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Mercantilismo e as ideias econômicas na formação do Estado Moderno

Por:   •  14/1/2018  •  1.308 Palavras (6 Páginas)  •  417 Visualizações

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Dizia também que trocas internas não enriquecem o estado, pois o ganho de um é a perda de outro enquanto as trocas externas permitiam um ganho de igual grandeza às taxas de lucro obtido.

As importações deviam vir preferencialmente de lugares distantes, de modo a não enriquecer países vizinhos —e, é claro, negociantes rivais. As exportações geravam empregos, ao passo que importações estrangeiras baratas o destruíam.

Depois de argumentar sobre como um estado poderia enriquecer através de uma balança comercial favorável, Thomas Mun parte para explicar como um rei pode enriquecer sem prejudicar seus seguidores. Isso reforça o propósito inicial do livro: servir de um manual essencialmente prático ao rei e aos capitalistas da época.

Semelhante a primeira parte do livro, Thomas Mun segue descrevendo para atingir tal objetivo, como, por exemplo, se o rei deve cobrar impostos (sim) e quanto ele deveria cobrar (proporcional às exportações dos contribuintes). Para o autor, apesar do rei se sustentar através de impostos, o ganho dele não implica na perda da sociedade, já que os pesados impostos, segundo ele, não são danosos para o bem estar dos contribuintes.

O autor também descreve duas formas de riqueza: Natural e Artificial. A primeira é obtida dentro da próprio reino, sem necessidade de importar, portanto é mais nobre e vantajosa (já que o autor parte do princípio que, se não há custos monetários externos, ou seja, se não é necessário sair ouro da nação para obter tais produtos, não há custo algum). A segunda é obtida através das trocas externas, e deve ser obtida de forma mais cuidadosa. Apesar de valorizar mais a riqueza natural, Thomas Mun defende que uma nação precisa de ambas formas de riqueza para prosperar.

Resumo

- O comércio enriquece a nação: Esse é o argumento central do tratado de Thomas Mun. Como comerciante ele próprio, seu texto argumenta como, ao contrário do que diziam outros autores mercantilistas, a riqueza não é originada do acúmulo de metais preciosos, e sim do comércio.

- Balança Comercial Favorável: Mun introduz esse conceito para argumentar que exportar mais que importar é a chave para tornar uma nação rica. Tanto é que ele argumenta também que trocas internas no país não o deixam mais rico, já que o ganho de um é perda do outro.

- Mun não era um bulionista: Para Thomas Mun a saída de moeda de um país, através de importações, não é necessariamente ruim. Por exemplo, se forem importados produtos que possam ser reexportados para outras nações, a saída de moeda inicial pode gerar um fluxo de entrada de moeda posterior. O mesmo vale para a importação de ativos e capital os quais permitam que se produza mais riqueza dentro do país. Ou seja, para Mun não é o acúmulo de moedas que torna um país rico, e sim o volume de comércio.

- Não avança muito a ciência econômica: Apesar de introduzir conceitos interessantes como da balança comercial favorável, e não ser um simples guia para governantes, o fato de Thomas Mun escrever seu texto com objetivos essencialmente práticos faz com que haja pouca contribuição para a ciência econômica em si. Não houve nenhuma inovação metodológica ou autonomia para a ciência econômica, que nesse caso estava estritamente ligada à ciência política.

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