A Teoria de Vygotsky

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As afinidades interacionistas do homem se geram das experiências vividas pelo individuo com o meio. Assim sabe-se que o individuo só se desenvolve usando interacional com o meio/sociedade já seja do ponto cultural, intelectual ou social. Vygotsky estudou o processo de desenvolvimento das relações humanas e sua interação com a sociedade.

Para Vygotsky (2002) a criança ao nascer começa a perceber o mundo que a rodeia e espontaneamente tenta assimilar tudo o que vê, ouve ou sente, através da imitação, começa a copiar as ações que o seu cérebro registrou através de seus sentidos, os quais são os intercessores da criança com o meio.

O contato estabelecido entre o homem e o meio sócio-cultural, é um dos pontos fulcrais do processo de desenvolvimento humano na perspectiva sócio interacionista de Vygotsky (2002) principalmente quando falamos no contexto educativo. Numerosos problemas referentes aos métodos de ensino/aprendizagem necessitam ser destacados pelos educadores.

A Teoria Sociointeracionista salienta que a importância da interação do sujeito com o meio, agente da realidade, construtor do seu conhecimento através da interação social, ao longo de um processo histórico, cultural e social (Vygotsky, 2002).

Não podemos deixar de pensar no educador como um mediador dessa aquisição de conhecimento, pois serve de intermediário entre o aluno e o seu meio social (RIBEIRO e MENDES, 2001).

Sendo um agente da realidade o homem gradualmente através da mediação constrói seu conhecimento e vai substituindo tudo aquilo que presencia por símbolos e assim ele consegue relacionar-se com o mundo e com o que está em sua volta.

Essa interação e habilidade de reprodução da realidade se fazem por meio da linguagem, estabelecendo-se desta forma a interação meio/homem. A linguagem segundo afirma Vygotsky (2002) tem um papel social de troca e interação e é através dela que a criança recebe toda a experiência construindo assim a sua cultura.

Deste modo o processo de interação com o meio se dá pela linguagem seja ela gestual verbal ou escrita.

Vygotsky afirma que a aquisição da linguagem passa por três fases:

- A linguagem social, que tem por função denominar e comunicar em que a criança tenta comunicar-se e assim aumenta seu vocabulário e dá nomes às coisas e aos objetos.

- A linguagem individualista em que a criança fala pra si mesma, organiza seus pensamentos e planeja ações mas ainda não consegue resolver seus problemas. A criança é curiosa e pergunta por tudo, na famosa fase dos porquês

- A linguagem interior, intimamente ligada ao pensamento, do discurso interior, das ideias próprias.

Apos estas três fases a criança começa a conceber a realidade segundo sua apreciação de mundo adquiridos na comunidade em que se insere.

A comunicação é imprescindível para o homem, pois é através dela que ele modifica seu meio, melhora a seu favor e permite o seu desenvolvimento ( RIBEIRO e MENDES, 2001).

Para Vygotsky o processo de transformação dos sentidos é continuo conforme se vivenciam novas experiências.

O significado “é a compreensão das palavras de forma objetiva” (VYGOTSKY 2002) e, o sentido é resultante das experiências vivenciadas por cada individuo.

Vygotsky destaca a função do docente pões é ele que colabora, interferindo na sua formação, auxiliando na aquisição de conceitos (RIBEIRO e MENDES, 2001).

Vygotsky (2002) afirma que “embora os conceitos não sejam absorvidos já completamente formados, a instrução e a aprendizagem desempenham um papel predominante na sua aquisição”

Assim, a aprendizagem acontece através das relações do individuo com outro e que sua relação com o mundo é também mediada pelo outro. Não nascemos ensinados, mas adquirimos conhecimento através das nossas experiências e do contato com o meio social.

Sócio interação na sala de aula

O docente não pode passar por alto a identidade do aluno seu entorno pessoal, histórico e social. Cada um possui uma carga de conhecimento adquirido pelas interações com outros indivíduos.

A escola se insere na sociedade em que estamos inseridos e adota o papel de formar cidadãos críticos, reflexivos e responsáveis pelo seu aprendizado.

O professor deverá ajudar monitorar o aluno de forma a que o aluno possa debater, reflexionar, use seu conhecimento prévio para poder consolidar o dialogo , analise e compare sua aprendizagem com as coisas do mundo real. O professor tem que saber ler nas entrelinhas, saber a capacidade e desenvolvimento mental do aluno, não somente se basear no que o aluno faz de forma independente, mas também com auxilio de alguém como o professor. Este deve interferir no processo de construção de conhecimento na sala de aula não com uma posição autoritária, mas deixando o aluno interacionar, criticar e pensar sobre o conteúdo aprendido.

O aluno não è um recebedor de informação, mas sim um individuo participativo, critico, que aprende com os outros não so o conteúdo, mas que também partilha valores, hábitos e competências. A sala de aula é um lugar de troca de experiências.

Toda a teoria de Vygotsky (2002) esclarece

“o desenvolvimento cognitivo do homem e também sustenta as recentes intenções na lingüística aplicada referentes às metodologias de ensino de línguas estrangeiras menos delineadas e mais naturais e humanas, mais comunicativas e fundamentadas na experiência prática em ambientes multiculturais de convívio”.

Bakhtin (Vieira & Martins, 2014) também foi um dos estudiosos que também defendeu o uso da língua enquanto interação social na sua teoria sobre os gêneros discursivos. Os discursos que se produzem no dia a dia são feitos baseados em regras pré-estipuladas da sociedade em que um enunciado é limitado por um gênero de discurso, sempre pensado no interlocutor e seu contexto histórico, cultural e ideológico.

O ensino de línguas estrangeiras é hoje em dia muito importante pela globalização e, por isso, os objetivos agora propostos são distintos. Há uma demanda crescente da integração das culturas, revalorizando a interculturalidade e pluralidade do aluno.

O componente sociocultural ligado a aprendizagem da língua tem um papel primordial na comunicação e na transformação