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Transtorno de Condutas

Por:   •  26/12/2017  •  1.765 Palavras (8 Páginas)  •  452 Visualizações

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de um prognostico de risco para o comportamento criminal. Indivíduos com transtorno de conduta podem apresentar transtornos de humor, ansiedade, estresse pós-traumáticos, de controle de impulsos, psicóticos, transtornos de sintomas somáticos e transtornos relacionados ao uso de substâncias (APA, 2014).

Comportamentos como agressividade, desobediência e birras são inerentes à infância e adolescência, por isso, ao realizar uma avaliação diagnóstica é importante que o profissional faça um estudo aprofundado para diferenciar o patológico da normalidade (DIAS, 2012).

São considerados fatores de risco para o transtorno de conduta: temperamento infantil de difícil controle, inteligência abaixo da media, principalmente em relação ao QI verbal; rejeição e negligencia parental; disciplina agressiva; abuso físico ou sexual; psicopatologia familiar; exposição à violência; fatores genéticos; ambientes onde os padrões de comportamento disruptivos são considerados quase normais (APA, 2014). Dias (2012) apresentou pesquisas que encontrou prejuízos significativos nas funções executivas e na atenção em indivíduos que tem transtorno de conduta e comportamentos desviantes ao longo da infância.

Barros e Silva (2006) esclarecem que cada tipo de comportamento pode ser adaptativo ou desadaptativo de acordo com o ambiente, e que podem ser modificado, tendendo a acompanhar o ambiente com que o individuo interage. Destaca que o período da infância é bastante flexível a mudanças, abrangendo a importância do desenvolvimento das habilidades sociais nessa faixa etária, construindo habilidades sócio emocionais, evitando comportamentos negativos como teimosia e birra.

As variáveis do ambiente interagem com o desenvolvimento da criança e interferem na formação do comportamento agressivo. Comumente estudos mostram a relevância dos estilos e práticas parentais no desenvolvimento social da criança e adolescente, portanto é primordial proporcionar às crianças conjuntos de regras e vigilância sobre o cumprimento dos limites propostos, além de uma ação disciplinar efetiva quando as regras são violadas, sem uso de violência (BARROS e SILVA, 2006).

O contato com outras pessoas com comportamento violento também auxiliam no desenvolvimento do comportamento infrator. Em pesquisa, Souza e Resende (2012) identificaram que o abandono dos estudos também precipitam atividades delinquentes. As autoras deram destaque à frieza afetiva que os adolescentes com comportamento violento apresentam, identificando um ciclo vicioso entre as gerações, encontrando traços de transtorno de conduta nos irmão e pais dos adolescentes estudados.

Corroborando com os estudos apresentado, Dias (2012) acrescenta que os comportamentos desviantes são manifestos quando a criança sofre privação afetiva, e os comportamentos inadequados ocorrem na tentativa de obter algo bom que foi perdido, testando a sua capacidade de suportar a agressão. As imagens parentais negativas são internalizadas e projetadas agressivamente, como forma de proteção à rejeição.

A classe social também pode ser preditor para o comportamento desadaptativo. De acordo com Luzes (2010), pesquisas concluem que o comportamento delinquente é mais frequente em sociedades economicamente desprivilegiadas e nos meios urbanos, tendo em vista que a pobreza frustra o exercício das funções parentais e aumenta as adversidades nas famílias. Sendo assim, o delito torna-se uma forma de aquisição de novas maneiras de socialização.

Os tratamentos para o transtorno de conduta variam de intervenções junto à família e à escola, como psicoterapia familiar e individual, orientação de pais, comunidades terapêuticas, treinamentos de pais e professores e técnicas comportamentais (BORDIN e OFFORD,2000). Os autores afirmam que nenhum tratamento é extremamente eficaz quando for utilizado como intervenção isolada e acrescentam que quanto mais precocemente iniciado, maior a probabilidade de obter resultados positivos. É comum adolescentes apresentarem resistência a psicoterapia, por isso o autores supracitados sugerem oficinas que propiciem ao jovem a oportunidade de estabelecer vínculos afetivos com o profissionais, tomando-o como modelo, além de auxiliar o adolescente a perceber-se capaz de criar, favorecendo a autoestima. É importante a inclusão da família no processo terapêutico, tendo em vista, que muitas vezes os sintomas são decorrentes de uma atuação parental negligente e agressiva, ou que os pais necessitam de tratamento psiquiátrico.

Um dos grandes equívocos do tratamento é tratar os adolescentes como delinquentes e trancá-los em entidades, sem propiciar a estes meio de desenvolver as habilidades sociais e afetivas (LUZES, 2010). Portanto, o autor propõe reformas nas intervenções atuais, incluindo tratamentos terapêuticos, que auxilie o jovem a compreender conceitos como responsabilidade, consequências dos seus atos e consciência moral. O transtorno de conduta deve deixar de ser visto como problema de direito e passar a ser encarado como um problema de saúde publica, através de uma abordagem multidisciplinar.

Sendo assim, conclui-se que a personalidade dos jovens que apresentam diagnóstico de transtorno de conduta não se aplicam de forma igual a todos, cada indivíduo mantem sua singularidade e dinamismo e ocorrem através de influencia de fatores sociais, familiares, situacionais, biológicos, que os auxiliaram a desenvolver a sua maneira de pensar, sentir e agir (SOUZA e RESENDE, 2012). Portanto, ao avaliar um individuo diagnosticado com transtorno de conduta, deve-se identificar sua história de vida, sua rede de apoio, sua rotina e a comunidade que está inserido, para propor a melhor estratégia de intervenção e buscar resultados positivos sem deixar de lado a humanização e o respeito pelo indivíduo.

Por fim, ressalta-se a importância de pesquisas acerca do transtorno de conduta e adversidades psicossociais, com o intuito de viabilizar o acesso as informações necessárias e auxiliar a identificar os sintomas e o tratamento adequado para essas crianças e adolescentes, pois quanto antes o transtorno for identificado, maiores as possibilidades de ações preventivas (DIAS, 2012).

Referências bibliográficas.

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