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Seminário Formação Mundo Contemporâneo

Por:   •  26/4/2018  •  1.611 Palavras (7 Páginas)  •  320 Visualizações

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No filme Narradores de Javé, é possível perceber diversos pontos apresentados no capítulo 5, do livro Porque estudar história? do autor Caio Bosch, para impedir que a cidade seja destruída por uma represa que precisava ser construída no local, a população do vilarejo resolveu se unir para demonstrar que a cidade possui um valor histórico a ser resguardado, conforme apresentado no texto, para fortalecer a identidade é necessário se unir em momentos de crise.

A população precisava descrever os fatos que são contados pelos moradores e repassados por gerações, tais acontecimentos são relatados em tom de mitos por eles, com o intuito de apresentar através da vida do seu fundador, Indalécio, e a importância da sua participação e de outros personagens como Mariadina na verdadeira fundação da cidade de Javé. Por fim confirmar a história do vilarejo com documentos para comprovação dos fatos, obter um registro oficial e cientifico. Nesse momento é possível perceber a diferença de mito e história apresentados no texto de Bosch.

Através dessas narrativas é possível perceber a formação cultural desse povo, suas heranças históricas, seus costumes, sua moral, sua linguagem, crenças e valores, a oposição entre memória e história, entre a verdade e a fantasia, a importância da oralidade na construção cientifica e dimensão da escrita e da fala, o confronto entre o progresso e as tradições do vilarejo tudo é apresentado no filme. Assim, o responsável por colocar no papel, documentar a história do povoado do Vale de Javé, vai conhecendo todas essas memórias dos moradores locais.

03) “Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva viva para a libertação e não para a servidão dos homens”. Comente a afirmação tendo em vista a análise do historiador E. Hobsbawm acerca do bom e do mau historiador.

Para Hobsbawm os historiadores são como um banco de memórias, ainda que boa parte desse banco não seja da competência deles. Os historiadores são responsáveis por reunir as informações e compor a memória coletiva do passado.

No trabalho de contar a história há de se distinguir o bom e o mau historiador. O mau historiador alia-se ao poder e adota uma imagem idealizada, como o autor diz, se contenta em ser servo dos ideólogos, mantém-se cego aceitando o que lhe é imposto. A informação que transmite está em consonância com o poder. Ao distorcer sistematicamente a história para fins ideológicos acaba escravizando o povo numa história fabricada para manipular as massas. Por outro lado, o bom historiador trabalha com uma história crítica examinando semelhanças e diferenças, e por razões óbvias não se apega a modelos, desmascarando aquela história produzida pelos maus historiadores que aliena a população.

De tal maneira, o papel do historiador é apresentar o sentindo, as circunstâncias, as transformações e principalmente as variações no modo de enxergar e construir a história. Trata-se, portanto, de reconstruir o passado e interpretá-lo, numa construção não completamente fiel, mas reveladora e, com isso, responsável pela geração de um conhecimento que permite aos membros de um grupo comparar acontecimentos, eventos e fatos de modo a lidar melhor com eventos inéditos que se assemelham com eventos passados. A influência teórica e histórica contribui essencialmente para estruturar pensamentos, crenças, valores e ideologias. Hobsbawm mostra a enorme responsabilidade do historiador em relatar e escrever sobre certos assuntos, tendo como imperativos a imparcialidade e a integridade, pois um historiador pode mudar e abalar completamente a estrutura ideológica e social de um indivíduo e de uma nação.

04) Como podemos entender os fenômenos jurídicos à luz do conceito de historidicidade? Apresente dois exemplos e analise-os.

R.: A história é um modo pelo qual é possivel se conhecer e conhecer o passado, é através dela que percebe-se as mudanças que o tempo carrega consigo, tendo em vista os acontecimentos marcantes que permite compreender o cenário atual. Na esfera jurídica a história atua como um fato gerador de novas situações, cada fato jurídico carrega elementos passados que foram motivo de litígios e, portanto, necessitavam de solução, como por exemplo o instituto do divórcio e a ficha limpa. Até 2009 o divórcio previa uma separação judicial por mais de um ano ou de comprovada separação de fato por mais de dois anos. Com o passar do tempo e o avanço da sociedade houve a necessidade de mudança, assim sendo, em 2010 fora aprovada em segundo turno o projeto de emenda constitucional do divórcio. Dessa forma, ficou instituído que o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial e/ou separação de fato. Outro exemplo é a lei da ficha limpa, esta que fora criada após inúmeras batalhas políticas, e que possui cunho popular. A ficha limpa tem por escopo, em tese, aumentar a idoneidade dos candidatos, tornando inelegível o candidato que for condenado em decisões colegiadas de segunda instância. Esta foi criada tendo em vista os inúmeros escândalos de corrupção em nosso país.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSCHI, Caio César. Por que estudar história?. São Paulo: Ática, 2007. 72 p.

HOBSBAWM, E. J. Sobre história: ensaios. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. Cap. 3, p. 37-48.

MATOS, Sônia Regina da Luz. Narradores de Javé: as divisas cantadas e as divisas escritas. Conjectura:filosofia e Educação, Caxias do Sul, RS , v.10, n.2 , p.181-192, jul. 2005.

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