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Resumo Penal

Por:   •  16/4/2018  •  857 Palavras (4 Páginas)  •  259 Visualizações

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...

tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,

a se aplicarem sobre o pasto inédito

da natureza mítica das coisas.

(Trecho de A Máquina do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade).

Vou-me Embora pra Pasárgada

(Manuel Bandeira)

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d’água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcaloide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.

Poema Sujo

(Ferreira Gullar)

turvo turvo

a turva

mão do sopro

contra o muro

escuro

menos menos

menos que escuro

menos que mole e duro

menos que fosso e muro: menos que furo

escuro

mais que escuro:

claro

como água? como pluma?

claro mais que claro claro: coisa alguma

e tudo

(ou quase)

um bicho que o universo fabrica

e vem sonhando desde as entranhas

azul

era o gato

azul

era o galo

azul

o cavalo

azul

teu cu

tua gengiva igual a tua bocetinha

que parecia sorrir entre as folhas de

banana entre os cheiros de flor

e bosta de porco aberta como

uma boca do corpo

(não como a tua boca de palavras) como uma

entrada para

eu não sabia tu

não sabias

fazer girar a vida

com seu montão de estrelas e oceano

entrando-nos em ti

bela bela

mais que bela

mas como era o nome dela?

Não era Helena nem Vera

nem Nara nem Gabriela

nem Tereza nem Maria

Seu nome seu nome era…

Perdeu-se na carne fria

perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia

(Trecho de Poema Sujo, de Ferreira Gullar).

Soneto da Fidelidade

(Vinícius de Moraes)

De tudo,

...

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