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“TRÊS ENSAIOS SOBRE A TEORIA DA SEXUALIDADE”

Por:   •  20/11/2018  •  1.201 Palavras (5 Páginas)  •  415 Visualizações

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II – A Sexualidade Infantil

O segundo ensaio de Freud aponta o descaso da sociedade quanto à sexualidade infantil. Segundo ele, o sujeito encontra o prazer em seu próprio corpo, pois nos primeiros tempos de vida, a função sexual está intimamente ligada à sobrevivência. Já as opiniões populares, sobre a pulsão sexual dizem que ela esta ausente na infância e só desperta no período da puberdade. Mas esse não é apenas um erro qualquer, e sim um equivoco de graves consequências, atribuindo então uma influencia muito maior a hereditariedade.

Freud faz uma critica sobre a hereditariedade, pois alguns autores ao invés de estudar a infância como principio a vida sexual, se ocupam com teorias da hereditariedade e cita a sexualidade infantil como depravação precoce.

A existência da amnésia infantil fornece um novo ponto de comparação entre o estado anímico da criança e dos psiconeuróticos, que em função de sexualidade preserva o estado infantil. A amnésia histérica, que está a serviço do recalcamento, só é explicável pela circunstancia de que o individuo já possui um acervo de traços anêmicos que deixaram de estar à disposição da consciência e que agora, através de uma ligação associativa, apoderam-se daquilo sobre o que atuam as forças repulsoras do recalcamento por não dar valor ao período infantil no desenvolvimento da vida sexual. Para tanto reprimir a sexualidade da criança é reprimir o seu corpo, que se constitui na base real do seu próprio ser, diz-se que o complexo de Édipo também contribui a essa formação. Pois afinal não existe uma separação entre a sexualidade infantil e a sexualidade adulta, o que existe é uma ligação única e uma continuidade entre elas, inseparável e consequente.

Tomando como modelo prototípico da sexualidade infantil o ato de sucção do bebê, Freud deriva as três características daquela, sem, no entanto mencionar explicitamente a questão do apoio (da sexualidade sobre a auto-conservação). Uma definição na qual quase tudo o que caracterizaria a pulsão está presente (alvo, objeto e fonte - zona erógena), menos o impulso. Outra questão a ser observada é que a questão do apoio não seja mencionada na definição da sexualidade infantil, ela já aparece de modo diluído, referindo-se à sexualidade oral, ou mesmo a propósito da sexualidade anal (apoiada sobre a função de excreção).

Freud deixa claro, por exemplo, que, associado à função alimentar, desenvolve-se o processo sexual no qual o objeto passa a ser fonte de satisfação e gozo infantil. Ao ato alimentar é associado o prazer advindo do atrito entre a boca da criança e o bico do seio, ou mesmo em função do fluxo do leite. Tudo isso passa a ser fonte de excitação. Mais tarde quando o bico do seio é substituído pelo dedo, evidencia-se o caráter propriamente sexual do ato de sucção, independentemente de uma função biológica conhecida. A condição para que isso ocorra é a separação da “necessidade de repetir a satisfação sexual” da “necessidade de nutrição”.

Freud definiu preliminarmente as três fases da masturbação infantil: 1- Lactância; 2- Florescência da atividade sexual infantil; 3- Onanismo da puberdade. Nessas etapas a criança deve aprender a ler e assumir seu próprio corpo, o corpo que é ela própria. A superação do dualismo corpo-mente deverá ser um novo estágio da condição humana e sua compreensão epistemológica.

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