Conciliação na Separação e Divorcio. - Direito de Família
Por: Lidieisa • 22/12/2017 • 803 Palavras (4 Páginas) • 346 Visualizações
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Na conciliação, utilizando uma linguagem metafórica, o conflito provocativo de rupturas afetivas entre as partes apresenta-se na audiência como uma fenda abissal, de modo a afastar qualquer forma de aproximação, barreira sólida ao espaço para o diálogo que precisa se instalar na promoção de uma solução satisfatória.
A mediação instrumentaliza-se neste espaço abissal como uma ponte que assegura, possibilita e estimula a passagem de conteúdos afetivos pela palavra; por um terceiro, munido de preparo técnico no papel do mediador, que irá facilitar ou restabelecer o diálogo, primeira oportunidade concreta de viabilização ou resgate da comunicação perdida. O mediador, então, funcionará muito mais como um facilitador do entendimento através do resgate de canais de comunicação entre os litigantes, do que como interventor ativo, já que a prioridade dessa intervenção vai incidir menos sobre o acordo do que sobre a redução de tensões e animosidades que estejam dificultando ou bloqueando a negociação.
O diálogo, resultante da prática mediadora, permite a exposição espontânea das realidades parciais das pessoas que se defrontam, e ao mesmo tempo, deste movimento pode surgir uma redução da distância emocional entre ambos. Ao transferir os sentimentos, frustrações, desesperanças e expectativas para a linguagem, o sujeito afirma sua identidade no mundo, reforça a sua existência e reconstrói sua ação sobre si mesmo e sua história. O foco da relação pode, inclusive, adquirir novos contornos, em prol da compreensão lógica das perdas e ganhos que deverão ser definidas, para que novas responsabilidades quanto ao direcionamento da própria vida venham a ser aceitas e assumidas, gerando significados que possam ser compartilhados, e assim seguir em frente, em espaços até melhor definidos, de forma legitimada, após composição do acordo alcançado.
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