A INTERFERÊNCIA DO CHAT NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
Por: Evandro.2016 • 18/12/2017 • 9.022 Palavras (37 Páginas) • 570 Visualizações
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Desse modo este trabalho, vem mostrar que mesmo havendo variantes regionais, culturais e sociais, distintas, a oralidade e o chat como instrumentos de manifestação de comunicação, influenciam na escrita dos discentes no 6° ano do Ensino Fundamental II.
Para apresentar o desenvolvimento desta pesquisa, seguem-se as etapas percorridas através dos seguintes tópicos:
I Introdução
II Revisão Bibliográfica
III Metodologia
IV Análise de Dados
V Considerações Finais
Abordando a influência do internetês sobre a produção textual escolar pretendi maiores esclarecimentos acerca de tais fenômenos linguísticos, bem como a sua contribuição para a comunidade acadêmica.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O INTERNETÊS E A SUA POPULARIDADE
O internetês é um neologismo aplicado para designar a linguagem peculiar aos usuários da internet quando estão em um bate-papo virtual (chat). Hamze define o internetês como: “Internetês é um neologismo (de internet+ sufixo ês) que designa a linguagem utilizada no meio virtual, em que "as palavras foram abreviadas até o ponto de se transformarem em uma única expressão, de duas ou no máximo cinco letras" (HAMZE, 2008)
Com base nas afirmações acima, percebe-se que essa nova forma de comunicação (internetês) abrevia as palavras de tal forma que os internautas têm que digitar menos caracteres para dizerem o que querem. A exemplo disso tem-se:
não=n, sim=s, de=d, que=q, também=tb, cadê=kd, tc=teclar, porque=pq, aqui=aki, acho=axo, qualquer=qq, mais ou mas=+, entre outros.
Tal prática (abreviar as palavras) vem ganhando adeptos, principalmente entre, os jovens em idade escolar que são os usuários que dispõem de mais tempo e afinidade para acessar as mídias sociais,especialmente: o chat. Esta tendência pode influenciar as produções escritas desses alunos, de modo a desviá-los da gramática normativa.
Para a produção textual escolar formal, e sob a luz da gramática normativa, essa não é uma prática vantajosa. Além dos discentes terem pouco contato com o mundo dos livros, justamente por estarem mais habituados às novidades virtuais, eles vão, aos poucos, desviando-se das formas padrão da ortografia, e expressando tal desvio nas produções textuais de sala de aula.
Na tirinha abaixo, o autor William Silva, apresenta uma situação muito comum na atualidade no que diz respeito ao uso do internetês em outras modalidades da escrita que não o chat .
[pic 1]
(http://www.humorcomciencia.com/2010/06/48-portugues.html)
Na referida tirinha, é visível a situação citada no parágrafo anterior, haja vista que o macaco (Bugio) vê no gênero textual carta, a linguagem do internetês, cuja manifestação começou nas redes sociais (chat).
Os discentes já são alfabetizados ao mesmo tempo em que aprendem a navegar pela internet. A necessidade de interagir utilizando o teclado do computador fez com que, rapidamente, o internetês se difundisse entre os usuários da internet. O grande dilema que existe é quanto transtextualização dessa linguagem (internetês) em textos onde ela não é apropriada, como é o caso das redações escolares formais.
Ainda sobre o internetês, vale ressaltar que como linguagem criada através das redes sociais, ele dispõe de características próprias como: onomatopéias, estilização do coloquial e abreviações.
Segundo Annablume, a onomatopéia é uma figura de linguagem na qual se reproduz um som com um fonema ou palavra. A forma adjetiva é onomatopaico. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopeias. (Annablume,2004,p.46). A exemplo disso dispõe-se de ha ha ha! (risada).
Quanto a estilização coloquial, esta transcreve as palavras de acordo com as marcas da oralidade de uma dada região, como é o caso de manow e mano, para fazer referência a pessoas de um modo generalizado; no tocante a realidade do estado do Amapá, sobre o referido vocábulo, Lamarão afirma: “ É uma forma carinhosa de tratamento chamando alguém de irmão sendo parente ou não” (Lamarão,2006,p.62)
Ainda sobre a linguagem regional mano; o Amapá dispõe da lei 0056/12 que a declara como integrante do Patrimônio Cultural de natureza imaterial do Estado do Amapá, (nos seguintes termos: Sumano - corruptela da expressão “seu mano”).
Já a abreviação, de acordo com o dicionário Houaiss é: “redução de palavras a algumas sílabas ou letras” (Houaiss,2004,p.5) Com respeito a isto, o internetês está farto, há ocorrências do tipo: blz, mt, tbem, entre outros.
O usuário do internetês não pode perder de vista, que o modo de ver e interagir com o mundo, de sentir e de atuar com ele são comumente orientados pelos meios de comunicação, e servem de modelo de vida para as mais diversas situações de manifestação da linguagem como é o caso do chat que, por sua vez, pode influenciar as produções escritas escolares desviando o discente da norma padrão da língua em diversos gêneros textuais formais.
3 OS PROCESSOS COMUNICACIONAIS
A comunicação é um processo que permite o envio e o recebimento de mensagens entre pessoas. É, consequentemente, uma atividade cada vez mais utilizada nas relações sociais humanas atuais. Devido à sua complexidade atual a aos amplos campos de interesse fica cada vez mais confusa a sua definição. Na verdade, comunicação é um ato que se pratica todos os dias, conhecida por todos, todavia, poucos sabem significá-la satisfatoriamente.
Comunicação é um vocábulo que vem do latim communicare, que tem o significado de: trocar de opiniões, partilhar, tornar comum, conferenciar. Não existe uma definição de consenso para comunicação. No ato de comunicar os signos e os códigos sempre estarão presentes. Também podemos afirmar que os signos e os códigos são transmitidos e nesse processo de enviar ou receber signos e códigos dá-se o ato de comunicar. Por isso podemos afirmar que toda a comunicação envolve signos, significantes, significados e decodificações entre emissor e receptor.
Com a tarefa de melhor significar os estudos
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