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PSICOPATIA ASPECTOS HISTÓRICOS

Por:   •  20/11/2018  •  3.466 Palavras (14 Páginas)  •  261 Visualizações

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Sabe-se que crianças que sofreram maus-tratos na infância podem apresentar, durante seu desenvolvimento, anomalias no circuito cerebral que podem conduzir à agressividade, hiper-atividade, distúrbios de atenção, delinqüência e abuso de drogas. A predisposição genética à psicopatia associada a maus-tratos na infância podem ocasionar o aparecimento do transtorno, sendo esse ainda agravado pelas mesmas conseqüências dos maus-tratos, a delinqüência e o abuso de drogas, levando, provavelmente, ao aparecimento de um serial killer.

Além dos fatores sociais e psicológicos, há indícios de que a impulsividade, a agressividade e a inadequação social, podem estar associadas a lesões no córtex pré-frontal. Pesquisas feitas por Yang (2008, APUD GOMES; ALMEIDA. 2010), mostram que essas lesões podem ser responsáveis por vários aspectos clínicos da psicopatia. “A sociopatia adquirida é um exemplo da mudança de comportamento que pode ocorrer após uma lesão nesta área” (GOMES, 2010).

Tanto a predisposição genética quanto lesões no córtex, são indícios de que a psicopatia pode estar relacionada a condições biológicas ou fisiológicas, mas não são causa em si. Uma vez que fatores sociológicos e ambientais contribuem para o desenvolvimento ou agravamento do transtorno, estão estreitamente ligadas as condições biológicas, e no fator social ainda há de se observar as conseqüências psicológicas, que como foi citado, em caso de maus tratos, podem ser devastadoras.

Os estudos convergem para o fato de que a psicopatia é uma combinação de fatores bio-psico-sociais. Mais estudos ainda precisão serem realizados neste campo a fim de se chegar um conhecimento verdadeiro da etiologia da psicopatia e então ai poderá se chegar a um tratamento definitivo.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de transtornos de personalidade, como a psicopatia é difícil de ser identificado por psiquiatras. Isso é agravado pela falta de interesse desses profissionais pelo assunto, por saberem que é uma patologia permanente e sem resposta a tratamento, não compensando assim o atendimento especializado.

A avaliação diagnóstica é alvo de polêmica. Discute-se qual método é mais eficiente. Entrevistas livres ou a aplicação de testes padronizados. Segundo Western, “o diagnóstico do transtorno de personalidade anti-social é uma das que mais se beneficia de entrevistas estruturadas, pelos índices bastante objetivos no que se refere ao comportamento de seus portadores”. É preciso uma boa e detalhada avaliação para que haja identificação de psicopatia. Investiga-se toda a história do examinado, verifica-se se há padrão anormal de conduta ao longo da vida.

Ainda não há instrumento totalmente confiável para o diagnóstico, não é recomendável também o diagnóstico de TP (Transtorno de Personalidade) até a idade de responsabilidade legal, é preferível nesses casos o diagnóstico de transtorno de conduta.

O fato de apresentar ampla insensibilidade afetiva dificulta ou até mesmo aniquila o processo de reabilitação, o que chama a atenção de psicólogos forenses. Segundo Hare, os psicopatas diferem de modo fundamental dos demais criminosos. Ele realizou uma pesquisa com o objetivo de encontrar parâmetros que pudessem diferenciar a condição de psicopatia e assim criou um instrumento de pesquisa, a escala PCL –R. Um checklist que contem 20 itens, validada por Morana no Brasil recentemente, com pontuação de zero a dois para cada item, somando um total de 20 pontos.

O ponto de corte não é rígido, resultados a cima de 30 pontos traduz um psicopata típico. Os 20 elementos da escala são:

1) Loquacidade/charme superficial;

2) Auto-estima inflada;

3) Necessidade de estimulação/tendência ao tédio;

4) Mentira patológica;

5) Controle/manipulação;

6) Falta de remorso ou culpa;

7) Afeto superficial;

8) Insensibilidade/falta de empatia;

9) Estilo de vida parasitário;

10) Frágil controle comportamental;

11) Comportamento sexual promíscuo;

12) Problemas comportamentais precoces;

13) Falta de metas realísticas em longo prazo;

14) Impulsividade;

15) Irresponsabilidade;

16) Falha em assumir responsabilidade;

17) Muitos relacionamentos conjugais de curta duração;

18) Delinqüência juvenil;

19) Revogação de liberdade condicional;

20) Versatilidade criminal.

DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES PSICOPATAS

A psicopatia apresenta algumas estranhezas, pois existem diferenças na prevalência, incidência, curso, comportamentos e idade de manifestação entre os sexos.

Os primeiros sintomas começam a aparecer no sexo feminino, durante o período da pré-puberdade e, no sexo masculino, antes desta fase. A prevalência e a incidência de mulheres psicopatas são menores que a dos homens. Essa diferença em relação ao gênero aparece na forma e na severidade da violência cometida por homens e mulheres, sendo que as mulheres apresentam menores índices de crimes violentos.

Essa diferença pode está ligada ao fato de homens apresentarem maior insensibilidade emocional em relação às mulheres. Alguns estudiosos dizem que o perfil de mulheres com transtorno psicopático apresenta, durante o período da infância, negligência por parte de seus cuidadores, profundo sentimento de isolamento e introversão.

Quando adultas, são mulheres que não gostam de ser contrariadas, são bastante persuasivas, sedutoras e carismáticas, tem contato volúvel com a realidade e dificilmente possuem relacionamentos emocionais intensos. A impulsividade não costuma ser um ponto comum nas mulheres com este transtorno, como nos homens, mas existem características comuns aos dois, como a insensibilidade, a violência, as emoções superficiais e a ausência de culpa.

Alguns consideram que as mulheres psicopatas tendem a ser mais paranóicas e histéricas e, em geram, estão entra aquelas que assumem papéis

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