PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA
Por: SonSolimar • 18/12/2018 • 1.149 Palavras (5 Páginas) • 409 Visualizações
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Por intermédio da mãe, para Lacan (2008), como a mulher é um ser que não tem o falo embora o deseje ardentemente, ela tende a usar o filho como um objeto equivalente, ou seja, faz uso do bebê como um objeto de gozo. Para Lacan (como também para Freud) todas as mães têm essa tendência doentia a gozar de seus filhos como consolo para sua falta de pênis, todas.
Nesse sentido, no início da vida, segundo Lacan, a mãe seria para o bebê a encarnação da sua realidade, já que ele passa quase todo o tempo com ela. O problema é que essa realidade seria, um inferno, pois ela seria constituída unicamente do desejo caprichoso, voraz e sem lei da mãe. Nesse contexto, o bebê ainda não seria capaz de entender a realidade, já que ainda não saberia o que move o desejo da mãe, o que ela busca, pois ainda não lhe teria sido apresentado o último elemento da frase.
Num segundo momento, o que salvaria o bebê desse estado terrível de submissão ao desejo absoluto da mãe seria o fato de que ele não seria capaz de encarnar definitivamente o falo, ou seja, de saciar completamente o desejo da mãe por um pênis. Em decorrência, aos poucos, a mãe iria deixando-o um pouco de lado e, ao mesmo tempo, mostrando que ela tem outros interesses.
É essa mudança no funcionamento da mãe que coloca em jogo e indica a existência do Nome-do-Pai e junto com ele a significação fálica. É a partir daí que começa a surgir para o sujeito a percepção do significado que tinha até então para a mãe. Aos poucos, ele iria se apercebendo que encarnava para ela esse objeto que o mundo todo desejo e que regula o funcionamento da realidade, a saber o falo.
A partir de então, a realidade que antes era caótica e sem lei, passa a poder ser entendida, pois agora a gente sabe qual é o último elemento da frase.
Referências:
FREUD, S. A dissolução do Complexo de Édipo (1924), v. XIX, p. 189-199. Edição Standard da Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Rio de Janeiro: Imago, 1996
KUPFER, Maria Cristina Machado et al. As relações entre construção da imagem corporal, função paterna e hiperatividade: reflexões a partir da Pesquisa IRDI. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 12, n. 1, p. 45-58, 2009.
LACAN, Jacques. Os complexos familiares na formação do indivíduo: ensaio de análise de uma função em psicologia. Zahar, 2008.
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