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EDUCAÇÃO INFANTIL – ORALIDADE E ESCRITA

Por:   •  6/9/2018  •  3.128 Palavras (13 Páginas)  •  304 Visualizações

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um vocabulário composto por 50 palavras, no entanto, ainda apresenta características da fala pré-linguística e não revela frustração se não for compreendido. Na fase inicial da fala linguística, a criança costuma dizer uma única palavra atribuindo a ela, no entanto, o valor de frase, por exemplo, quando a criança diz "ua!" apontando para a porta de casa, expressa um pensamento completo "Eu quero ir para a rua". Estas palavras com valor de frases se chamam Holófrases.

Além da linguagem falada, a comunicação acontece por meio de gestos, de sinais, e da linguagem corporal. A criança aprende a verbalizar por meio da apropriação da fala do outro.

Aprender a falar, portanto, não consiste apenas em memorizar sons e palavras. A aprendizagem da fala pela criança não se dá de forma desarticulada com a reflexão. O pensamento, a explicitação de seus atos, sentimentos, sensações e desejos.

Muitos fenômenos relacionados com o discurso e a fala, como os sons expressivos, as alterações de volume, ritmo, ou o funcionamento dialógico das conversas nas situações de comunicação, são utilizados pelas crianças mesmo antes que saibam falar. Isso significa que, mesmo antes de se expressarem pela linguagem oral, elas podem se fazer compreender e compreender os outros, pois a competência linguística abrange tanto a capacidade para compreender a linguagem, quanto a capacidade para se fazer entender.

Com um ano e meio a criança desenvolve a habilidade de combinar palavras, construindo inicialmente as conhecidas frases de duas palavras "Eite cabô!", ou seja "O leite acabou".

Entre quatro e cinco anos, as crianças já produzem sentenças que tem uma média de cinco palavras e incluem todas as classes gramaticais como substantivos, adjetivos, artigos, numerais, advérbios, preposições conjunções e interjeições.

Entre cinco e seis anos, as sentenças continuam a crescer e, de um modo geral, a fala já segue as regras gramaticais. A ampliação de suas capacidades de comunicação oral ocorrem gradativamente por meio de um processo de idas e vindas que envolve tanto a participação das crianças nas conversas cotidianas, em situações de escuta e canto de músicas, em brincadeiras e outras atividades, como a participação em situações mais formais de uso da linguagem, como aquelas que envolvem a leitura de textos diversos.

3. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

As práticas tradicionais de alfabetização tinham o objetivo de levar a criança a saber qual letra representava qual som e qual som era representado por qual letra. Os pressupostos teóricos destas opções didáticas tradicionais podiam se resumir em um verbo: ensinar. Conceito totalmente impregnado da ideia de acumulação gradativa de fragmentos de informação ordenados à partir de uma hipotética ordem de complexidade crescente.

No processo de alfabetização atual, a ideia passa a ser a de que o aluno constrói o seu conhecimento, sendo o professor o mediador, alguém que oferece estímulos para que o aluno se construa. Antes, a criança era vista como receptora passiva de informações que devia aprender a dar evidências de progresso cotidiano, o que excluiria a visão de um processo de aprendizagem no qual os conflitos são necessários. Na maior parte das vezes, os processos didáticos tradicionais transformavam a alfabetização em simples ato de codificar e decodificar a recitação e a escrita de sílabas, palavras e frases que pareciam dissociadas de seus significados e do contexto, retirando do ato de ler e escrever seu prazer e sua função social.

Leitura e escrita são dois processos mentais diferentes com metodologias peculiares. A escrita não é uma reprodução automática dos sons porque não há uma correspondência absoluta entre o som e a sua representação gráfica. Sabemos que um mesmo som pode ser representado por mais de um grafema, basta lembrar das diferentes formas pelas quais representamos o grafema S, quando em alguns momentos tem o som de Z.

Na educação infantil, conseguir comunicar-se já é considerada uma boa aquisição, ensinamos a ortografia oficial da língua sempre que a criança nos pergunta, mas sabemos que é pela vivência que ela irá corrigir os seus erros, os quais são considerados etapas cognitivas ainda não superadas, processos normais da construção do conhecimento.

Os chamados erros, na verdade, são vistos atualmente como "Erros processuais", manifestações do raciocínio lógico. Podemos citar o início do emprego dos verbos, quando a criança ainda não domina as quatro conjugações verbais e aplica as regras de uma a outra e diz palavras não oficiais da nossa língua, como "pido" em vez de "peço", "fazeu" em vez de "fiz", entre outras. Uma pessoa leiga pode interpretar estas formas verbais apenas como um erro, porém o professor deve ver como manifestações de raciocínio lógico, pois significam que a criança já internalizou algumas regras gramaticais, já as generalizou, mas que ainda não identificou em que ocasiões elas serão empregadas.

Eventualmente, a criança quebrará a sua lógica inicial, integrando-a nas regras gramaticais que serão construídas por ela no processo de aprendizagem com a descoberta de que na ortografia oficial às vezes falamos de um jeito e escrevemos de outro. Podemos dizer que chega a haver um certo distanciamento entre a fala e a escrita na língua portuguesa e em outras línguas também. Esse distanciamento forma o intervalo no qual a criança atua e cria as suas locuções verbais através das quais, chega à compreensão das relações entre o raciocínio, a fala e a ortografia, a qual continuará ao longo da vida no processo de internalização e de construção da nossa língua portuguesa que é tão viva e dinâmica.

-se possibilita conhecer o mundo, agir sobre ele, expressá-lo e inclusive modificá-lo. A teoria de Emília Ferreiro mostra o processo de evolução da linguagem escrita construído por eles, ou seja, a criança vai adquirindo e ampliando suas formas de conhecer e representar os objetos até chegar à palavra escrita. Além disso, ao perceber a comunicação através de códigos, ela começa a criar hipóteses sobre a construção desse sistema de representação gráfica. Existem três períodos na linha de evolução de escrita das crianças que são bastante regulares. O primeiro período é o nível Pré-silábico, no qual a criança faz distinção entre desenho e escrita. O segundo período conhecido como o nível silábico, é aquele em que a criança usa a construção de formas de diferenciação das escritas, ou seja, quantas letras, quais as letras e como podem ser organizadas para que

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