DESENVOLVIMENTO A PARTIR DAS TEORIAS DE PIAGET, VYGOTSKY E WALLON
Por: kamys17 • 21/3/2018 • 1.713 Palavras (7 Páginas) • 566 Visualizações
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Segundo Sayegh (2006), a criança vai usando o sistema pela sua própria estrutura mental, que Piaget destaca a lógica, a moral, a linguagem e a compreensão de regras sociais que não são inatas, que não são impostas de dentro para fora e sim construídas pelo sujeito ao longo do desenvolvimento, através de estágios diferentes um do outro.
A relação com o mundo que Vygotsky destaca é através do processo de socialização, ou seja, os fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento intelectual. Sua teria é de transmissão do conhecimento da cultura para criança, os indivíduos interagem com agentes sociais mais lecionados, como professores e colegas. As crianças constroem e internalizam o conhecimento que esses seres instruídos possuem.
Para Vygotsky, a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e é nela que se estabelecem as primeiras relações com a linguagem na interação com os outros. Nas interações cotidianas, a mediação com o adulto acontece espontaneamente no processo de utilização da linguagem, no contexto das situações imediatas. (SANTOS, 2000, p.4)
O conceito de mediação simbólica trata do conceito de intermediação, da relação homem-mundo, que acontece de duas formas: - instrumentos, que são objetos, ferramentas criadas pela necessidade de intervenção do homem no mundo, possibilitando ação; - signos/símbolos, que são representações, dando sentido/significado objetivo e abstrações elaboradas, internalizadas, capazes de auxiliar e/ou facilitar uma função psicológica (atenção voluntaria, memória lógica, formação de conceitos, etc).
Vygotsky determina a fala como importante componente para o desenvolvimento, dizendo que o pensamento nasce através das palavras. É apenas pela relação da criança com a fala do outro em situações de interlocução, que a criança se apropria das palavras, que no inicio são sempre palavras do outro.
A aprendizagem tem um papel fundamental para o desenvolvimento do saber, do conhecimento. Todo e qualquer processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre eles.
Vygotsky explica esta conexão entre desenvolvimento e aprendizagem através da zona de desenvolvimento proximal (distancia entre o conhecimento real e conhecimento potencial), um espaço ativo entre os problemas que uma criança pode resolver sozinha (conhecimento real) e os que deverá resolver com a ajuda de outro sujeito mais capaz no momento, para em seguida, chegar a dominá-los por si mesma (conhecimento potencial).
Quando se trata de desenvolvimento para Wallon, defende a ideia da compreensão da criança completa, contextualizada, como uma realidade viva e total no conjunto de seus comportamentos, suas condições de existência.
A afetividade para Wallon é o ponto de partida para o surgimento do desenvolvimento, estando presente no primeiro ano de vida, é através da afetividade e da construção da própria emoção que as crianças comunicam-se e constituem-se como sujeitos com significado, para mais adiante tornar-se sujeito próprio.
Wallon propõe estágios de desenvolvimento, assim como Piaget, porém, ele não é adepto da ideia de que a criança cresce de maneira linear. O desenvolvimento humano tem momentos de crise, ou seja, uma criança ou um adulto não são capazes de se desenvolver sem conflitos. A criança se desenvolve com seus conflitos internos e, para ele, cada estágio estabelece uma forma de interação com o outro, é um desenvolvimento conflituoso.
Assim como Vygotsky, Wallon acredita que o social é imprescindível. A cultura e a linguagem fornecem ao pensamento os elementos para evoluir, sofisticar. A parte cognitiva é muito flexível, não existindo linearidade no desenvolvimento, sendo este descontínuo e por isso sofrem crises, rupturas, conflitos, retrocessos, como um movimento que tende ao crescimento.
Para Wallon o aprendizado se dá a partir do ato motor à medida que o corpo
através dos movimentos aprende e se incorpora ao ato mental inibindo o
ato motor. (DANTAS,1992,p.38)
Para Wallon, a cognição está alicerçada em quatro categorias de atividades
cognitivas específicas, às quais se dá o nome de campos funcionais. Os
campos funcionais seriam o movimento, a afetividade, a inteligência e a
pessoa.
O movimento seria um dos primeiros campos funcionais a se desenvolver, e
que serviria de base para o desenvolvimento dos demais.
Wallon dá especial ênfase ao movimento como campo funcional porque
acredita que o movimento tem grande importância na atividade de
estruturação do pensamento no período anterior à aquisição da linguagem.
A afetividade, por sua vez, seria a primeira forma de interação com o meio
ambiente e a motivação primeira do movimento.
À medida que o movimento proporciona experiências à criança, ela vai
respondendo através de emoções, diferenciando-se, para si mesma, do
ambiente.
Na obra de Wallon, inteligência tem um significado bem específico, estando
diretamente relacionada com duas importantes atividades cognitivas
humanas: o raciocínio simbólico e a linguagem. À medida que a criança vai
aprendendo a pensar nas coisas fora de sua presença, o raciocínio
simbólico e o poder de abstração vão sendo desenvolvidos. Ao mesmo tempo,
e relacionadamente, as habilidades linguísticas vão surgindo no indivíduo,
potencializando sua capacidade de abstração.
Wallon dá o nome de pessoa ao campo funcional que coordena os demais.
Seria este também o campo funcional responsável pelo desenvolvimento da
consciência e da identidade do eu.
As relações entre estes três campos funcionais não são harmônicas, de modo
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