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Resumo Raízes do Brasil

Por:   •  4/3/2018  •  1.204 Palavras (5 Páginas)  •  392 Visualizações

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realizar atividades artesanais e assim obter lucros fáceis.

Entre os portugueses que colonizaram a América também é importante ressaltar a completa incapacidade de associação e cooperação, qualidades necessárias para o desenvolvimento de outras atividades produtivas mais complexas. Essas qualidades foram apenas verificáveis em atividades de cunho religioso ou emocional, mas nunca num sentido constante e disciplinado. O autor introduz os conceitos de “cooperação” e “prestância”, que contrapõem-se à “competição” e “rivalidade”. Na população colonial, verificou-se maior inclinação à segunda dupla de características, o que fez com que a sociedade fosse marcada pela fragmentação e a estagnação. Para o autor, verifica-se também uma influência da escravidão num sentimento “preguiçoso” dos colonos, a “moral da senzala” acaba por destruir qualquer ímpeto produtivo.

Por fim, o autor pergunta-se se a colonização holandesa das terras americanas teria sido mais eficiente. Ele argumenta que apesar de sua capacidade empreendedora e maior coesão social, os colonos enviados ao Brasil careciam das qualidades necessárias. Devido à relativa paz e prosperidade nos Países Baixos durante o século XVII, não houve nenhum movimento imigratório em direção às colônias holandesas. Por essa razão, os colonos holandeses eram em grande parte “aventureiros” e cosmopolitas, estabelecendo-se principalmente em Recife. Entretanto o desenvolvimento urbano não traduziu-se em alguma transformação no meio rural. Suas tentativas de transformar o Brasil numa cópia da pátria natal destroem a possibilidade de prosperidade pelo uso da terra. Para vencer nas colônias era necessário adaptar-se ao meio, o que os portugueses realizaram de maneira inigualável. Poucos foram os holandeses que abandonaram o meio urbano pelas plantações de cana, o que levou ao governo da colônia a tentar importar camponeses da pátria-mãe, o que nunca chegou a ocorrer. O idioma português era, aparentemente, mais facilmente assimilado pelos índios e africanos, o que fez com que muitos holandeses o utilizassem na catequização e no trato com os escravos. A fé calvinista dos holandeses também resultava em um grande obstáculo para a criação de vínculo com os dominados, por ser mais exclusivista e menos universalista e “simpática” que o catolicismo.

De certa forma, a capacidade plástica dos colonos portugueses foi um grande diferencial na colonização das terras americanas. Sua incapacidade de manter algum tipo de distinção em relação aos povos dominados passou a ser sua maior qualidade, o que tornou mais fácil a construção de uma colônia portuguesa na América.

Em nota ao capítulo, o autor questiona a persistência da lavoura de tipo predatório em detrimento à métodos mais sofisticados. A recorrência às queimadas decorre do fato de não ser tão recompensador a abertura das terras sem o auxílio do fogo em relação ao trabalho gasto nessa atividade e a baixa procura por madeira. A não utilização de arado decorre do fato da maioria das colônias estarem situadas em regiões serranas e a sua utilização ter se mostrado contraproducente em muitos casos. Os arados europeus muitas vezes prejudicavam os solos, destruindo a fina camada fertilizada da superfície. Os arados utilizados pelos jesuítas e pelos índios quíchuas – que lavravam a pouca profundidade – foram muito mais eficazes nesse sentido.

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