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Ciência Politica: Jean Jacques Rousseau

Por:   •  30/11/2017  •  4.901 Palavras (20 Páginas)  •  345 Visualizações

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No final de sua adolescência morou em Paris, e na fase adulta, devido aos contatos com a elite intelectual parisiense, foi convidado por Denis Diderot, filósofo francês, para escrever verbetes para a Enciclopédia.

Tornou-se secretário e protegido de madame Louise de Warens, mulher rica que teve uma profunda influência em toda a vida do escritor. Em 1742, radicou-se em Paris, onde trabalhou como professor, copista e secretário de um embaixador. Inventou um sistema de notação musical e fez-se conhecer como compositor de várias óperas.

Anos depois, iniciou-se uma perseguição a Rousseau na França, já que suas obras teriam afrontado os costumes religiosos e morais, fazendo-o mudar no ano de 1765 para a Inglaterra, a convite do filósofo David Hume, retornando a França em 1767, vindo a juntar-se três anos depois com Thérèse Levasseur, com quem teve cinco filhos, os quais foram colocados em um orfanato pelo pai.

Rousseau se dedicou a escrever romances, ensaios sobre a educação, sobre religião, literatura e estudos políticos, e entre suas principais obras estão: Discurso Sobre as Ciências e as Artes; Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens; Emílio, ou Da Educação; Os Devaneios de um Caminhante Solitário e Do Contrato Social, que foi sua principal obra, onde defende a ideia de que o ser humano nasce bom, sendo a sociedade considerada como o fator de degeneração, além de afirmar que os indivíduos firmam um pacto social quando concedem direitos ao Estado em troca de organização e proteção.

Rousseau apresentou contribuições originais à pedagogia, à teoria política e à filosofia e influenciou movimentos políticos intelectuais europeus como o Romantismo Alemão e a Revolução Francesa.

Sua crítica é direcionada aos poderes exacerbados da razão e da ciência, sendo um dos primeiros pensadores iluminista.

Podemos dizer que Jean Jacques Rousseau foi um dos maiores pensadores europeus, ao lançar sua filosofia, que influenciou várias pessoas, à partir do seu pensamento naturalista, indicando alguns caminhos para minimizar as injustiças sociais, com a igualdade de direitos, ou respeito por uma vontade geral, assim como, educação pública para todas as crianças, baseada na devoção a pátria e a austeridade, sistema econômico e financeiro combinados com os recursos da propriedade pública, com taxas sobre as heranças. Na frase “Tudo é bom ao sair das mãos do autor da natureza; mas tudo degenera nas mãos do homem”, seu pensamento caracterizava a valorização dos sentimentos em detrimento da razão intelectual e da natureza mais autêntica do homem, em contraposição ao artificialismo da vida civilizada.

Rousseau passou seus últimos dias em isolamento, vindo a falecer na França, no dia 02 de julho de 1778 aos sessenta e seis anos de idade.

3. A ORIGEM DA DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS

Inicialmente, para que se possa falar em estado de natureza, torna-se necessário debatermos sobre o estado inicial do homem e onde surgiram suas desigualdades e principalmente sobre o que seria o próprio homem, ou seja, como conhecer a origem dessas desigualdades, a não ser começando por conhecer o próprio homem. Para alcançarmos esse primeiro objeto, torna-se necessário que façamos uma análise do homem natural, entretanto, é nesse ponto que surge um paradoxo, pois para analisar ou alcançar o homem natural é necessário abster-se do conhecimento adquirido e advindo da vida em sociedade, ou seja, teremos que abrir mão de toda a razão; do contrário incidirá em um total distanciamento do objeto de estudo. Através de uma meditação a respeito das realizações humanas o autor conclui que, mesmo antes da razão, a alma humana é regida por dois princípios básicos, são eles: o sentimento de autopreservação e o sentimento de compaixão por outros de sua espécie.

Para Rousseau, não há motivos para o homem natural viver em sociedade, pois este vive o presente, sendo ele robusto e dotado de organização. Mesmo não possuindo habilidades específicas, tem a capacidade de aprender todas; é inocente, pois não possui noções de bem ou mal, além de possuir duas características que o distingue dos outros animais, sendo estas a liberdade e perfectibilidade. Entretanto, para Rousseau as desigualdades começam com as disputas morais e políticas, pois através das lutas para manter sua liberdade e devido a sua perfectibilidade (capacidade de aperfeiçoar-se), no entanto, a medida que as dificuldades do meio em que vive se apresentavam, este era obrigado a superá-las, adquirindo novos conhecimentos. Diante disso, o homem aprendeu a caçar, pescar e até mesmo a viver em pequenos grupos com seus semelhantes, tanto para defender-se como para obter alimentos, dando início a primeira revolução: a construção de abrigos. Por conseguinte, o surgimento das casas fez com que o homem natural permanecesse mais tempo em determinado lugar e na companhia de seus semelhantes, nascendo assim as famílias e os sentimentos dela consequentes, ou seja, ‘’ o amor conjugal e o amar paterno’’. Ao passo que esses seres passaram a viver mais tempo juntos, começam a desenvolver formas de linguagem, assim como uma noção de propriedade começa a fazer parte deste universo. Devido às mudanças climáticas, segurança e hábitos alimentares, estes grupos passam a conviver com maior proximidade, dando início a primeira noção de comunidade.

Para o autor, este deveria ser o estágio ao qual o homem deveria ter parado, pois o mesmo tinha como única preocupação sua subsistência, ou seja, vivendo em sociedade, como poucas necessidades e possuindo condições de saciá-las; o homem teria tudo para ser feliz. Mas, devido a uma de suas principais características – a perfectibilidade, não foi possível. Inicia-se nesse momento a auto observação e auto comparação, ou seja: o melhor caçador, o mais forte, o mais bonito, o mais hábil começa a destacar-se perante os demais, deixando clara a diferença entre o ser e o parecer ser. É nesse momento que, para o homem vivendo em grupos, a consciência passa a ser o único parâmetro para cada indivíduo, pois estes vivem sem leis ou regras de convivência. Entretanto, como cada qual é juiz e instituidor a sua maneira, inicia-se o estado de guerra, de todos contra todos, visando a defesa e manutenção dos seus próprios interesses. Concomitante a isso, surge a agricultura e a metalurgia, evento denominado pelo autor de “a grande revolução”. Devido a esse evento surge a divisão do trabalho, a necessidade de produzir para alimentar-se e principalmente para que sejam geradas reservas, a

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