JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Por: Sara • 25/4/2018 • 2.406 Palavras (10 Páginas) • 417 Visualizações
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- FILOSOFIA:
- EDUCAÇÃO
Rousseau trata com especial carinho do assunto educação, principalmente no livro Emílio ou da Educação. Segundo ele a sociedade não traz conhecimento para a criança, ensiná-la fora deste contexto é a melhor forma de educar.
Os homens não são feitos para serem amontoados em formigueiros, mas para se espalharem pela terra que devem cultivar. Quanto mais se reúnem, mais se corrompem. As doenças do corpo, assim como os vícios da alma, são o efeito infalível dessa associação muito numerosa. [...] As cidades são o abismo da espécie humana. Ao cabo de algumas gerações, as raças morrem ou degeneram. É preciso renová-las, e é sempre o campo que traz essa renovação.[1]
Apesar de seu estudo sobre a educação, sua crítica à forma de que era feita, lembremos que seus cinco filhos foram abandonados na roda dos devaneios. Isso pode ter ajudado Rousseau em sua tese sobre a educação “não posso encarrar como instituição pública, estes ridículos estabelecimentos chamados colégios”. ( Emílio, p. 13)
Como a vida em sociedade é inevitável, a melhor maneira de garantir o máximo possível de liberdade para cada um é a democracia, concebida como um regime em que todos se submetem à lei, porque ela foi elaborada de acordo com a vontade geral. Não foi por acaso que Rousseau escolheu publicar simultaneamente, em 1762, suas duas obras principais, Do Contrato Social, em que expõe sua concepção de ordem política; e Emílio, minucioso tratado sobre educação, no qual prescreve o passo-a-passo da formação de um jovem fictício, do nascimento aos 25 anos.
Não há escola em Emílio, mas a descrição, em forma vaga de romance, dos primeiros anos de vida de um personagem fictício, filho de um homem rico, entregue a um preceptor para que obtenha uma educação ideal. O jovem Emílio é educado no convívio com a natureza, resguardado ao máximo das algemas sociais. O objetivo de Rousseau, revolucionário para seu tempo, é não só planejar uma educação com vistas à formação futura, na idade adulta, mas também com a intenção de propiciar felicidade à criança enquanto ela ainda é criança.
Rousseau via o jovem como um ser integral, e não uma pessoa incompleta, e intuiu na infância várias fases de desenvolvimento, sobretudo cognitivo. Foi, portanto, um precursor da pedagogia de Maria Montessori (1870-1952) e John Dewey (1859-1952). Rousseau sistematizou toda uma nova concepção de educação, depois chamada de ‘escola nova’ e que reúne vários pedagogos dos séculos 19 e 20.
Para Rousseau, a criança devia ser educada sobretudo em liberdade e viver cada fase da infância na plenitude de seus sentidos – mesmo porque, segundo seu entendimento, até os 12 anos o ser humano é praticamente só sentidos, emoções e corpo físico, enquanto a razão ainda se forma. Liberdade não significa a realização de seus impulsos e desejos, mas uma dependência das coisas (em oposição à dependência da vontade dos adultos). "Vosso filho nada deve obter porque pede, mas porque precisa, nem fazer nada por obediência, mas por necessidade", escreveu o filósofo em Emílio.
Um dos objetivos do livro era criticar a educação elitista de seu tempo, que tinha nos padres jesuítas os expoentes. Rousseau condenava em bloco os métodos de ensino utilizados até ali, por se escorarem basicamente na repetição e memorização de conteúdos, e pregava sua substituição pela experiência direta por parte dos alunos, a quem caberia conduzirem pelo próprio interesse o aprendizado. Mais do que instruir, no entanto, a educação deveria, para Rousseau, se preocupar com a formação moral e política. Rousseau dividiu a vida do jovem – e seu livro Emílio – em cinco fases: lactância (até 2 anos), infância (de 2 a 12), adolescência (de 12 a 15), mocidade (de 15 a 20) e início da idade adulta (de 20 a 25). Para a pedagogia, interessam particularmente os três primeiros períodos, para os quais Rousseau desenvolve sua ideia de educação como um processo subordinado à vida, isto é, à evolução natural do discípulo, e por isso chamado de método natural. O objetivo do mestre é interferir o menos possível no desenvolvimento próprio do jovem, em especial até os 12 anos, quando, segundo Rousseau, ele ainda não pode contar com a razão. O filósofo chamou o procedimento de educação negativa, que consiste, em suas palavras, não em ensinar a virtude ou a verdade, mas em preservar o coração do vício e o espírito do erro. Desse modo, quando adulto, o ex-aluno saberá se defender sozinho de tais perigos.
- POLÍTICA
Enquanto o povo em democracia direta estabelece as leis, ao governo cabe executá-las. Para Rousseau existem três tipos de governo: MONÁRQUICO, DEMOCRÁTICO E ARISTOCRÁTICO.
Monarquia – Para Rousseau este modelo político só é conveniente aos grandes Estados e mesmo assim ela ainda impõe algumas ressalvas.
“se é difícil que um grande Estado seja bem governado, muito mais será se for regido por um único homem… nas monarquias triunfam quase sempre os trapalhõezinhos, os patifezinhos, os intrigantezitos, que com pequenos talentos trepam nas Cortes até aos altos lugares para, logo que os alcançam só servirem para mostrar ao público a sua inépcia.” [2]
Democracia – Observamos que Rousseau destaca certa confusão entre o poder executivo e o legislativo, daí sua reserva quanto a este tipo de governo.
“Não é conveniente que aquele que elabora as leis as execute. Não é possível imaginar um povo que estivesse constantemente reunido para atender aos negócios públicos; não existe governo mais exposto às guerras civis e às agitações internas do que o democrático ou popular.” [3]
Aristocracia – O governo pertence a um pequeno número de homens. É este tipo de governo que Rousseau prefere, se os elementos do governo forem escolhidos e selecionados através de eleição. “A melhor ordem e a mais natural é aquela em que os mais sábios governem a multidão.” (Rousseau; Contrato social pag. 83)
- RELIGIÃO
Aqui queremos analisar as compreensões de Jean-Jacques Rousseau sobre a religião. Tomamos como principal referência o texto “A profissão de fé do vigário savoiano” que está inserido no livro “Emílio ou da educação”. Nesta obra o teísmo foi definido como uma religião natural, que fundamenta sua crença em Deus tendo como princípio: os sentimentos naturais do homem, a consciência e a razão
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