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TRANSTORNO DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

Por:   •  23/2/2018  •  3.486 Palavras (14 Páginas)  •  411 Visualizações

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Assim, fica claro que, o impacto do Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade na sociedade é bastante negativo, como podemos notar na citação abaixo:

O impacto desse transtorno na sociedade é enorme, considerando-se seu alto custo financeiro, o estresse nas famílias, o prejuízo nas atividades acadêmicas e vocacionais, bem como efeitos negativos na auto-estima das crianças e adolescentes. (Rohde e Benczik, 1999, p. 61)

O Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que aparece com maior frequência na primeira infância, sendo mais frequente em meninos do que em meninas. Segundo Silva (2010), o TDAH acompanha o indivíduo por toda a sua vida e pode ser identificado inicialmente por meio de alguns sintomas clássicos, visivelmente perceptíveis no comportamento do aluno dentro da escola, como por exemplo desatenção, hiperatividade e impulsividade. Porém, o processo efetivo de avaliação é bem mais abrangente que apenas a identificação dos sintomas clássicos. Rohde e Benczik (1999) consideram que este processo envolve necessariamente uma conjugação de fatores que vão desde a coleta de dados com os pais, crianças e escola, associada às intervenções psicossociais e medicamentosas.

Estudo realizados por Carvalho (2012), recaem sobre a incidência do TDAH em adolescentes. O autor demonstra que, apesar do TDAH aparecer com maior frequência até os 3 anos de idade, prevalece em cerca de 4 a 12% da população jovem acima de 12 anos de idade, considerando-se ainda o agravante de apresentarem, em geral, outros distúrbios também associados ao primeiro:

Na adolescência, 50% das crianças portadoras podem apresentar, pelos menos um outro distúrbio psicológico além do TDAH (comorbidade), incluindo Transtorno de Conduta (em crianças e adolescentes), personalidade antissocial e abuso de substâncias (em adolescentes e adultos), ansiedade, depressão, distúrbio de aprendizado e distúrbio bipolar. (Carvalho, 2012, p. 44)

De acordo com Phelan (2005), na maioridade o TDAH não é superado totalmente ao longo da vida adulto; o que ocorre é que o adulto acometido pelo transtorno é apresentado de forma mais suave, menos perceptível, chamado de “TDAH, tipo Residual”. Nas atividades da vida adulta, como desempenho profissional, casamento, auto sustento e outras, o TDAH não é notado com tanta clareza quanto no desempenho das atividades infantis. Contudo, o mesmo autor sinaliza ainda que a falta de atenção pode se manifestar em situações escolares mas também em ocasiões sociais e profissionais no caso específicos do paciente adulto, frequentemente identificadas com a dificuldade de manterem a atenção em tarefas ou atividades que estejam desempenhando, bem como em impulsividade e dificuldade quanto à capacidade de se auto regular ou auto controlar.

As causas do transtorno podem estar relacionadas a hereditariedade, pois a predisposição na família com TDAH a presença de parentes também afetados e problemas durante a gestação, aumentando de forma considerável no caso de mães fumantes, dependentes químicos, ingestão de álcool e infecção do sistema nervoso que causa uma queda na taxa dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e atenção.

Nas pesquisas de Phelan (2005), o TDAH é pesquisado como um distúrbio de proporções também hereditárias. O autor realizou pesquisas com gêmeos filhos de pais hiperativos que, mesmo criados em famílias distintas, ou seja, sob diferentes influências sociais, desenvolveram comportamentos característicos. Para o autor referido, as pesquisas genéticas são fundamentais para o desenvolvimento científico no campo do conhecimento a respeito do TDAH. Phelan (2005) ponta que:

Estudos mostram que parentes de portadores de TDAH têm maior probabilidade de apresentar este transtorno. Criança em idade escolar tem cerca de 5% de chance de ser portadora. Irmãos de portadores têm 30% de chance de apresentarem o transtorno. Quando um dos pais for portador, têm 50% de chance de ter filhos com o transtorno (p.33).

Características do Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade

Segundo Silva (2010), o trio de base que rege o Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade é formado por alterações da atenção, da impulsividade e da velocidade da atividade física e mental, fazendo parte das suas mais frequentes características ou angústias.

A Síndrome reconhecida atualmente como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é o diagnóstico referente ao comportamento discrepante perante a faixa etária e inteligência. De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística nas Doenças mentais IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM IV) o diagnóstico é obtido quando pelo menos dois locais do trio de base (hiperatividade/impulsividade e desatenção) são constatados. A associação Americana de Psiquiatria define o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), como um distúrbio causado por falta de atenção e impulsividade, prejudiciais a aprendizagem em crianças na idade escolar. (Carvalho, apud Polônio, 2012).

Hiperatividade, impulsividade e desatenção

Para Silva (2010), a hiperatividade física é de fácil percepção, pois a criança é agitada, move-se o tempo todo, não consegue controlar seu corpo em atividades simples como por exemplo ao invés de andar corre, não consegue manter-se sentada, em ambientes fechados, mexe em tudo a sua volta. Já a hiperatividade mental, segundo o mesmo autor, aparece de forma mais sutil, por meio da qual o indivíduo interrompe a fala do outro, muda de assunto repentinamente, tem insônia devido a agitação do cérebro que não consegue se desligar, causando assim a dificuldade na relação social e conservação da mesma.

Carvalho (2012) faz uma relação interessante de sintomas da hiperatividade apresentados por pacientes adultos, chamando a atenção para o fato de que crianças e adolescentes, quanto mais cedo recebam tratamento adequado para o transtorno e menos tenham contato com o consumo de álcool e drogas, tornam-se na vida adulta menos propensos a estes comportamentos:

O portador do TDAH adulto pode mostrar tendência à perda de objetos, baixo rendimento acadêmico, dificuldade de adaptação ao trabalho e condução de veículos; decorrentes da impulsividade e desatenção (p. 46).

Da mesma forma como ocorre em outros distúrbios, existe, segundo Goulardins (s/d), a possibilidade de um quadro clínico que apresenta variações enormes quanto à intensidade, de casos mais leves e

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