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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM: A REVOLUÇÃO RUSSA E O TRABALHO

Por:   •  17/1/2018  •  2.096 Palavras (9 Páginas)  •  430 Visualizações

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CURIOSIDADE: A manifestação foi organizada pelo padre ortodoxo George Gapon e as pessoas carregavam símbolos religiosos e cantavam “Deus salve o czar”.

Isso ocorrido agravou ainda mais as tensões e muitas outras greves e manifestações eclodiram por todo o Império Russo. Um dos protestos mais famosos foi o dos marinheiros do navio de guerra (encouraçado) Pontemkim, que se rebelaram contra as condições deploráveis de trabalho, a fome e os castigos físicos a que eram submetidos. Mais uma vez o governo reagiu violentamente.

Daí a população se uniu e formaram-se os primeiros sovietes, ou seja, conselhos onde os deputados eram eleitos pelos operários, camponeses e soldados. Esses acontecimentos de 1905 “forçaram” o czar Nicolau II a iniciar uma série de reformas para apaziguar os ânimos da população. O czar convocou a Duma (Parlamento Russo) para dar uma relativa ideia de democracia ao governo, todavia a aristocracia russa a manipulava com facilidade de acordo com seus interesses, enquanto as manifestações continuaram a ser reprimidas com violência.

A Revolução de Fevereiro

Em 1914, determinada em controlar o acesso ao Mar Mediterrâneo e ao Mar Negro a Rússia se uniu à França e a Grã-Bretanha e ingressou na Primeira Guerra Mundial. Cerca de 13 milhões de soldados foram deslocados para lutar contra a Tríplice Aliança, mas o exército russo (apesar de numeroso) era despreparado e carecia de armas, botas, cobertores... Além do mais a Rússia não contava que a guerra duraria tanto tempo e isso consumiu demasiados recursos do Estado (leia-se impostos). As inúmeras perdas nas frentes de batalha fizeram com que a já revoltada população russa ficasse ainda mais insatisfeita.

A participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial afetou significativamente a economia do país “[...] paralisando a indústria, as exportações e importações e aumentando a inflação, o desemprego [...]”, para piorar a situação, muitos camponeses foram deslocados da agricultura para lutarem na guerra, o que gerou crise de abastecimento e consequentemente a fome. (BRAICK, p. 103).

Novamente greves e manifestações foram organizadas por todo o país e muitos saques à armazéns feitos pela população faminta. Diversos grupos socialistas denunciavam os horrores da guerra e as grandes perdas (sobretudo humanas, já que cerca de 5 milhões de pessoas perderam a vida nessa época), afirmando que a mesma só interessava aos países capitalistas. No dia 23 de fevereiro de 1917 (no calendário juliano) muitas mulheres operárias e tecelãs, além de donas de casa que não se conformavam em perder maridos e filhos na guerra, marcharam até Petrogrado (atual São Petersburgo) para lutar contra o czarismo e exigir direitos iguais aos homens.

Muitas quebraram janelas das fábricas e saquearam padarias e mercearias. Pelo caminho elas conseguiram apoio de vários soldados que se juntaram ao grupo exigindo “Paz, terra e pão”, devido a isso os próprios assessores de Nicolau II o orientaram a abdicar do trono. A população então invadiu o Palácio de Inverno no dia 27 de fevereiro de 1917. Chegava ao fim a Dinastia Romanov.

Nicolau II mudou de residência com sua família e cerca de um ano depois todos foram fuzilados e enterrados em um bosque em Ekaterimburgo. Os restos mortais só foram localizados em 1991.

“Com maior ousadia do que os homens, [a mulher operária] penetra nas fileiras dos soldados, agarra-se aos fuzis, suplica e quase ordena: ‘Tirem as suas baionetas, reúnam-se a nós’. Os soldados se emocionam, penalizam-se, entreolham-se inquietos e vacilam; um deles, enfim, se decide e as baionetas se levantam para cima dos ombros num gesto de arrependimento”.

Sônia Irene do Carmo e Valdizar Pinto do Carmo Apud BRAICK, p. 103.

O Governo Provisório

Com a saída de Nicolau II do poder os revolucionários mencheviques organizaram um Governo Provisório e, como já foi mencionado, esse grupo queria chegar ao socialismo através de uma aliança com os burgueses. Dessa forma, a burguesia ascendeu ao poder.

O chefe do Governo Provisório era o advogado (um político moderado) Alexander Kerensky que “[...] procurou diminuir a insatisfação popular libertando os presos políticos, permitindo a volta dos exilados e concedendo liberdade de imprensa e associação”. (BOULOS JUNIOR, p. 50). Ele também convocou a Constituinte e aprovou o sufrágio universal, mas contrariou a população quando optou pela permanência da Rússia na Primeira Guerra Mundial.

Em abril de 1917 o líder bolchevique, Lenin, retornou de seu exílio na Suíça e divulgou suas “Teses de Abril” que defendiam o fim do Governo Provisório, a reforma agrária, o fortalecimento dos sovietes e a retirada da Rússia da guerra. Com um discurso inflamado de Lenin em simbiose com o descontentamento popular causou um enfraquecimento do Governo Provisório, dando origem a uma nova crise.

Revolução de Outubro

Sob o comando de Lenin e de Trotsky (presidente do Soviete de Petrogrado) os bolcheviques ocuparam os prédios públicos, invadiram o Palácio de Inverno (sede do governo) e assumiram o poder. Lenin foi aclamado pela população como presidente do Conselho de Comissários do Povo (espécie de Primeiro Ministro) e adotou uma série de medidas, como:

“O confisco de terras da nobreza e da Igreja e a distribuição dessas terras aos camponeses; a simplificação da língua escrita russa; a anulação dos títulos da nobreza; a estatização dos bancos, das estradas de ferro e das indústrias; o estabelecimento da igualdade de direitos entre homens e mulheres”. (BRAICK, p. 104)

Foi a partir desse momento que o socialismo se fortaleceu na Rússia. Já em 1918 os russos assinaram o Tratado de Brest- Litovsky com os alemães e saíram definitivamente da Primeira Guerra Mundial. Por esse acordo os russos cederam a “[...] Polônia, a Finlândia, os territórios bálticos e a Ucrânia, regiões ricas em terras férteis e em recursos minerais” aos alemães. (BRAICK, p. 104).

Guerra Civil (1918-1921)

As medidas tomadas pelo governo bolchevique fizeram com que os “russos brancos” (monarquistas, mencheviques e liberais) reagissem, dando início a uma guerra civil. “De um lado, estava o exército branco ajudado por potências capitalistas (Inglaterra, EUA e Japão), que temiam a expansão do comunismo; de outro, o exército vermelho, comandado por Leon Trotsky, defensor da Revolução”. (BOULOS JUNIOR,

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