENDE SCARTON COUTINHO"
Algumas vezes, quando falamos em linguagem na educação infantil, as primeiras associações que fazemos estão diretamente ligadas com a linguagem oral e a linguagem escrita. É provável, que essa associação tenha ligação com o fato de serem esses duas formas, as mais utilizadas e mais exploradas nas escolas de ensino regular atualmente.
Trata-se de formas de linguagem indispensáveis para o ensino e o desenvolvimento infantil. No entanto, as escolas/professoras/pedagogos têm priorizado ambas formas de linguagem na educação das crianças e deixado de apropriar-se de outras que podem garantir novas vivências e experiências, ampliando os meios para garantir melhor apropriação dos conhecimentos.
Diante desse quadro, muitos atores no âmbito escolar estão buscando discutir, utilizar e superar essa complexidade linguística que pode e deve estar presente nas escolas para subsidiar o ensino qualitativamente. Durante o estágio observamos que, mesmo apresentando algumas lacunas, o Centro Municipal de Educação Infantil "Marília Rezende Scarton Coutinho" está buscando utilizar formas de linguagem além da oral e da escrita.
Foram vários os momentos em que as crianças vivenciaram diferentes formas de linguagens. Embora, vale frisar que algumas linguagens apareceram mais que as outras, as mais abordadas foram: a linguagem oral e escrita, linguagem corporal/ movimento; linguagem artística, musical e a linguagem visual.
Durante os dias de observação, podemos notar que a linguagem oral e escrita é a mais incentivada pelas professoras. Uma vez que, são feitas rodas de conversas e leituras, leituras em grupos, conto de histórias desenhos livres e pinturas.
A linguagem corporal foi notada em muitos momentos durante a observação mesmo nos momentos em que não tem alguém instruindo o que fazer, é notável que eles trazem consigo uma riqueza de movimentos apreendidos fora da escola: na formação da fila, na Educação Física, no recreio e vários outros momentos.
“Ao ingres sar na escola, independente da idade em que se encontra, a criança traz consigo conhecimen tos sobre sua movimentação corporal, apropriados e construídos nos diferentes espaços e relações em que vive. A educação escolar deve sistematizar e ampliar esses conhecimentos, não se esquecendo das características e necessidades de cuidado/educação corporais que cada idade apresenta” (GARANHANI e NADOLNY p. 70, 2011).
No entanto, essa riqueza corporal poderia ser mais bem explorada, se fosse trabalhada de forma articulada com elementos das demais formas linguística como defendem os mesmos autores.
Há ainda uma contradição dos objetivos propostos com o que é ensinado, pois ao mesmo tempo em que se propõe desenvolver autonomia através da corporeidade, já se tem modelos prontos e formas de organização definidos pelo educador, como os momentos da fila e do parque, onde é proibido qualquer movimento jugado perigoso para os professores.
O movimento deve ser repensado e proposto de forma interativa e lúdica, pois entendemos assim como Garanhani e Nadolny (2011) que é através dele, que as crianças de senvolvem "a capacidade de realizar ações conjuntas com outras crianças, de expressar ideias e opiniões, controlar e ajustar o próprio comportamento com o das demais crianças".
Apontamos o momento da higienização como exemplo dessa fala, pois tudo acontece de forma bem lúdica, eles levam bem a sério o momento da higienização, certamente por encontrar significado além dos muros escolares.
Outras duas linguagens presentes no âmbito observado, foram a linguagem visual e artística. Estas chamaram muito atenção por se apresentarem quase sempre interligadas. Em todo o espaço do centro educacional encontram-se cartazes com figuras presentes na cultura infantil, muito importante para tornar significante a mensagem
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