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A Psicologia e Fotografia

Por:   •  21/11/2018  •  1.469 Palavras (6 Páginas)  •  331 Visualizações

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QUESTÃO 2) Em sua opinião, como a fotografia pode ser utilizada como instrumento terapêutico ou como suporte para o exercício da psicologia no âmbito geral? Exemplifique propondo uma prática que se utilize da fotografia e descreva sua ideia levando em consideração a importância da imagem na dinâmica psíquica, conforme defendida por Carl Jung.

Igualmente como toda arte, a fotografia também se utiliza do recurso expressivo, objetivando conectar os universos internos e externos do indivíduo, por meio de sua simbologia. Ela consiste em uma elaboração artística em benefício da qualidade de vida, onde denota, muitas vezes, um forte efeito terapêutico. Esse efeito terapêutico se mostra de diferentes formas, dependendo da pessoa, de sua vida e de como ela se envolve com essa arte. Desta forma, proponho que a fotografia pode ser utilizada, de maneira geral, como suporte para o exercício da Psicologia das seguintes formas: como um momento de lazer, como oportunidade para relacionamento humano e/ou busca de autoconhecimento.

Por vezes, em nosso cotidiano, nos vemos atolados de coisas para fazer e, comumente, não conseguimos tirar um tempo e nos dedicarmos a algo que realmente sentimos prazer em realizar. Entretanto, é preciso ter momentos dedicados a si mesmo, momentos de se fazer algo que não precisa ser feito por obrigação, mas que é prazeroso. A preocupação com o trabalho, com a correria do dia a dia, acaba levando as pessoas a imaginarem os momentos de lazer como sendo somente quando escapam da rotina, fazem viagens e etc. O fato é que o combate ao stress físico, mental e psicológico (causados por inúmeros motivos) são aliados da boa saúde. As atividades de lazer são formas de descanso, desenvolvimento e divertimento, trazendo inúmeros benefícios. O lazer pode estar em todos os momentos do nosso dia, e a fotografia é uma prova disso. Ela permite, cada vez mais, as pessoas praticarem a criatividade, registrarem momentos, se aprofundarem em temas e a criarem imagens.

A fotografia também aproxima as pessoas, permitindo o surgimento de novas amizades e a observação do olhar do outro, além da troca de conhecimentos e aprendizagens sobre o assunto. Já como forma de autoconhecimento, a fotografia se faz como maior potencial da terapia, possibilitando a reflexão, ou seja, um olhar para a própria natureza interna. Caminhar pelos lugares tirando foto, parando para ver, prestando atenção no lugar que você vive, seria um ótimo exercício de autoconhecimento, mas em algumas situações é muito mais do que isso, pois, ao se concentrar para observar o mundo, também olhamos para dentro de nós e enxergamos melhor. O exercício de procurar nossa própria linguagem e a seleção de momentos e imagens que fazemos, nos leva a entender melhor como pensamos, já que nem todos costumam prestar atenção e perceber como pensam. Não temos o habito de nos conhecer e buscar uma forma pessoal de comunicação.

Diante do que foi dito, exemplifico uma prática, onde utilizei a fotografia com indivíduos portadores de transtorno mental. No ano de 2016 estagiei em uma residência terapêutica, onde pude trabalhar, em um determinado momento, com a fotografia, utilizando-a como um recurso potente de promoção a saúde. A fotografia foi utilizada como forma de trabalhar a linguagem e a construção de sentidos para aqueles residentes. Na escolha do objeto a ser fotografado, o indivíduo lidou com situações em que teria que realizar escolhas.

Por fim, gostaria de salientar que, para Jung, a imagem não é apenas uma representação visual, resultado da percepção sensorial, mas sim, da linguagem básica da psique, criativa e auto geradora em si mesma. Assim, a imagem é também o resultado da capacidade inerente da psique de agrupar elementos, de natureza perceptiva ou não, em gestalts, que lhe atribuem forma, significado e dinamismo específicos. A mera percepção não é o fato que constitui o psíquico, todavia, o que é percebido pelos nossos sentidos (cheiro, gosto, textura, cor e etc) ou os arquétipos (que se formam no campo psíquico) se fazem por meio da imagem. Dessa forma, a investigação das imagens psíquicas é de fundamental importância para a Psicologia em geral e para seu objeto de estudo particular: a alma humana.

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