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Fichamento desenho

Por:   •  20/1/2018  •  1.671 Palavras (7 Páginas)  •  384 Visualizações

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“São os ‘olhadores’ que fazem um quadro” P70.

“No passado, e ainda hoje, os objetos artísticos possuíram funções sociais e econômicas que permitiriam sua constituição e seu desenvolvimento; antes se ser arte, o crucifixo foi objeto de culto, o filme um espetáculo a ser consumido.” (p. 92)

Exemplos de Antiartistas existiram em um muitos momentos da história. Muitos reuniam-se em grupos e contestavam a validade das obras de artes. Esse artistas criavam no intuito de não deixar vestígios, ou seja, criações de momentos e que provavelmente jamais se repetiriam. Talvez involuntariamente, esses artistas não tivesse intensão de deixar algum legado na essência de que tal movimento propunha. Mas será que as obras de arte não teriam um período de sobrevivência?

Muitos músicos, cantores, atores de teatro não tiveram um legado tão aparente nos dias atuais, isto devido falta de recursos tecnológicos que disponibilizassem registros de vídeo e áudio, sendo esquecidos no passar dos anos. A arqueologia tem papel importante na busca de reconstituições. Textos podem ser recuperados, mas a essência ficou perdida no tempo.

No caso de obras de arte que aparentemente estão intactas em museus, a temporaneidade é fator condicionante de degradação, porém desde a criação de pinturas e esculturas são utilizados métodos de conservação muitas vezes inapropriado que geram uma descaracterização nas obras, e na ótica de sobrevivência, a obra sofreu mutação.

No caso da ópera, movimento artístico muito valorizado no século XV, os fatores sociais e econômicos foram determinantes na substituição do gosto popular pelo cinema. Para a constituição de um espetáculo de ópera, são necessários muitos investimentos em infraestrutura e na contratação de artistas que darão a funcionalidade a obra de arte. O cinema, embora tenha a necessidade de um investimento inicial, a lucratividade posterior é compensatória, devido a sua instalação física e uma alta procura por parte dos consumidores. Vale ressaltar que no século atual, ainda há uma demanda significativa de expectadores para os concertos em óperas pela consciência de ato cultural, porém a sua existência é totalmente dependente da intervenção do governo e da iniciativa privado no âmbito da preservação.

Partindo de uma outra ótica, as pinturas tão apreciadas e supervalorizadas financeiramente na contemporaneidade nem sempre apresentou as mesmas características econômicas. Há relatos que no início do século XV não existiam pintores de renome. É rotineiro ouvir que a maioria dos pintores somente tiveram a valorização de suas obras após os seus óbitos. A informação é verídica em partes. Nessa época foram criados precursores da publicidade e do marketing, os chamados “marchands”, pessoas que viram nas obras de artistas desconhecidos um comércio extenso e lucrativo. O processo ocorria na tentativa de criar apreciadores de arte no o decorrer dos anos. Inúmeras propaganda, tentativa de valorização de artistas, em muitos casos de valendo de falcatruas e malandragens, tudo em prol do acumulo de riquezas. Em contraponto, veio o movimento vanguardista que tinha a intensão renovação cultural através de criações nada convencionais comparadas ao cenário da época. Mesmo sem pretensões, os vanguardas tiveram suas obras valorizadas até hoje, tornando-os cumplices dos marchands.

Com dito anteriormente, o cinema é sucesso da ópera, por fazer parte de um processo tecnológico e muito atual. Os custos iniciais são compensatórios quando difundidos a classe consumidora. A ópera hoje sobrevive por conta de instituições de conservação e preservação. Seguindo esse raciocínio, a arquitetura, também considerada arte, necessita de arquitetos para a projeção de casas de menores e maiores escalas, seus fatores de custo estão relacionados ao prestigio de determinados escritórios, porém a valorização cultural do arquiteto é temporal. Em detrimento das degradações temporais, as instituições tombamento são essenciais para a preservação das obras arquitetônicas, muitas vezes tidas como patrimônio histórico.

“Se há degradação social no contexto urbano onde o edifício foi construído, não é a celebridade do arquiteto que o salvará.” (p. 103)

Em uma análise geral, a sensibilidade de apreciação vai além de um gosto pessoal. Está totalmente relacionada representatividade da obra em sua criação, seja na sensibilidade do artista ou na crítica dos padrões existentes. Compreender arte é sem sombra de dúvidas muito complexo, pois a arte evolui junto a história e cada artista traz sua essência e sua representatividade perante a sociedade, ou seja, não há como estipular regras, pois tudo é arte se houver apreciação.

Chega o momento de conclusão desse fichamento e para âmbito de aprendizagem para um acadêmico de Arquitetura e Urbanismo, o trabalho foi enriquecedor tanto para a disciplina de Estética e História da arte, quando para a vida de um futuro profissional. Houve, com esse livro, a possibilidade de conhecem momentos importantíssimos na história que determinaram os padrões de arte estabelecidos pela sociedade contemporânea. É comum se deparar com obras que aparentemente não havia tanta beleza e nada aquém ao cotidiano das pessoas. Como uma parte integrante de uma bicicleta pode ser considerada arte? Um mictório, tão extremo as necessidade fisiológicas humanas? De fato, talvez não haja beleza, mas um essência carregada de pretensões históricas, que atravessaram décadas, seja de forma corrupta ou lícita. O fato é que compreender determinados padrões, ou mesmo apenas compreender que gostos artísticos são mutáveis, são esclarecedores para despertar um sensibilidade

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