Resumo de batalhadores do Brasil
Por: Jose.Nascimento • 21/11/2017 • 2.061 Palavras (9 Páginas) • 576 Visualizações
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O capitalismo se torna contraditório pelo fato de que não basta apenas possuir capital financeiro para estar dentro de uma nova classe social, quer dizer que possuir dinheiro não explica tudo, pois o pobre mesmo batalhando para conseguir uma condição de vida melhor ele irá sofrer preconceito, seja pelo seu jeito de se comportar na sociedade, a maneira como fala – as vezes com algumas gírias -, as roupas que veste, também pelas condições onde mora e até mesmo por pertencer a uma família que não é bem estruturada ou que passam por outros problemas como, alcoolismo, envolvimento com drogas e no mundo do crime.
Os indivíduos em sua relação econômica através das diferentes formas de acumulação financeira coloca algum sentido que explique e que faça impulsionar cada vez mais as formas de produção de trabalho. Jesse Souza diz que “o capitalismo necessita se legitimizar, ou seja, fazer com que as pessoas acreditem no que fazem” (p.27). Isso que o autor diz, ela aborda no texto como uma das características que atribui ao capitalismo um símbolo que justifica os reais motivos pelo qual se alarga na sociedade. A partir daí os indivíduos colocam sentidos nas suas atividades que desenvolvem no trabalho, seja apenas como uma forma de garantir condições para conseguir se manter ou como uma vocação que foi destinada ao indivíduo para que este possa cumprir sua “missão, como um chamado divino”.
Segundo o texto:
Com a queda do prestigio das justificações religiosas, como Weber já havia percebido, entra em cena o processo de transformação da economia, com ajuda decidida da ciência e da filosofia, em “esfera (supostamente) amoral”, como se a economia houvesse se libertado de qualquer necessidade externa de justificação da atividade econômica percebida como acumulação indefinida no tempo, como um fim em si. Na verdade, a própria definição da economia enquanto esfera autônoma, independente de qualquer justificativa ideológica e moral, foi um processo histórico lento que contou com a ajuda das justificações legitimadas pelo discurso cientifico e filosófico, como o antropólogo francês Louis Dumont demostra sobejamente. (p.28)
É preciso pensar as relações sociais procurando entender como que se formaram através de sua totalidade, passando por fatores externos que fazem alterações nos comportamentos dos indivíduos e as diferentes maneiras que se desenvolvem ao longo dos anos. O que não se pode negar é que as transformações sociais - mesmo capazes de influenciar os indivíduos – possibilitaram uma série de oportunidades como uma maior facilidade de acesso aos estudos – mesmo que precário para alguns -, um desenvolvimento desenfreado da tecnologia e dos meios de comunicação partindo do pressuposto de que a sociedade contemporânea necessita estar dentro da “moda, até mesmo os pertencentes a “ralé” em que as vezes falta o que comer mas não falta uma televisão boa ou um aparelho celular moderno. Jessé Souza aborda uma nova classe social, mas antes ele discute as classes já existentes, a rica onde tudo já está pré-estabelecido, herdado e não há dificuldades para ter acesso a determinados meios, a classe média que são aqueles que vence através dos estudos, em seguida os batalhadores que deseja se enquadrar nas duas outras classes e que também mesmo com dificuldades se volta para o acumulo de riquezas de estar procurando atribuir ao capitalismo um símbolo/espirito que passe uma ideia de que possuir dinheiro irá resolver todos os problemas do indivíduo.
Um dos fatores que influenciaram no processo de produção material como uma forma de gerar acumulação do capital foi o modelo fordistas criado por Henry Ford (1914) que consistia em organizar uma linha de montagem de cada fabrica afim de produzir cada vez mais, controlando as fontes de matérias-primas, energia e transportes, que visava diminuir o tempo de produção, reduzir ao mínimo o estoque de matéria prima e aumentar a capacidade de produção, dessa maneira passando uma ideia para o trabalhador de que se ele produzir mais ele iria conseguir um maior lucro, esse modelo de Henry Ford se baseava em confeccionar carros pretos, o que com um tempo veio a gerar uma crise pois as pessoas queriam outras cores diferentes, o motivo dessa produção apenas por uma cor era que o preto secava mais rápido, e com isso era possível consumir mais rápido. Segundo o texto “o frágil compromisso fordista estava baseado num equilíbrio precário” (p.34), ou seja ao produzir de forma tão rápida a classe trabalhadora acabava se tornando também pessoas alienadas pois o esforço diário causava um trabalho repetitivo. Jessé Souza aborda isso no texto com o objetivo de fazer um resgate histórico sobre as relações de trabalho e capital.
A condição que se estabelecem para explicar os tipos de violência simbólica sofridas pelos batalhadores se torna até um dos principais objetivos que explicam o porquê que alguns grupos trabalham mais do que outros e consegue ter condições de vida melhor do que aqueles que estão todos os dias trabalhando incansavelmente, estes atribui ao trabalho como algo “sagrado”, onde é essa a regra para conseguir um bom êxito financeiro. Segundo o texto surge então uma indagação que fará refletir o
[...] por que ser chamado essas novas configurações de trabalho como uma nova classe trabalhadora e não nova classe média? Não se trata apenas da ausência do tema do “expressivíssimo” e, portanto, da ausência de participação na luta por distinção social a partir do consumo de “bom gosto” que caracterizam as classes superiores. (p.48)
E mais, diz ainda que a classe dominante é aquela classe que está constantemente usufruindo de determinados cargos e privilégios na sociedade, visto que a nova classe tenta o tempo todo se igualar a classe média com o desejo de obter os mesmos privilégios que elas possuem, mas ao tentar se igualar eles irão ter dificuldades, pois estarão querendo usufruir de alguns privilégios que não são dessa nova classe. Como já foi discutido ao longo do texto, a formação da nova classe vai além de uma percepção econômica, buscam também obter alguns privilégios e reconhecimento de valores que os farão que se sinta importante, como mostra o texto:
Por que nova classe trabalhadora e não nova classe média? Não se trata apenas da ausência do tema do “expressivíssimo” e, portanto, da ausência de participação na luta por distinção social a partir do consumo de “bom gosto” que caracterizam as classes superiores. As classes dominantes – classes média e alta – se definem, antes de tudo, pelo acesso a dois capitais impessoais
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