A Intervenção psicopedagógica vem ocorrendo na assistência às pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem

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- ENTREVISTAS

3.1 Entrevista com a professora I

- Nome: C.M.L.S.

- Idade: 26 anos

- Turma: Educação Infantil

- Formação: Magistério e Pedagogia

- Tempo de experiência na série: 9 anos

- O que você acha que precisa ser feito para solucionar o problema da aprendizagem? Acredito que nosso trabalho necessita, cada vez mais, de sistematização, de busca de maneiras diversas de exercitarmos nosso pensamento, modo capaz de fazer com que nossas subjetividades encontrem espaços. Estudar muito, ler, escrever, trocar idéias, fazer parte de grupos de discussão e estar participando ativamente do nosso tempo é um modo de se atualizar e aprender novos conhecimentos para ajudar nossas crianças.

3.2 Entrevista com a professora I

- Nome: J.C.M.

- Turma: Ensino Fundamental

- Idade: 35anos

- Formação: Magistério

- Tempo de experiência na série: 18 anos

- O que você acha que precisa ser feito para solucionar o problema da aprendizagem? Boa pergunta. Desafiadora. A meu ver é preciso ação e reflexão que levem o agir para a mudança, para a coragem e ousadia de inovar sempre, buscando novos caminhos, encontrando outras possibilidades de fazer e construindo espaços para a criança aprender.

Não foram realizadas entrevistas com os pais.

- RELATO DAS AVALIAÇÕES

Criança A: M.A.C.M. tem sete anos e seis meses de idade, freqüenta a primeira série do ensino fundamental numa escola pública municipal. Freqüentou a pré-escola e desde aquele ano observou-se que suas habilidades e desempenho apresentavam abaixo do esperado para sua idade. M.A.C.M. mora com sua mãe e avó. Seus pais são separados e não tem muito contato com o pai. A família observou que M.A.C.M. apresentava dores de cabeça e tonturas constantemente.

Ao ingressar na 1ª série do ensino fundamental, observou-se que os sintomas de dores de cabeça continuaram principalmente após ter se esforçado para escrever ou na tentativa de ler. Foi realizado exame oftalmológico e foi constatada a necessidade de utilizar óculos.

A queixa escolar relatada pela professora foram: grandes dificuldades no domínio da leitura e escrita, apresentando omissões de letras ou distorções, escrita freqüentemente invertida. Lentidão para escrever não acompanhando os conteúdos propostos na 1ª série. Pulam-se palavras ou linhas na leitura ou na escrita. Durante a aula em sua produção escrita aparecem letras de tamanhos muito diferentes.

Iniciei a intervenção perguntando para M.A.C.M. o que tem na casa dele que desse para ler e escrever, o mesmo respondeu que tinha muitas coisas, insisti na pergunta, e ele respondeu que não lembrava. Entreguei a está criança uma folha em branco (anexo I) e apliquei-lhe um ditado (CASA, FACA, VAGÃO, GALO), a criança demorou um certo tempo para terminar; trocou o Z pelo S na palavra casa. Perguntei se estava correto e me respondeu que sim, como eu havia levado alguns livros infantis, pedi para que folheássemos os livros a fim de encontra a palavra casa, ao encontrá-la, a criança A percebeu seu erro corrigindo-o logo em seguida. Levei números em E.V.A., porém, a criança não fez correntemente as contas que lhe apliquei, mas soube conservar direitinho os números pares e impares.

Em outra seção levei o jogo “Pega Varetas”, para avaliar suas estratégias, e verifiquei que a criança A ficou impaciente e não concluiu o jogo com as regras certas. Dos livros que levei, pedi para que escolhesse um e lesse. A criança se recusou dizendo que estava cansada, então li para ela e pedi para que desenhasse a historia na seqüência em que aconteciam os fatos. Para a minha surpresa a criança A não desenhou a história na seqüência correta dos fatos.

Criança B: V.A.C. tem 5 anos e 2 meses o Pré-II das séries iniciais, numa escola pública municipal. Mora com seus pais e irmãos. Sua professora se queixou da falta de atenção de V.A.C., e a falta de maturidade perceptomotora através da distorção da forma, falta de comunicação e expressão e percepção auditiva.

Em um primeiro momento dei-lhe uma folha (anexo II) para fazer um desenho livre. Ela apresentou-me a representação dela no quarto de sua casa. Depois pedi para que escolhesse um livro de imagens da caixa lúdica para que pudéssemos ver as imagens, já que ainda não é alfabetizada, (mas sabe escrever seu próprio nome). Ela escolheu o livro dos dinossauros, e em seguida a criança B, pediu para fazer um desenho da história, então lhe dei outra folha em branco e ela o fez. Levei blocos lógicos para observar o grau de conhecimento do mesmo.

V.A.C., pertence à uma família que "faz" pela criança, não lhe dando a autonomia necessária para acreditar em suas capacidades. Eles não agüentavam esperar o "tempo" necessário de que ela precisava para solucionar os seus problemas. Também lhe apliquei jogos de memorização visual.

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- DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS

Constatou-se que no desenvolvimento cognitivo a criança A apresentou pouco domínio das unidades numéricas, conservar e quantificar, no entanto, apresenta facilidade para estabelecer critérios para classificar. Demonstrou estar em fase intermediária entre pré-operatória e operatório concreto. Observei lentidão no planejamento motor de letras e número. Idade mental de acordo com idade cronológica conforme produções de seus desenhos e linguagem verbal argumentando com lógica suas respostas, conforme sua idade cronológica.

Apresentou poucas dificuldades em memória. Grandes dificuldades em memorizar letras e números. Apresentou pouca iniciativa para criar e lentidão para executar uma tarefa, apesar de planejá-las com desenvoltura, perdia facilmente a linha de pensamento.

V.A.C. constantemente perdia a atenção, pois não sustentava sua atenção adequadamente em diferentes momentos. No começo de uma atividade ele se mantinha atenta, no entanto esta atenção se deteriorava com o