TRÊS ENSAIOS SOBRE A TEORIA DA SEXUALIDADE
Por: Salezio.Francisco • 22/12/2017 • 2.968 Palavras (12 Páginas) • 529 Visualizações
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O problema está justamente em saber como é que o prazer vivenciado pode despertar a necessidade de um prazer ainda maior.
O MECANISMO DO PRÉ-PRAZER
O papel desempenhado pelas zonas erógenas é claro, elas são todas usadas para proporcionar, mediante sua estimulação apropriada, um certo aumento do prazer; este leva um acréscimo de tensão que, por sua vez, tem de produzir energia motora, necessária para levar a cabo o ato sexual.
O pré-prazer, portanto, é o mesmo que já pudera ser produzido, embora em menor escala, pela pulsão sexual infantil; o prazer final é novo e, portanto, provavelmente está ligado a condições que só surgem na puberdade. Elas são empregadas para possibilitar, por meio do pré-prazer delas extraído, como na infância, a produção do prazer de maior satisfação.
OS PERIGOS DO PRÉ-PRAZER
A ligação do pré-prazer com a vida sexual infantil é corroborada pelo papel patogênico. O mecanismo que está incluído o pré-prazer pode resultar, evidentemente, um perigo para a consecução do alvo sexual normal, o pré-prazer colabora com a tensão. Então ocorre uma falta na força pulsional para que o processo sexual seja levado adiante. A pré-condição dessa eventualidade, na vida infantil, a zona erógena ou a pulsão parcial correspondente haja contribuído numa medida incomum para a obtenção de prazer. Quando se somam com fatores que promovem a fixação, ocorre a sugestão que em época posterior da vida uma compulsão que resiste a incorporação desse pré-prazer . Isso gera mecanismos de muitas perversões e ocorre uma demora nos atos preparatórios do processo sexual. O malogro da função do mecanismo sexual por culpa do prazer é facilmente evitado quando na vida infantil se pronuncia igualmente o primário das zonas genitais. Durante os oito anos á puberdade, as zonas genitais já se comportavam de maneira semelhante à da maturidade. Já na infância junto ao prazer de satisfação, surge uma tensão sexual, bem menos constante e profusa. Tal sentimento traz consigo uma pressão para alterar a situação psíquica é impulsionada a mais estranha á natureza do sentido do prazer. A criança porta-se como um adulto a partir do momento em que transforma sua libido em angústia quando não pode satisfazê-lo, é inversamente quando um adulto neutralizado pelo sua libido insatisfeito comporta-se como uma criança em sua angústia, começa a sentir-se só, ou seja, uma pessoa de cujo amor se acredite seguro, e quer aplacar esse medo através das medidas mais pueris.
O PROBLEMA DA EXCITAÇÃO SEXUAL
A tensão sexual surge simultaneamente com o prazer ao serem satisfeitas as zonas exógenas. Essa tensão brota do próprio prazer, como também anula se considerarmos que, no prazer máximo se vincula à descarga dos produtos sexuais, não se produz tensão alguma, ao contrário toda a tensão é abolida. Então o prazer e tensão sexual só podem ser relacionados de maneira indireta.
O PAPEL DAS SUBSTÂNCIAS SEXUAIS
À parte o fato de que, normalmente, só a descarga das substâncias sexuais põe fim à excitação sexual, temos ainda outros pontos de referências para relacionar a tensão sexual com os produtos sexuais. Numa vida de contingência, o aparelho sexual costuma livrar-se das substâncias sexuais durante a noite (polução noturna), é uma função de acumulação de sêmen nos reservatórios de produtos sexuais. A acumulação de substâncias sexuais cria e mantém a tensão sexual; a conhecida sensação de tensão, se a excitação das zonas erógenas aumenta a tensão sexual, isso só poderia acontecer pressupondo-se que elas tenham uma ligação anatômica prefigurada com esses centros, elevem o tônus de excitação neles e, sendo suficiente a tensão, ponha em marcha o ato sexual.
APRECIAÇÃO DOS ÓRGAÕS SEXUAIS INTERNOS
As observações feitas em homens castrados parecem mostrar que a excitação sexual pode independer em grau considerável da produção de substâncias sexuais. Doenças que eliminam a produção de células sexuais masculinas deixam intactas a libido e a potência do individuo agora estéril. É certo que a castração praticada em idade precoce, antes da puberdade, aproxima-se, em seu efeito, do objetivo de suprimir os caracteres sexuais, embora aqui, além da perda das glândulas sexuais em si, também possa entrar em jogo uma inibição do desenvolvimento de outros fatores, vinculada a essa perda.
TEORIA QUÍMICA
As experiências feitas com a extirpação das gônadas (testículos e ovários) de animais, bem como o correspondente reimplante desses órgãos em vertebrados do sexo oposto, finalmente lançaram uma luz parcial sobre a origem da excitação sexual e, com isso, reduziram ainda mais a importância da eventual acumulação de produtos celulares sexuais. Assim estamos autorizados a supor que na porção intersticial das gônadas produzem-se substâncias químicas especiais que, absorvidas na corrente sanguínea, carregam de tensão sexual determinadas partes do sistema nervoso central. A verdade é que nada sabemos informar sobre a natureza da excitação sexual, sobretudo por desconhecermos a que órgão ou órgãos está ligada a sexualidade, uma vez que descobrimos haver superestimado a importância das glândulas sexuais. Já temos conhecimento, no caso de outras substâncias tóxicas introduzidas no corpo como algo estranho, de uma transformação similar de um estímulo tóxico num estímulo que atua sobre determinado órgão. A questão das interações surgidas no curso dos processos sexuais entre os efeitos dos estímulos puramente tóxicos e os fisiológicos ainda não pode ser tratada, nem mesmo hipoteticamente, no atual estado de nossos conhecimentos. As neuroses, que só podem ser atribuídas à perturbações na vida sexual, mostram a mais extrema semelhança clínica com os fenômenos de intoxicação e abstinência decorrentes do uso habitual de substâncias tóxicas produtoras de prazer (alcaloides).
A TEORIDA DA LIBIDO
Libido é uma força quantitativa variável que poderia medir os processos e transformações ocorrentes no âmbito de excitação sexual. Separando a energia libidinosa das demais formas de energia psíquica, vemos que os processos sexuais do organismo diferenciam-se dos processos de nutrição por uma química especial. Esse tipo de excitação sexual é fornecida por os órgãos do corpo, não apenas pelas partes sexuais. Cabe dizer aqui, também, sobre
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