As Políticas sociais no mundo contemporâneo

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Apesar de o documentário não tratar sobre o sistema de saúde brasileiro, podemos notar que até mesmo o SUS, sistema de saúde público do Brasil, é muito mais avançado se comparado ao modelo norte-americano de saúde, que nem um sistema público de saúde possui. Dessa maneira, o SUS, apesar de seus problemas, possui como princípios a Universalidade, ou seja, saúde como direito de todos e dever do Estado, a Equidade (Justiça Social) e a Integralidade (engloba todos os níveis de complexidade de assistência à saúde; ações de promoção, proteção e recuperação).

Do outro lado, porém, comparado com os outros modelos de saúde apresentados, o SUS mostra-se falho, pois apesar de ter estes princípios assegurados pela própria Constituição brasileira vigente, sabemos que as coisas não funcionam muito bem à risca pela falta de investimento na saúde pública. Constitucionalmente, os planos de saúde deveriam apresentar um caráter complementar, contudo, o que presenciamos é o oposto de tais leis.

Devido à precarização do SUS, recorre ao atendimento público quem realmente não pode pagar, de jeito algum, um plano de saúde particular, porém, mesmo com toda essa precarização, ainda possuímos um sistema de saúde público e devemos agir como mostrado no documentário, mais especificamente como a população francesa que luta e reivindica por seus direitos através de movimentos populares. Nós brasileiros conseguimos a saúde pública como direito através de movimentos populares e através destes devemos continuar a afirmá-la como nosso direito e fazer valer o que está assegurado constitucionalmente.

Com relação aos modelos de saúde dos países europeus mostrados no documentário e já apresentados anteriormente aqui, sabemos que estes são modelos bem-sucedidos, ou pelo menos eram até o momento em que foi filmado o documentário, no ano de 2007. Decorrente do contexto econômico que vivemos, pensando no contexto de crise mundial do capitalismo com um forte impacto na Europa, nos restou uma dúvida: será que esses sistemas de saúde pública ainda funcionam tão bem nesses países? Pois como sabemos, a crise gerou uma avalanche de desempregos pelos países europeus, todavia, se tem muita gente desempregada, não se recolhe impostos suficientes para financiar o sistema de saúde da população.