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Fichamento de Pode o subalterno falar

Por:   •  25/12/2018  •  937 Palavras (4 Páginas)  •  616 Visualizações

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“O significante ‘representação’ é um exemplo típico. No mesmo tom desqualificante que rompe a ligação da teoria com o significante, Deleuze declara: ‘Não há nada além da ação’ – ‘a ação da teoria e a ação da prática, que se relacionam entre si e formam rede’ (FD, P. 206-20).” (pg 38)

“Se este é, de fato, o argumento de Deleuze, sua articulação é problemática. Dois sentidos do termo ‘representação’ são agrupados (...) Como a teoria é também apenas uma ‘ação’, o teórico não representa (fala por) o grupo oprimido. De fato, o sujeito não é visto como uma consciência representativa (uma consciência que “re-presenta” a realidade adequadamente). Esses dois sentidos do termo representação – no contexto da formação do Estado e da lei, por um lado, e da afirmação do sujeito pot outro- estão relacionados, mas são irredutivelmente descontínuos.” (pg 39 e 40).

“Revela-se, assim, a banalidade das listas produzidas pelos intelectuais de esquerda nas quais nomeiam subalternos politicamente perspicazes e capazes de autoconhecimento. Ao representá-los, os intelectuais representam a si mesmos como sendo transparentes.” (pg 41).

Spivak utiliza “O 18º Brumário de Luís Bonaparte” de Marx, para fundamentar a questão da representação, onde utiliza-se um exemplo de representação vertretung, demonstrando a dificuldade do gerenciamento coletivo e individual:

“A passagem que se segue, continuando a citação de O 18º Brumário, também discute o principio estrutural de um sujeito de classe disperso e deslocado: a consciência – coletiva ausente – de classe de um pequeno proprietário camponês encontra seu “portador” em um “representante” que parece trabalhar no interesse de um outro.” (pg 43).

“Por mais reducionista que uma analise econômica possa parecer, os intelectuais franceses correm o risco de se esquecerem de que toda essa iniciativa sobredeterminada tenha sido no interesse de uma situação econômica dinâmica que requereu que os interesses, motivos (desejos) e poder (do conhecimento) fossem impiedosamente deslocados.” (pg 59).

Referências:

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

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