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CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

Por:   •  24/9/2017  •  2.129 Palavras (9 Páginas)  •  529 Visualizações

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E é justamente por essas limitações do método comparativo que boas propõe a sua própria teoria, e elabora um novo método, “o método histórico”. Com o surgimento dessa nova teoria, boas parte do pressuposto que para chegar a uma compreensão mais ampla e coerente da cultura, seria necessário fazermos os estudos iniciando do particular. Esse novo método tem base fundamentada na ideia que de fato é necessário levar em consideração os diferentes contextos humanos em que se encontram os objetos que serão comparados, fugindo da teoria evolucionista. Pois ele acreditava que cada cultura tinha sua própria história.

Boas ao aprimorar a metodologia, por estar mais próximo dos povos, vai ser capaz de perceber e inovar em conceitos que serão determinantes para a antropologia. Ele vai demonstrar que é preciso “particularizar e esgotar” o contexto de cada povo e que as suas “produções [precisam ser estudadas] como um todo” (BOAS, 2004, p. 87).

Consiste na investigação de acontecimentos, processos das instituições do passado, em outras palavras, busca entender o início das instituições.

Esse novo método histórico fará uma oposição aos métodos evolucionistas, os quais tiravam suas próprias conclusões a partir de comparações, e também aquelas que conheciam a realidade das culturas somente de longe. Algo que se tornou evidente na obra de boas, é o fato de que ele alega que é importante um estudo minucioso dos fatos culturais, ou seja, é de grande valia fazer um resgate histórico de cada povo, pois cada um tem suas particularidades, e precisam ser estudados individualmente, isto é, particularmente. Deste modo fica caracterizado o método de Franz Boas.

O autor aborda que um mesmo fenômeno pode se desenvolver a partir de diferentes fontes, e de maneira alguma se pode afirmar que a ocorrência desses mesmos fenômenos sempre tem as mesmas causas. Deste modo podemos afirmar que se torvou evidente que é necessário utilizar o método histórico para verificar a origem dos fatos. Provando mais uma vez que fenômenos semelhantes podem se originar de diferentes formas.

O próprio Boas vai utilizar o clássico exemplo do chocalho, instrumento que pode adquirir diversos significados ao longo dos tempos e entre os povos, até mesmo próximos geograficamente.

“O chocalho, por exemplo, não resulta simplesmente da ideia de produzir barulho, nem dos métodos tecnológicos aplicados para atingir esse objetivo. Além disso, resulta de concepções religiosas, pois qualquer barulho pode ser empregado para invocar ou afastar os espíritos; ou pode resultar do prazer que as crianças sentem com barulhos de qualquer tipo; sua forma pode ser característica da arte do povo” (BOAS, 2004, p. 90).

De uma forma mais ampla, o método histórico abordado por Franz Boas, poderia reconstruir a história do desenvolvimento das culturas com uma precisão muito maior do que aquela permitida pelas generalizações do método comparativo. Acredita-se que a evolução de cada sociedade não partiria de uma mesma origem ou princípio, ou seja, fica clara a existência dos caminhos do desenvolvimento histórico.

Logo, em todo o estudo antropológico de Franz Boas, é apresentada uma análise das histórias das culturas dos diferentes povos, com embasamento na construção do conceito de cultura mais contemporânea.

Os objetivos da pesquisa antropológica

Boas define esses objetivos como “uma tentativa de compreender os passos pelos quais o homem tornou-se aquilo que é biológica, psicológica e culturalmente” (p. 88). Ele continua a criticar o evolucionismo, o difusionismo, os determinismos biológicos, geográficos e econômicos, e inicia a defesa a uma antropologia que considere a cultura como uma totalidade em todos os tipos de manifestações, como algo integrado e extremamente complexo, e, portanto, seria impossível de ser explicado por um conjunto de leis análogas às da física. Além disso, Boas discorre as dúvidas tipicamente relativistas nas pretensões das características de uma cultura específica, e cabe à antropologia estudar justamente essa variedade das culturas (no plural). E para concluir todo esse processo supracitado, se fez necessário recorrer a história.

É evidente no texto a ideia da origem a ciência antropológica, juntamente com o estudo da hereditariedade, o qual deu um novo rumo as investigações sobre a origem e significado da raça. Ele demonstra que para fazermos uma elaboração mais concreta dos elementos, torna-se necessário uma união das ciências para execução da referida analise. Em contra partida, ele acredita que nem todas as mudanças morfológicas vêm de influências ambientais. Dessa forma, ele aborda que o homem é um animal domesticado, a partir do momento que ele passa a criar suas próprias leis morais.

De uma maneira mais ampla, ele afirma que a raça precisa ser estudada não como uma totalidade, mas nas linhas genotípicas que se desenvolveram em condições variáveis, ou seja, ele não tinha preocupação apenas com as formas corporais das raças, mas também com seu funcionamento fisiológico e mentalmente. No entanto ele ainda reitera que em uma determinada raça, os elementos culturais não poderiam ser verificados facilmente. De uma forma mais prática, ele classifica uma raça pelas semelhanças históricas e biológicas das pessoas.

Boas defendia a ideia de que no decorrer dos tempos, tornou-se importante a ideia de se realizar pesquisas empíricas, tomando a antropologia como ciência, mas essa pesquisa não seria tomada como base, o rumo das ciências naturais, ou seja, teria como embasamento, a pesquisa no campo das ciências naturais. Pois o objetivo das ciências naturais é chegar a generalizações; em contraste, nas ciências humanas só se pode alcançar descrições bem particulares, uma vez que generalizar teoricamente sobre culturas é totalmente equivocado, enquanto não existe uma base empírica etnográfica e histórica solida.

Boas buscava entender a história, mas de nenhuma maneira queria chegar a ela cheio de pré-noções e pré-conceitos. Acreditava, também, que todo trabalho tem que ser feito, nada está pronto, ou seja, é sempre algo inacabado. É necessário ir a campo e procurar saber da cultura dos povos a partir dos informantes chaves, aos quais se perguntaria o passado daquela cultura fazendo então as histórias culturais particulares. Queria uma história baseada nos fatos e era contra as grandes teorias históricas.

Teorias racialistas, determinismo biológico e determinismo geográfico

A antropologia evolucionista que acreditava

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