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A Idade Média e o Nascimento do Estado Moderno: Aspectos Históricos e Teóricos

Por:   •  18/2/2018  •  3.446 Palavras (14 Páginas)  •  431 Visualizações

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Com o aquecimento do comércio surgiram também novas atividades como, por exemplo, os cambistas e os banqueiros. Estes novos componentes sociais passaram a começar a se preocupar com a aquisição de conhecimentos.

O Papado foi o poder mundial na época da Idade Média, dominou vastos territórios, submeteu reis, recolheu impostos, teve exércitos armados e destruiu seus opositores. Declaravam que tinham poderes para revogar leis, mudar os tempos e alterar os preceitos de Cristo.

O poder pontifical foi declinando, de forma especial, em face do crescente poder dos reis, que defendiam os interesses paroquiais dos Estados. O papa acabou se envolvendo em conflitos de interesses e com isso o processo de declínio acentuou-se ainda mais rapidamente, pois com o envolvimento do papa na política europeia, muitos cristãos passaram a achar que o papa atuava mais como governante secular do que um Apóstolo de Cristo.

2.4 O Renascimento e a Reforma Protestante

O Renascimento foi um importante movimento que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Essa passagem apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época, porém, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval.

De acordo com o pensamento do renascimento, um dos aspectos fundamentais das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas. Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia. Suas ações pelo mundo ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres como outro aspecto fundamental que colocava o individualismo da modernidade em destaque.

Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental.

Em referência a Reforma Protestante, as duas consequências mais importantes no que diz respeito ao tema deste livro, foram o enfraquecimento do poder da Igreja e do papado e o fortalecimento do poder secular. Foi a reforma que conduziu a humanidade para o mundo moderno, ela estimulou o crescimento do Estado Moderno, secular e centralizado. Porém essa consolidação não estava totalmente concretizada e a Igreja ainda detinha poderes políticos significativos. Foi justamente a partir desse poder que ela desencadeou o processo de reforma da Igreja Católica, que passou a ser chamada de Reforma Católica.

Essa reforma teve como instrumento básico a Companhia de Jesus, pois foi ela que trouxe a esperança de um renascimento religioso baseado nas cerimônias, na tradição e no poder do sacerdote de conceder o perdão. A Contrarreforma, ou Reforma Católica, estava bastante adiantada, seus líderes censuravam muitos dos mesmos abusos, mas evitavam romper a autoridade doutrinária e espiritual de clero.

A Igreja Católica buscou mantes os espaços políticos que ainda possuía e ocupar outros, o que levou a estar presente, em todas as regiões do mundo. O instrumento utilizado para essa iniciativa militante e missionária foi a Companhia de Jesus que fora direcionada à ocupação de novos espaços políticos.

Com esse acontecimento, fé e Estado moderno estavam unidos, servindo tanto à Igreja quanto ao Estado. Assim sendo, a Reforma e, especialmente a Contrarreforma, foram elementos decisivos na formação dos Estados europeus.

2.5 O Nascimento do Estado Moderno

A Idade Média foi um período de mudanças radicais na civilização ocidental. Uma era de transição na economia, onde o capitalismo nascente rompe com as formas feudais, na cultura há o brilho do renascimento e na religião há a contestação da Reforma Protestante.

Durante a Idade Média, o poder político era controlado pelos diversos senhores feudais. Não haviam estados nacionais centralizados. As crises no final do período provocaram a dissolução do sistema feudal e prepararam o caminho para a implantação do capitalismo.

A terra deixou de ser a única fonte de riqueza. O comércio se expandia trazendo grandes transformações econômicas e sociais. Alguns servos acumulavam recursos econômicos e libertavam-se dos senhores feudais e migravam para as cidades. Em algumas regiões afastadas senhores feudais ainda exploravam seus servos. A consequência desses maus tratos foi a revoltas dos camponeses. A expansão do comércio contribuiu para desorganização do sistema feudal, e a burguesia tornou-se cada vez mais rica e poderosa e consciente que a sociedade precisa de uma nova organização política.

Para que a classe da burguesia continuasse progredindo, necessitava de um governo estável e de uma sociedade ordeira. Um governo que acabasse com as constantes e intermináveis guerras entre os membros da antiga nobreza feudal, que diminuísse a quantidade de impostos sobre as mercadorias e reduzisse o grande número de moedas regionais, que atrapalhava os negócios.

Importante setor da burguesia e de uma nobreza progressista passou a contribuir para o fortalecimento da autoridade dos reis. O objetivo era a construção das Monarquias Nacionais capaz de investir no desenvolvimento do comercio, na melhoria dos transportes e na segurança das comunicações.

O processo histórico levou ao surgimento do Estado Moderno, que se formou em oposição a duas fortes características da Idade Média; o regionalismo dos feudos e das cidades, este gerava a fragmentação político-administrativo.

O universalismo da Igreja católica gerava a ideia de uma cristandade ocidental. Vencendo os regionalismos e o universalismo medieval, o Estado moderno tinha por objetivo a formação de sociedade nacional.

3 ASPECTOS TEÓRICOS

Neste capítulo, num primeiro momento, serão abordados tópicos sobre Nicolau Maquiavel e as Especificidade da Esfera Política, sobre Jean Bodin e o Conceito de Soberania e por fim sobre Thomas Hobbes e o Fundamento do Poder.

3.1 Nicolau Maquiavel e a Especificidade da Esfera Política

Nicolau Maquiavel, um dos principais intelectuais do período chamado Renascimento, foi o primeiro grande teórico a se preocupar com a questão do Estado no sentido moderno. A retomada da dinastia, Maquiavel foi exilado, momento em que se dedicou à produção de

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