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Trabalho Psicodinamica Caso Clinico

Por:   •  2/5/2018  •  2.047 Palavras (9 Páginas)  •  480 Visualizações

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Maria é uma criança de estatura bastante pequena para a idade, Quase não olhando para o interlocutor, falando em tom baixo e ritmo lento. Bastante atenta ao entrevistador, porem com postura desconfiada, apresentando poucas demonstrações afetivas.

Histórico de vida:

Atual:Maria tem 9 anos, fora encaminhada pelo conselho tutelar devido à suspeita de abuso sexual e físico. Apresenta poucas demonstrações afetivas, fala em tom baixo e ritmo lento, durante o atendimento custa a se interessar por algo, na hora do jogo, demora na escolha dos brinquedos e a iniciar atividades. Demonstra desconfiança, prefere o isolamento, deixa o terapeuta de fora. Não gosta de vínculos. Apresenta nível intelectivo médio, mas tem dificuldades de aprendizagem desde a entrada na escola. Com reclamações de desatenção, agressividade, irritabilidade, socialização difícil. Se nega a trabalhar em grupo. Reside com a avó paterna.

História Pregressa: frequenta creche desde bebê e entrou na escola com seis anos, com adaptação razoável, porém com diversas reclamações da escola a respeito de brigas e problemas de aprendizagem. Desafia e briga com colegas e professores, se negando a trabalhar em grupos, demonstrando irritação e se isolando dos demais. Reage agressivamente quando contrariada, ou age como se os outros não existissem. Se mostra desatenta na aula, fica fazendo desenhos, e em várias oportunidades ficava escrevendo cartinhas carinhosas para a mãe. Passou por várias dificuldades desde o nascimento, Pai e mãe dependentes químicos, foi negligenciada pelos mesmos, passou por uma alternância e instabilidade quanto aos cuidadores deixada ora com a mãe, ora com o pai, ou a avó. Passou por separação dos pais. Mãe com comportamento sexual promíscuo, a expondo a vários parceiros que teve, com quatro anos assistia cenas de sexo com o parceiro da mãe, era espancada constantemente pelos mesmos. Relatou a avó que fora abusada sexualmente pelo padrasto sob ameaça de surra. Passou a morar com a avó que se mostra interessada e carinhosa, com quem reside atualmente. A mãe sempre negou o abuso, alegando invenção da menina. Nessa época a menina detalhava o ato sexual, e os órgãos sexuais em suas brincadeiras, e se masturbava constantemente. Perdeu a mãe com sete anos devido a AIDS, o que segundo a avó parece ter deixado a menina mais arredia e brava. A aplicação de teste de fábulas apontou que a menina sente-se responsável pelo abuso sofrido, e pelo falecimento da mãe.

Sintomas atuais

Sensopercepção: Área preservada

Atenção: Distraibilidade – desatenta na aula –

Hipervigilancia – Comportamento evitativo, desconfiado.

Afeto: Labilidade afetiva – não tem amigos, responde agressivamente a interações, briga com professores e colegas.

Disforia- mostra-se irritada com colegas, e quem tenta se aproximar.

Quando contrariada reage agressivamente.

Consciência: Área preservada

Conduta: Negativismo – nega-se a trabalhar em grupo, não permite interações, opositora.

Apatia- Não tem vontade de brincar, não participa de atividades, grupos

Orientação: Área preservada

Pensamento: Área preservada

Linguagem: Mussitação -voz baixa –

Inteligência: Área aparentemente preservada (não testada)

Memória: Área preservada

Hipótese Diagnóstica de Maria

Transtorno de estresse pós traumático. F43.10 – DSM5- 309.81

Diagnostico diferencial conforme DSM-V

TOC- No TEPT frequentemente ocorrem imagens mentais ou pensamentos intrusivos indesejáveis relacionados ao trauma, sintomas depressivos e vários comportamentos de esquiva nem sempre facilmente diferenciáveis dos observados no TOC. Porém, rituais não caracterizam o TEPT Hiperatividade e impulsividade: negativo, pois apenas três itens coincidiram com o diagnóstico.

TEA- Tanto em TEA quanto TEPT aparecem os sintomas de revivência e hipervigilância; Porém em TEA, são necessários ao menos 3 sintomas dissociativos ( redução da consciência, desrealização, despersonalização, entorpecimento, amnésia); o tempo decorrido após o fator estressante também é um diferencial

TA (Transtorno de adaptação)

No transtorno de adaptação pode ser de qualquer gravidade ou tipo em vez do exigido pelo critério A do TEPT.

Transtorno depressivo maior

Pode ser diagnosticada se outros sintomas do TEPT estiverem ausentes.

Transtorno de personalidade

Dificuldades interpessoais que tiveram seu início ou ficaram exacerbadas após um evento traumático são um indicativo de TEPT.

Transtorno Oposição Desafiante e Tdh

Sintomas não satisfazem para os diagnósticos.

Diagnóstico psicodinâmico.

Maria vem de um contexto ambiental bastante conturbado, com pais ambivalentes, e negligenciadores. Dependentes químicos.

Apesar de desenvolvimento motor normal, obteve aquisição tardia da fala o que caracteriza a deficiência das funções maternais.

Era esquecida no carrinho, e passou por muitas alternâncias de cuidadores, vivenciando o desamparo e falta de amor.

A mãe tinha um comportamento sexual promíscuo não fornecendo a continência necessária para o bom desenvolvimento psicossexual.

Separou-se do pai de Maria, a levou junto e a expôs a diversos parceiros, com quatro anos, além das cenas de sexo vistas por ela, ainda era espancada, caracterizando o papel do “real exterior”, que provocaria o trauma psíquico de variável bastante complexa, pela incapacidade de Maria de significar ou representar mentalmente

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