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FUNÇÃO SOCIAL DA ESCRITA AUXILIANDO O PRINCÍPIO DA ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Por:   •  4/5/2018  •  3.305 Palavras (14 Páginas)  •  290 Visualizações

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Essas atividades executadas ficam sem significação, não possuindo entre si nenhuma relação que garanta a compreensão efetiva por parte dos alunos, além de ter um distanciamento em relação à faixa etária em que essas crianças estão inseridas. Tendo em vista que elas chegam ao primeiro ano, com apenas seis anos, que faz com que deixem de ser “crianças” e passem a ser “alunos” propriamente ditos.

Outra forma de alfabetizar a qual as escolas se utilizam, é baseada na construção do conhecimento e vem a fim de organizar e dar coerência ao currículo e a apropriação da língua escrita.

O presente trabalho propõe uma reflexão sobre os atos alfabetizadores, diferenciando as abordagens existentes nas escolas de hoje, o processo de aprendizagem voltado para o uso dos componentes textuais e como a psicogênese da língua escrita veio trazer avanços na compreensão de cada fase que a criança passa até se alfabetizar.

- MÉTODO TRADICIONAL X CONSTRUTIVISMO

Primeiramente iremos discutir as diferenças encontradas entre a prática tradicional e a prática social da escrita. A fim de dar sentido ao que a criança aprende, é necessário que o professor tome decisões a respeito da concepção pedagógica a qual se utilizará. Tendo em vista que o caminho seguido em sala de aula torna-se muito mais coerente pensando principalmente na aprendizagem de seus alunos.

Ainda existem muitos professores que não tomaram conhecimento da importância que é ter uma proposta pedagógica bem delineada, pois é a partir disso que conseguimos abrir um leque de possibilidades para objetivar e melhorar o processo de ensino e aprendizagem.

Para tanto, é necessário que retomemos a discussão sobre a questão das concepções teóricas que dão base a prática pedagógica, pois muito mais complicado que adotar uma ou outra concepção é não ter a clareza de qual delas realmente se traduz durante nossa atuação docente. Diversos professores não tem essa clareza, alegam que mesclam teorias, isso pode tornar o avaliar e o ensinar, confusos.

É valido lembrar que a pratica tradicional é uma proposta de educação centrada no professor que tem a função de vigiar os alunos, aconselhá-los e transmitir e ensinar a matéria. De acordo com NUNES (2002)

A metodologia decorrente de tal concepção tradicional tem como princípio a transmissão dos conhecimentos através da aula, frequentemente expositiva, numa sequência predeterminada e fixa, enfatiza a repetição de exercícios com objetivo de memorização, valoriza o conteúdo e a quantidade, a figura do professor é a de detentor do saber: ele fala, o aluno ouve e aprende. Na maioria das escolas a prática pedagógica se caracteriza pela sobrecarga de informações que são veiculadas aos alunos, o que torna o processo de aquisição de conhecimento, burocratizado e destituído de significação (NUNES, 2002).

A prática tradicional ainda é presente nas escolas, é vista com clareza ao se conversar com as crianças ou mesmo com os professores. Muitos assumem ensinar tradicionalmente, mesmo sabendo que essa prática não traz significação ao aprendizado de nossos alunos. Prática essa, que ainda exclui e desclassifica os alunos. Não venho aqui defender a concepção construtivista, mas julgo importante relatar as diferenças existentes e como a criança é vista durante o princípio da alfabetização em ambas. Para tanto iremos falar sobre alfabetização contando com o auxilio das teóricas Telma Weiss, Magda Soares, Emilia Ferreiro, entre outros autores que contribuíram pra que esse processo fosse melhor compreendido.

- Construindo o conhecimento

A partir dos anos 1980 passou a surgir com maior evidência um movimento sobre alfabetização que pretendia a interação entre tendências que tinham um viés mais psicológico, tinha-se a preocupação de que fossem dominados os conhecimentos formais a fim de garantir a participação crítica na sociedade, considerava-se necessária uma adequação pedagógica às características de um aluno que pensa, de um professor que sabe e aos conteúdos de valor social e formativo (NUNES, 2002).

Esse momento de acordo com Nunes (2002)

Se caracteriza pelo enfoque centrado no caráter social do processo de ensino e aprendizagem e é marcado pela influência da psicologia genética que trouxe à questão pedagógica aspectos relevantes, principalmente no que diz respeito à maneira como entender as relações entre desenvolvimento e aprendizagem, à importância da relação interpessoal nesse processo, à relação entre cultura e educação e ao papel da ação educativa ajustada às situações de aprendizagem e às características da atividade mental construtiva do aluno. A psicologia genética propiciou aprofundar a compreensão sobre o processo de desenvolvimento na construção do conhecimento. (NUNES, 2002)

Para o autor, tal movimento busca compreender o modo como às crianças constroem as representações dentro delas de conhecimentos que vão sendo construídos socialmente, em uma tendência psicogenética, promovendo uma contribuição que caminha além das descrições dos estágios do desenvolvimento. E é sobre isso que falaremos o aprender aos poucos sem contextualizar, e o aprender trazendo significado aos alunos.

Embasada na teoria epistemológica de Piaget (1978) e seus seguidores como Emília Ferreiro (1992) e Ana Teberosky (1990), além de Telma Weiss (1999); os estudos sobre a construção do conhecimento, que recebeu o nome de construtivismo ou sócio construtivismo. O termo construtivismo vem exatamente de um questionamento fundamental de Piaget (1978) que era como a criança passava de um conhecimento elementar, insuficiente, para um conhecimento superior. Como avançavam os conhecimentos, considerando sua formação na infância até chegar ao pensamento adulto e ao conhecimento científico.

Nessa teoria a concepção de desenvolvimento torna-se bastante peculiar, já que, para Piaget (1978) o desenvolvimento intelectual espontâneo mostra-se como um processo de organização e reorganização estrutural, o qual acontece em estágios. Piaget (1978) não tinha a educação como principal interesse, porém suas ideias repercutiram em grande escala no campo educacional, principalmente por focar nas noções básicas que se encontram nos currículos escolares, como a conservação numérica, substância, peso e volume, além das noções de classe lógica e seriação assimétrica.

Os estudos psicogenéticos da aquisição da leitura e escrita baseadas em Piaget tiveram continuidade

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