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Processo de Desenvolvimento e industrialização do Japão

Por:   •  11/1/2018  •  2.603 Palavras (11 Páginas)  •  650 Visualizações

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No final do século XIX os Estados Unidos emergem como potência e se lançam a busca de pontos estratégicos no Oceano Atlântico e no Pacífico. Então o Japão se torna um país muito interessante para os norte-americanos, pois se situa em uma posição estratégica. Porém, os interesses dos japoneses se chocam com os interesses estrangeiros e o Japão inicia um período de viabilização da sua industrialização com intervenção do Estado na economia e no militarismo. O Japão é um país de capitalismo e imperialismo tardio, consequentemente ocorre uma aliança entre Alemanha, Itália e o Japão no contexto da Segunda Guerra Mundial, formando o eixo Berlim-Roma-Tóquio, na tentativa de dominar o mundo. Nesse momento, o maior objetivo do Japão é dominar territórios que viabilizassem sua expansão econômica.

A industrialização e modernização aconteceram em 1868 com o fim do Xogunato e restauração do império com ascensão do imperador Mitsuhito, dando início à Era Meiji, sendo muito importante para o avanço industrial do Japão, pois implantou várias de políticas modernizantes como: investimentos na criação de infraestrutura, como a construção de redes ferroviárias e portos, maciços investimentos na educação voltada para qualificação da mão-de-obra e abertura à tecnologia e aos produtos estrangeiros.

O governo estimulou o desenvolvimento de conglomerados, ficado assim conhecidos como zaibatsus, que eram organizações de poderosos clãs e passavam a dominar cada vez mais a economia do Japão. Atuavam em todos os setores industriais, desde o comércio as finanças. Um exemplo de zaibatsus é a Mitsubishi.

Por conta dessas políticas modernizantes o Japão passou por um rápido processo de industrialização, mas enfrentava problemas estruturais, como escassez de energia, matérias-primas e limitado mercado interno. Para suprir esses problemas o Japão buscava novos territórios, principalmente na Ásia e Pacífico, investindo no fortalecimento militar. Podemos observar no mapa a expansão japonesa do século XIX.

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A expansão iniciou-se com a ocupação de Taiwan, em 1910 foi a Coreia foi anexada. Com a vitória na guerra contra a Russia, os japoneses ocuparam as Ilhas Sacalinas. Mais tarde, em 1931, ocupariam a Manchúria, parte do território chinês.

Em 1937 inicia um confronto com a China, por conta dessa política expansionista, que se estende até a Segunda Guerra Mundial. Essa política causou grande destruição do Japão, que foi fortemente bombardeado pelos Estados Unidos, saindo assim derrotado da Guerra.

Em 1947 foi aprovada a Lei da Proibição dos Monopólios, o que levou os zaibatsus à dissolução e por consequência, os norte-americanos pretendiam enfraquecer o poder dos grandes grupos e estimular a concorrência na economia japonesa. Com isso os zaibatsus se reorganizaram como Keiretsus. Estes se organizam em redes, dominado a economia japonesa até os dias atuais, geralmente formam-se em torno de grandes bancos que as dão suporte.

A nova Constituição proibia a intervenção externa do exército japonês, pois a proteção do seu território ficou a cargo dos EUA. Garantia também a liberdade de culto, estabelecia uma separação entre Estado e religião, e o ensino público passou a ser laico. O Imperador Hiroito permaneceu no poder de 1926 a 1989, e esse período foi denominado Era Showa, passando a colaborar ativamente com as reformas.

O Japão se reconstruiu rapidamente e prosperou muito após a Segunda Guerra Mundial, em 1960 o país já conquistara o terceiro lugar na economia mundial e em 1980 atingiu o segundo lugar. Inicialmente predominava as industrias têxteis, mas por conta das necessidades militares se desenvolveu as industrias metalúrgicas e siderúrgicas, em um terceiro momento houve o desenvolvimento da automobilística, surgindo o modelo de produção toyotista, com base na alta tecnologia, robótica, informática e aeroespacial. Os fatores que ajudaram nessa rápida reconstrução foram à ajuda militar e financeira dos Estados Unidos, também dispunha de mão-de-obra barata, investimentos em educação, reconstrução da infraestrutura e dos conglomerados em bases modernas, e também a desmilitarização do país e de seu parque industrial.

A principal vantagem do Japão, como já citado acima, foi a mão-de-obra barata e abundante, estimulando a competitividade assentada na superexploração da força de trabalho. Com o passar do tempo houve aumento dos salários resultantes dos avanços tecnológicos e organizacionais no processo de produção. Em 1990 os japoneses obtiveram salários altíssimos assegurando um grande mercado interno e elevados padrões de vida, mas a persistência dessa estagnação econômica provocou o desemprego e a queda dos salários e somente em 2005 houve uma recuperação salarial, como ilustra o gráfico abaixo.

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- RECURSOS NATURAIS E A RELAÇÃO COM A LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL

Apesar de muito progresso, o Japão é dependente de matéria-prima externa, pois possui pouca jazida de minério e as reservas de combustíveis fósseis são insuficientes para suprir a necessidade industrial. Por exemplo, o país importa 100% do minério de ferro, do minério de cobre e do carvão que consome. Confira no gráfico abaixo os principais produtos importados pelo Japão.[pic 6]

No ano de 2013, o país importou $766,6 bilhões, para compensar essas despesas e as limitações do mercado interno, o Japão passou a exportar mais produtos industrializados e importar produtos primários.

O parque industrial japonês está localizado próximo de grandes portos, nas planícies litorâneas, assim facilitando o transporte, escoamento e distribuição de mercadorias (exportação e importação), lá também estão as maiores aglomerações urbano-industriais, onde há possibilidade do cultivo de arroz, a mais importante do país.

Outra aglomeração se encontra no eixo Tóquio- Osaka. Nessa região se concentra cerca de 85% da produção do país, sendo Tóquio e Osaka as responsáveis por cerca da metade dessa produção.

2.3 TECNOPOLOS

O Japão é o líder em novas tecnologias e nele existem vários centros de pesquisas e muitas indústrias de alta tecnologia. Concentrados principalmente em seus dois mais importantes tecnopolos: Tsukuba e Kansai.

A Cidade da Ciência de Tsukuba é o principal tecnopolo japonês e um dos mais importantes do mundo, sua implantação foi dada pelo governo japonês nos anos 1970 e 1980. Ali se instalaram vários

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