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O Poder da política Internacional

Por:   •  24/4/2018  •  2.691 Palavras (11 Páginas)  •  282 Visualizações

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Separação entre economia e política: Os economistas clássicos conceberam uma ordem econômica natural com leis próprias, independente da política, e funcionando para o maior lucro de todos quando a autoridade política interferisse o mínimo possível em sua operação automática (laisser-faire - o mercado deve funcionar livremente, sem interferência, apenas com regulamentos suficientes para proteger os direitos de propriedade). O sistema político, que era a esfera do governo, ocupava-se da manutenção da lei e da ordem e do provimento de certos serviços essenciais. Economia e política marcharam de mãos dadas para o mesmo objetivo. “Auferir vantagens econômicas da força política, e transformar cada ganho econômico em poder político”. Inutilizar o sistema econômico de uma potência inimiga tornou-se um objetivo de guerra tanto quanto derrotar seus exércitos e frotas. A ciência da economia pressupõe uma dada ordem política, e não pode ser proveitosamente estudada, isolada da política.

Algumas falácias da separação entre economia e política: Tentativas de resolver problemas internacionais através da aplicação de princípios econômicos divorciados da política estão fadadas à esterilidade. Na eventualidade da aplicação de sanções, seriam necessárias "forças armadas para proteger os Membros da Liga". “O poder econômico é impotente se a mão armada não estiver pronta para sustentá-lo”. O poder é indivisível e as armas militares e econômicas são meramente diferentes instrumentos do poder. Tendo dividido os Estados existentes entre os que buscam "bem-estar" e os que buscam "poder", os Estados do bem-estar, de forma geral, gozam uma preponderância de poder e recursos sobre os Estados do poder, levando-nos, portanto, infalivelmente à conclusão correta de que os " Estados do bem-estar" são Estados que, já gozando de preponderância de poder, não estão primordialmente preocupados em aumentá-lo; e os "Estados do poder" são Estados que, sendo inferiores em poder, estão primordialmente preocupados em aumentá-lo, e devotam a maior parte de seus recursos a este fim. O contraste não é entre "força" e "bem-estar", e ainda menos entre "política" e "economia", mas entre diferentes graus de poder. Na busca do poder, instrumentos militares e econômicos serão ambos utilizados.

Autarquia: Autarquia ou autossuficiência, era um dos objetivos da política mercantilista e os estados com efeito a buscaram desde as épocas mais remotas. A autarquia não é, contudo, apenas uma necessidade social mas ainda um instrumento de poder político. É, primeiramente, uma forma de estar preparado para a guerra. “Quando os suprimentos internos não eram possíveis, o controle e a abertura de rotas de suprimentos ultramarinos tornava-se um objetivo primordial. Internacionalmente, nas vitórias obtidas nas guerras o importante papel desempenhado pelos bloqueios tornou inevitável a proeminência de "sanções econômicas" na constituição da Liga das Nações. Estava claro que o bloqueio deveria ser aplicado mais vigorosamente do que nunca numa nova guerra e a autarquia se desenvolveu como um armamento defensivo natural contra o instrumento do bloqueio”. A autarquia, como outros elementos do poder, é cara. Pode custar a um pais tão caro tornar-se auto-suficiente em algum bem importante quanto construir um navio de guerra. O gasto pode revelar-se demasiado, e a aquisição não valer o custo. Mas negar que a autarquia é um elemento do poder e, como tal, desejável, é confundir a questão.

O poder econômico como instrumento da política: O segundo emprego da arma econômica como um instrumento da política nacional, ou seja, sua utilização para adquirir poder e influência no exterior, pode ser dada por:

a) exportação de capital: exportação de capital tem sido, nos tempos recentes, uma prática normal dos estados poderosos. A supremacia política da Grã-Bretanha, durante o século dezenove, estava associada intimamente à posição de Londres como centro financeiro do mundo;

b) controle de mercados estrangeiros: A luta por mercados foi o aspecto mais característico da guerra econômica do período entre as duas guerras mundiais. Seria errôneo atribuir exclusivamente a rivalidades políticas a intensa pressão para exportar que se manifestou por toda parte. O método atual mais característico de aquisição de mercados, e do poder político que vem com eles, é, contudo, o acordo de comércio recíproco que é um retorno ao sistema de escambo ligeiramente disfarçado.

O poder econômico e a moral internacional: A substituição da arma militar pela arma econômica (que Marx chamou de substituição de canhões por capital) é um sintoma não tanto de moral superior como de força superior. “Quando a guerra acabar, e começar a reconstrução da China, esta reconstrução possivelmente não poderá ocorrer sem algum auxílio nosso”. O emprego da arma econômica é menos imoral do que a utilização da arma militar. Isto pode não ser sempre verdade. O bloqueio, em tempo de guerra, pode causar tanto sofrimento quanto uma série de ataques aéreos. Não se pode duvidar, razoavelmente, que uma forma de controle econômico (como a dos Estados Unidos na América Central) que preserve uma relativa independência política seja mais aceitável para as nações subordinadas e, deste modo, menos imoral, do que o controle direto. O poder, que é um elemento de toda a ação política, é uno e indivisível. Utiliza armas econômicas e militares para os mesmos fins. Aquele que é forte tenderá a preferir a arma menor e mais "civilizada", porque esta, geralmente, será suficiente para a realização de seus propósitos e enquanto ela for suficiente, ele não será tentado a recorrer à arma militar, mais destruidora. Mas o poder econômico não pode ser isolado do poder militar, nem o militar do econômico. Ambos são partes integrantes do poder político; e, a longo prazo, um não pode sobreviver sem o outro.

PODER SOBRE OPINIÃO: poder sobre a opinião é a terceira forma de poder. Os três elementos essenciais do poder político são os armamentos, o poder econômico e os homens. O poder sobre a opinião é, portanto, não menos essencial aos objetivos políticos do que o poder econômico ou militar, e tem estado sempre associado a eles. A arte da persuasão sempre se constituiu numa parte necessária da bagagem de um líder político.

A propaganda no mundo moderno: A moderna arma da propaganda é feita para as massas. As democracias sustentam que seguem a opinião das massas e os Estados totalitários estabelecem um padrão e forçam adaptação de todos a ele.

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