Resumo do livro Trabalho Compulsório e Trabalho Livre na História do Brasil
Por: Sara • 27/3/2018 • 2.264 Palavras (10 Páginas) • 534 Visualizações
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trabalhadores livres o mais expressivo. Boa parte desses migrantes vinha da região Nordeste do país, que sofria com falta de chuvas que chegou matar animais. Sempre se deslocavam para as cidades, como por exemplo, Fortaleza, em busca de comida, formando gigantescos acampamentos, sem condições de higiene, propiciando em 1878 uma epidemia de varíola que matou mais de 30 mil pessoas. As autoridades sem poder atender a tantas pessoas, passou a fornecer passagens de navio para outras localidades, afim de aliviar a tensão. Boa parte, se deslocaram para o Amazonas e Pará, já que a extração de borracha estava no auge e outra parcela foi para o Sudeste.
Imigrantes Internacionais
Na última década do século XIX, a imigração internacional foi a alternativa escolhida para suprir a demanda de mão de obra na região Sudeste, que sofria com o preconceito dos fazendeiros com relação à mão de obra doméstica e mestiça, avaliada como preguiçosa e indigna de confiança, ao contrário da força de trabalho branca europeia, bem como pelo temor que os proprietários tinham daqueles que participaram do movimento abolicionista. O pico da imigração ocorreu entre 1800 e 1914, ou seja, até o início da Primeira Guerra Mundial. Outros dois períodos foram significativos: 1919 até 1930 e 1946 até 1963, período anterior e posterior à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, respectivamente. Mas após 1930, o movimento imigratório diminuiu, mas continuou a entrada de estrangeiros no país, mas não para a atividade agrícola, e sim para as áreas urbanas. A maioria deles sendo de nacionalidade portuguesa, seguido da italiana, espanhola, alemã e japonesa.
Com o trabalho dos imigrantes ocorreu uma valorização social do trabalho, antes considerado degradante. O trabalho da mulher começou a ser valorizado, mesmo vigorando a ideia de que a mulher só deveriam fazer atividades domésticas. A principal empregadora das mulheres foi a indústria têxtil.
Mas os baixos salários refletia o precário padrão de vida dos operários, que compravam somente o essencial e se concentravam em bairros próximos às fábricas que eram mais baratos. Juntando com as más condições de trabalho, a falta de segurança nas fábricas, surgiram os primeiros focos de reinvindicações operárias para a melhoria nos diversos setores da atividade industrial. Apareceram as greves e as denúncias. Foi neste período que surgiram com força ideologias anarquistas, socialistas e comunistas, além de congressos operários, movimentos sindicais e partidos políticos em apoio à classe operária. Nas décadas de 30 e 40, com a pressão dos movimentos sociais, o Estado passou a interferir nas relações privadas de trabalho e finalmente em 1943, foi sancionada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Com a grande crise de 1929 e mais os efeitos da Primeira Guerra Mundial e em seguida da Segunda, houve um aumento da atividade industrial nacional e também da produção agrícola para o mercado interno. São Paulo e Rio de Janeiro se beneficiaram mais desse crescimento por terem um maior mercado local, bem como, oferecerem capital e mão de obra mais barata e abundante durante a crise do café.
Enquanto a imigração estrangeira caia, cresceu o êxodo rural. O destino era as grandes cidades e a capital do próprio estado, a transferência para outros estados e também o engajamento em áreas de ocupação agrícola recente, localizadas em áreas de fronteira e mais promissoras. Um exemplo deste deslocamentos foram os baianos que se dirigiam para São Paulo sozinhos com o intuito de juntar dinheiro para buscar a família depois, mas com o tempo o deslocamento foi familiar. Chegando em São Paulo eles se inseriam na construção civil, trabalhando inicialmente como serventes de pedreiro, dormindo muitas vezes no local de trabalho e ainda sofrendo com a instabilidade no trabalho. Era necessário estar com a documentação em dia, ter especialização, ter recomendações e ainda aceitar pesadas cargas horárias. Aqueles que optaram pela área agrícola, encontraram trabalho nas fazendas de café, algodão, milho, arroz e na criação de gado. Tiveram a oportunidade também de participar de uma colonização, como foi o caso do Paraná, onde uma empresa privada foi responsável pelo planejamento, divulgação, venda dos lotes, implementação da infraestrutura e na arregimentação de migrantes para o empreendimento.
Outro caso pioneiro ocorreu em Goiás, mas com recursos estatais, onde em meados da década de 50 e 60 aconteceu a transferência da capital do país para Brasília, acarretando um grande número de migrantes, principalmente de Minas Gerais, Maranhão e Bahia.
Trabalho Feminino
Durante muitas gerações o trabalho feminino foi principalmente doméstico, sendo a sua única vocação a de ser esposa, mãe e filha, independente de classe social. Esperava-se que seu sustento viesse do homem da casa, primeiro o pai e depois o marido.
A ocupação das escravas no Brasil variavam entre trabalhadoras agrícolas, serviçais domésticas, tecelãs, costureiras, entre outras. Na época colonial, faziam trabalhos pesados juntamente com os homens, arando, plantando e limpando canaviais. Ocupavam ainda, a tarefa mais perigosa do engenho, no rolo da moenda, onde muitas tiveram suas mãos esmagadas. Recebiam os trabalhos mais arriscados porque seu valor de mercado era mais baixo que o dos homens.
No mundo da mineração, mulheres escravas ou não, dominavam o pequeno comércio varejista, abastecendo pequenas vilas nos grandes centros urbanos. Recebiam o nome de “negras de tabuleiro”. Vendiam tecidos, instrumentos de trabalho, bebidas, fumo, comida. Essa atividade também poderia ser vista nas ruas do Rio de Janeiro e em São Paulo.
Algumas atividades eram de exclusividade das mulheres, como a ama de leite, que quando procriavam se tornavam amas de leite e passavam a conviver de forma mais íntima com a família de seu senhor. Outro ofício era o de parteira, chamada de curiosas pelos médicos do século XIX, aprendiam a função com outras mais experientes.
O cotidiano das mulheres nessa época era bem difícil, já que o trabalho delas não era bem visto, mas a opção de casamento não era para todas. O dote era exigido, dificultando a parcela mais pobre da população a encontrar um bom casamento. Isso fez com que o índice de filhos ilegítimos crescesse e a mulher passou a assumir o destino do seu lar. Algumas se encontravam sozinhas com seus filhos porque seus maridos migravam para outros locais, mas a grande maioria não conseguia um parceiro que assumisse um casamento legalizado segundo as leis da Igreja.
Não era fácil também para aquelas que vinham de outros países, com filhos pequenos, para se
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