A EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO ESCOLAR
Por: Jose.Nascimento • 14/6/2018 • 1.615 Palavras (7 Páginas) • 423 Visualizações
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criação, conscientização e desenvolvimento de potencialidades que visem o aprimoramento e a inclusão dos indivíduos na sociedade. Desse modo, para se compreender qual é realmente o papel da educação física no ambiente escolar, observa-se a afirmação de Rondinelli quando diz que a “Educação Física remete à ideia de educar o físico". Mas o que isso significa? Fortalecer a musculatura? Praticar esportes? Adquirir postura?
Bem, a Educação Física no âmbito da educação, nasceu como uma disciplina cujo objetivo era disciplinar os indivíduos a partir dos seus corpos, ou seja, a Educação Física está historicamente atrelada a um método de dominação do indivíduo. Sabe-se que dar uma definição precisa para a mesma não é tarefa fácil, pois, no âmbito acadêmico, existem diferentes concepções e enfoques relacionados com o termo.
Contudo, se de um modo geral a educação física pode ser compreendida como uma atividade que educa o corpo, na escola ela pode ser compreendida como uma atividade educativa, recreativa, social, competitiva e/ou terapêutica que visa o desenvolvimento pleno dos sujeitos.
Assim sendo, há uma preocupação na busca por educadores com formação especifica em educação física hoje nas escolas, essa preocupação se dá em virtude da necessidade de poder desenvolver aulas com qualidade, onde as práticas pedagógicas possam ser inseridas e praticadas por todos sem distinção.
Infelizmente ainda têm muitos de outras áreas que acreditam que as aulas de educação física se resumem apenas a brincadeiras e jogos, ou seja, a bola é o principal elemento nestas aulas que servem apenas para lazer, mas a realidade é outra e esta deve ser considerada para que esta disciplina tenha seu valor, ou seja, sua contribuição na formação do sujeito reconhecida.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s, um dos objetivos do ensino fundamental, dentre tantos outros elencados neste é que, os alunos sejam capazes de compreender a cidadania, adotar atitudes solidárias, cooperar, respeitar o outro e a si mesmo, ser um sujeito crítico, capaz de adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência, bem como contribuir para a melhoria do meio ambiente; buscando em si mesmo capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir no exercício da cidadania, valorizar hábitos saudáveis (BRASIL, 1997).
Desse modo, observa-se que a própria legislação, vem desde a década de 70 apontando a necessidade de um compromisso com a melhoria do desempenho físico e a descoberta de talentos esportivos. A Lei nº 6.251 de 1975 foi substituída pela constituição de 1988 e em 1996 surgiu a LDB – Lei nº 9.394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que propõe que a Educação Física seja parte integrante da proposta pedagógica da escola.
Assim sendo, compreende-se então que a Educação física tem finalidades não apenas de recreação, mas de contribuir com o desenvolvimento do indivíduo como cidadão capaz de saber lidar com seus problemas e participar como cidadão ativo e apto a cumprir seus deveres e exigir seus direitos.
Por muitos anos a Educação Física foi voltada somente para a prática, não fazia parte do currículo escolar. Segundo Castellani (2007):
A educação Física escolar contemporânea trabalha com várias práticas culturais e corporais, trazendo para dentro da escola a cultura inserida no seu próprio bairro, onde a dança, a capoeira, as lutas as ginásticas de um modo geral fazem parte desse currículo, podendo muitas crianças expressar seus talentos e curiosidades a respeito de várias práticas culturais que não conhecem. Sendo assim o conteúdo programado da Educação Física pela proposta pedagógica escolar trás benefício para a escola quando cuidadosamente atende as necessidades de todos os alunos e se relaciona com a cultura corporal de movimento, pois o corpo e a prática expressa à sociedade que está inserida. Uma escola que pensa junto em que tipo de cidadão ela quer formar que tipo de construção ela almeja, trabalha na interdisciplinaridade onde a Educação Física pode contribuir junto das outras disciplinas para as dimensões afetivas, cognitivas, psicossociais e sócios culturais dos alunos.
Observa-se então que, todo aluno ao chegar à escola traz consigo sua experiência pessoal uma série de conhecimentos relativos ao corpo, ao movimento e à cultura corporal. E, a partir daí a escola deve buscar formas de promover a ampliação desses conhecimentos, permitindo sua utilização em situações sociais.
Nesse sentido, o educador físico enquanto profissional da educação, ou seja, professor deve atuar como mediador de saberes criando situações que coloquem esses conhecimentos em foco, ou seja, crie situações onde a criança precise comparar o que sabe e, a partir daí, construir um novo saber.
A criança reage corporalmente aos estímulos exteriores, adotando posturas ou expressões; isto é, atitudes, de acordo com as sensações experimentadas em cada situação. É como se a excitação provocada se espalhasse pelo corpo, imprimindo-lhe determinada forma e consistência e resultando numa impregnação perceptiva, por meio da qual a criança vai tomando consciência das realidades externas. [...] O gesto precede a palavra. [...] A imitação é uma forma de atividade que revela, de maneira incontestável, as origens motoras do ato mental. (GALVÃO, 1995 p.72)
É importante lembrar que a principal função das aulas de Educação Física é propiciar aos sujeitos condições de saúde e melhor qualidade de vida. Porém, fica evidente que, uma vez que a aprendizagem esteja vinculada a prática corporal, o aluno precisa ser observado em todos os aspectos, cognitivo, afetivo e corporal, isto em todas as ações praticadas por ele
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