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UMA BREVE ANÁLISE DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO LONGO DA HISTÓRIA E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO A SEIS ANOS

Por:   •  10/8/2018  •  4.371 Palavras (18 Páginas)  •  574 Visualizações

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O brincar apresenta papel fundamental para as experiências presentes e futuras, contribuindo de forma única para formação integral das crianças, sua individualidade e sua identidade, explorar a natureza, os objetos, comunicar-se e interagir com o universo a sua volta.

Como metodologia utilizada para a elaboração destaca-se a pesquisa e leitura de livros, sites e obras para a fundamentação teórica e escolha de autores para as citações.

- CAPÍTULO 1: BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SEUS AVANÇOS

Historicamente falando, a educação da criança esteve sob a responsabilidade exclusiva dos pais e da família durante séculos, acreditava que era no convívio com os adultos e membros mais velhos do núcleo familiar que as crianças aprendiam as normas e regras da sua cultura.

A transição do feudalismo para o capitalismo, onde o sistema de produção deixa de ser caseiro e manufatureiro e passa a ter moldes fabris, ocorrendo à substituição das ferramentas manuais pelas máquinas de produção em massa e principalmente da força humana de trabalho pela força motriz, resultou em profundas alterações na organização da sociedade e das famílias.

O enorme impacto causado por tamanha revolução industrial fez com que toda a classe operária se submetesse ao regime de trabalho das fábricas, a classe mais pobre necessita agora vender seu único bem, a força de trabalho, pois não tem mais a terra comunal para se sustentar e também não conta com a proteção do Senhor Feudal.

Para garantir o sustento de sua prole ocorre a entrada em massa da mulher no mercado de trabalho, alterando a maneira como a família cuida e educa seus filhos.

Segundo Gilda Rizzo:

Criou-se uma nova oferta de emprego para as mulheres, mas aumentaram os riscos de maus tratos às crianças, reunidas em maior número, aos cuidados de uma única, pobre e despreparada mulher. Tudo isso, aliado a pouca comida e higiene, gerou um quadro caótico de confusão, que terminou no aumento de castigos e muita pancadaria, a fim de tornar as crianças mais sossegadas e passivas. Mais violência e mortalidade infantil. (RIZZO, 2003, p. 31).

Com a inserção cada vez maior dos adultos, no mercado de trabalho, se fez necessário à criação de novos arranjos de cuidado para com as crianças, a mãe já não estava mais em casa e os irmãos mais velhos tinham que cuidar dos mais novos, ou ficavam com terceiros ou pior vagavam nas ruas próximas de suas casas.

Devido às inúmeras reclamações e solicitações por parte dos mais ricos, que se incomodavam com a quantidade cada vez maior de crianças esmolando, as Damas de Caridade, mulheres pertencentes à burguesia que por meio da filantropia e impulsionadas pela Igreja Católica, começaram a criar espaços, ainda sem uma instrumentação técnica ou formação, para manter cuidadas as crianças das periferias.

Essas instituições ofereciam primeiramente alimento e abrigo e também ensinavam cantos religiosos e orações, sendo assim nascem na Europa e nos Estados Unidos as primeiras instituições de cuidado infantil.

Com o passar do tempo, a literatura traz o agora chamado “jardim de infância” como uma instituição pedagógica e que, desde sua origem, se preocupou não somente com os cuidados físicos das crianças, mas também com a educação e construção de novos indivíduos, o primeiro Jardim de Infância, criado, em meados de 1840 em Blankenburgo, na Alemanha por Friedrich Froebel, preocupava se não só em educar e cuidar das crianças, mas em transformar a estrutura familiar de modo que as famílias também pudessem cuidar melhor de seus filhos.

Friedrich Froebel, foi um dos primeiros educadores a defender a primeira infância, como fase principal na formação da pessoa humana, ele acreditava em um ensino sem obrigações porque o aprendizado depende dos interesses de cada um e se faz por meio da prática, segundo ele “por meio da educação, a criança vai se reconhecer como membro vivo de um todo”(FROEBEL, 1782-1852).

Diversas técnicas pedagógicas utilizadas até hoje na educação infantil estão diretamente ligadas à teoria de Froebel, segundo ele, as brincadeiras devem ser o primeiro recurso no caminho da aprendizagem, não são apenas diversão, “brincar-por-brincar” mas um modo de recriar o mundo, de maneira lúdica e compreensível, com a finalidade de fazer a criança não somente vê-lo mas acima de tudo compreendê-lo.

Observando as atividades das crianças menores com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em autoeducação, um conceito que só se difundiria e ganharia ênfase no início do século XX, com o movimento da Escola Nova, encabeçado no Brasil por Ruí Barbosa.

A Escola nova, também chamada de Escola Ativa ou Escola Progressiva, é um movimento em constante evolução e com ideais de renovação do ensino, surgiu de fato no fim do século XIX e ganhou força na primeira metade do século XX.

Nascido na Europa, o movimento chegou ao Brasil em 1882, pelas mãos do saudoso Rui Barbosa (1849-1923), que exerceu grande influência nas mudanças promovidas no ensino na década de 1920, em meio a grandes transformações sociais, políticas e econômicas no país.

O movimento ganhou impulso na década de 1930, e defendia a escola pública, sendo ela laica e gratuita. Entre os seus seguidores se destacavam os nomes de: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo e principalmente, uma das grandes defensoras da Escola Nova Cecília Meireles.

Graças ao Movimento da Escola Nova e outros movimentos, hoje no período contemporâneo em que vivemos, a criança tem a oportunidade de frequentar um ambiente social, convivendo, vivenciando e aprendendo sobre sua cultura e educação por meio de diferentes interações com diversos sujeitos sociais.

A legislação Brasileira reconhece o direito de brincar, tanto na Constituição Federal de 1988, no seu artigo 227 que diz:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (CFB 1988)

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA-1990), também trás em seus direitos e princípios o brincar, dentre os quais destacamos

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