ANÁLISE COMPORTAMENTO DO SUJEITO VIRTUAL EM LABORATÓRIO
Por: SonSolimar • 20/2/2018 • 3.836 Palavras (16 Páginas) • 372 Visualizações
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Segundo Baum (1999), a ciência do comportamento proposta por Watson tinha como objeto de estudo apenas o comportamento objetivamente observável, evitando a subjetividade da introspecção e analogias entre animal e humano. O comportamento foi definido como aquilo que é observável pelo outro, isto é, para ser considerado objeto de estudo do behaviorista, o comportamento deveria afetar os sentidos do outro.
Para os behavioristas metodológicos a mente existe, mas seu status científicos é negado pela afirmação de que não poderíamos estudá-la por ser inacessível. Skinner discordará da proposta acima, afirmando sobre ela:
Behavioristas metodológicos, assim como positivistas lógicos, argumentam que a ciência deve restringir-se a eventos passiveis de serem observados por duas ou mais pessoas; a veracidade de um fato depende da concordância. O que se pode ver através da instrospecção não se qualifica como tal. Existe um mundo interno de sentimentos e estados da mente, mas ele esta fora do alcance de uma segunda pessoa e, portanto, da ciência. Certamente, essa não é uma posição satisfatória. Como as pessoas se sentem é frequentemente tão importante quanto o que elas fazem. O behaviorismo radical nunca assumiu essa direção. (SKINNER, 1995, p.13).
Assim, ao falarmos em Behaviorismo Radical estamos considerando as interações entre organismo e ambiente. Isto significa que, ao mesmo tempo em que nossas ações produzem alterações no mundo ao nosso redor, estas alterações também influenciam diretamente nossos comportamentos. Nesse sentido, o comportamento ocorre diante de determinadas situações, é alterado por elas e, também, altera o ambiente. Tais relações funcionais entre organismo-ambiente são o objeto de estudo da Análise do Comportamento.
Vamos iniciar uma apresentação sobre os principais conceitos da Análise do Comportamento. Vamos começar pela própria definição de comportamento. Comportamento é o termo que descreve as relações entre as atividades de um organismo (respostas) e os eventos ambientais (estímulos) (SKINNER, 1987). Assim, qualquer relação entre estímulos e respostas, é chamada de comportamento.
Partindo da definição de comportamento enquanto interação organismo-ambiente, os comportamentos podem ser classificados, em dois tipos: os comportamentos respondentes (ou reflexos) e os comportamentos operantes.
Comportamento Respondente
O Comportamento Respondente é um tipo de interação em que a resposta é emanada imediatamente após a apresentação do estímulo. Qualquer reflexo pode ser condicionado a responder a um estímulo anteriormente neutro. Há pouco tempo que o comportamento respondente deixou de se restringir à esfera dos atos reflexos e incondicionados.
Uma resposta não condicionada é uma resposta automática imediata ao estímulo não condicionado. Estas respostas são automáticas e não requerem aprendizagem, além de serem aparentemente comuns em todas as espécies. O estímulo condicionado é inicialmente um estímulo neutro que não desencadeia resposta. Todavia, quando um estímulo neutro é pareado com um estímulo não-condicionado ocorre aprendizagem.
Há duas teorias competindo em como o comportamento respondente trabalha. A primeira, teoria estímulo-resposta (usada pelo behaviorismo radical), sugere que a associação entre estímulo e resposta se dá com o cérebro, sem o envolvimento da consciência (mente). A segunda teoria chamada estímulo-estímulo (usada pelo cognitivismo) – envolve um componente cognitivo, em que o estímulo condicionado é associado com o conceito do estímulo não-condicionado, gerando o comportamento respondente.
A origem desses dois reflexos (condicionado e não-condicionado) são diferentes. A comida (estímulo não-condionado) que causa salivação (resposta não-condicionada) reflexa tem suas origens na evolução das espécies (teoria de Charles Darwin). O estímulo sonoro (condicionado) que causa salivação (resposta condicionada) reflexa tem sua origem na experiência individual do ser vivo.
Comportamento Operante
O conceito de Condicionamento Operante foi criado pelo psicólogo B. F. Skinner. Este refere-se ao procedimento através do qual é modelada uma resposta no organismo através do reforço diferencial e aproximações sucessivas. É onde a resposta gera uma consequência e esta consequência afeta a sua probabilidade de ocorrer novamente; se a consequência for reforçadora, aumenta a probabilidade, se for punitiva, além de diminuir a probabilidade de sua ocorrência futura, gera outros efeitos colaterais.
O comportamento operante é modelado a partir de nosso repertorio inato. As respostas que gerem mais reforço em média, tendem a aumentar de frequência e se estabelecer no repertorio, ou seja, em um contexto semelhante tendem a ser novamente emitidas. O tipo de consequência que aumenta a probabilidade de ocorrência da mesma função de resposta em contextos semelhantes, chama-se reforço. O reforço pode ser positivo, quando há a adição de um estímulo no ambiente que resulte no aumento da frequência da resposta que o gerou; ou negativo, quando a resposta emitida remove algum estimulo aversivo, ou sejam que a pessoa tende a evitar, do ambiente.
Os contextos onde existe probabilidade de uma determinada resposta ser reforçada são chamados estímulos discriminativos, ou SD; os contextos onde não existe a probabilidade da resposta ser reforçada, são chamados estímulos delta, ou SΔ.
Técnicas ou Procedimentos para Aquisição e Manutenção do Comportamento
Alguns procedimentos podem ser utilizados para que um comportamento seja ensinado e, posteriormente, mantido no repertório comportamental do individuo. É o caso da modelagem, reforço, reforçamento positivo, controle de estímulos e esquemas de reforçamento.
Modelagem
A modelagem consiste em reforçar as aproximações sucessivas tendo por fim um comportamento desejado, sendo por isso a modelagem também chama de “método das aproximações sucessivas” é o método pelo qual através do reforçamento positivo instalam-se novas respostas por meio de um processo gradativo de aprendizagem tendo como objetivo um comportamento terminal.
Para a modelagem ocorrer é inevitável que ocorra dois processos:
O reforço diferencial: É um processo que consiste em reforçar algumas respostas e extingue outras similares.
Aproximação
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