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A Atuação Profissional do psicólogo

Por:   •  11/12/2018  •  1.687 Palavras (7 Páginas)  •  459 Visualizações

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No entanto, existe uma dimensão ética, tal como já sugerida por Figueiredo (1996), que não se adquire somente no estudo da ética, enquanto disciplina que compõe os currículos ou códigos de ética; ou seja, no âmbito do conhecimento teórico-técnico. Esta dimensão ética, que envolve as relações do homem com o mundo, e que implica valores, princípios e visão de mundo, repousa nas atitudes, no modo de ser de cada um.

e) Mercado de trabalho na área.

De acordo com Bastos (2010), em 1988, 61,7% dos psicólogos que atuavam em clínica e outras áreas, 39,3% (representando 63% do total) atuavam exclusivamente nela. Área clínica permite mais autonomia e maior flexibilidade dos horários de trabalho, favorecendo sua combinação com as demais áreas e atividades profissionais, sendo elas do campo psicológico ou não. Mesmo que o psicólogo atue na clínica e em outra área ao mesmo tempo, os seus trabalhos demandam de modo mais expressivo atividades de natureza clínica. É na clínica que o profissional se percebe realizando mais plenamente o ideal de atuação psicológica.

Na área clínica a maioria (62%) se insere como autônomo, onde surpreendentemente oferece a mais baixa remuneração (de 1 a 3 salários mínimos), apesar da popularidade da atuação. Contudo, na área clínica, por não exigir nada mais que um registro no conselho profissional de psicologia e um consultório para prestação do atendimento, abriga o menor número de especialistas (36%).

Os psicólogos que atuam na área clínica se encontram predominantemente trabalhando em consultórios particulares, alugados (47,8%) ou próprios (19,8%). Os serviços de psicologia vinculados a instituições públicas (6,5%) e particulares (4,6%) também absorvem os profissionais da área clínica.

f) Relações com políticas públicas.

Segundo pesquisa do Conselho Federal de Psicologia realizada com psicólogos brasileiros, o que mais caracterizou a saída da clínica do seu modelo tradicional foi a sua inserção na saúde pública, com o psicólogo clínico passando a atuar em hospitais e ambulatórios gerais e psiquiátricos nas unidades de saúde, nas escolas, creches. Com a criação do SUS o psicólogo passou a se inserir na rede pública de saúde.

A prática clínica em instituições hospitalares continua sendo alvo de polêmicas e discussões a respeito da viabilidade de aplicação das atividades clínicas nessas instituições, devido ao entendimento da clínica identificada somente pela prática de psicoterapias de longa duração, consultório privado, etc. Questiona-se se tais atividades, próprias da clínica seriam viáveis num contexto como a instituição hospitalar e mais especificamente, no Pronto Socorro, cujas principais características são imprevisibilidade e o inusitado. Unidade básicas de saúde já caminham no sentido de envolver uma nova concepção de clínica psicológica, ampliando-se, assim, para uma percepção da clínica não como sinônimo de ações psicoterápicas especializadas, mas como manejos que previnem as necessidades dos mesmos ou que visam à promoção da saúde. (Bianco et al., 1994, p. 41). Na nova concepção de clínica psicológica, o ato clínico deve ser contextualizado e refletido, evitando abstrair o ser humano do contexto em que ele vive.

g) Cursos e formações para a atuação na área.

A análise das ementas das disciplinas nos traz algumas contribuições importantes. Podemos perceber que a Psicologia Clínica, independente da orientação teórica que segue, tem como objetivo principal a compreensão da personalidade, a partir de sua formação e a identificação de possíveis eventos que determinam a normalidade ou a patologia (TEIXEIRA, 1997). No entanto, como afirma Dutra (2004), não recebem uma formação curricular adequada e direcionada para a prática no sistema público de saúde, reproduzia o modelo clínico clássico. Os cursos de Psicologia estão predominantemente voltados para a formação técnica com currículos direcionados para a clínica, em especial a nível de prevenção terciária.

Pesquisas realizadas por Lo Bianco e colegas (1994) acerca das concepções e tendências atuais em Psicologia Clínica demonstram o desejo e a necessidade de se repensar a clínica, a fim de renová-la e transformá-la, o ensino da clínica seja feito de maneira contextualizada, refletindo compromisso com a realidade e com a produção científica brasileira, sendo ensinada e praticada em suas diferentes modalidades e não somente sendo associada a um único modelo ou como sinônimo de psicoterapia;

A teoria psicanalítica ocupa um espaço maior dentro das disciplinas denominadas Psicologia Clínica. Entretanto, a inserção recente da teoria humanista na disciplina da clínica demonstra, pelo menos teoricamente, uma ruptura na hegemonia cultural psicanalítica. De qualquer forma, é nítido nas ementas que o foco das disciplinas está voltado para a compreensão do indivíduo, com enfoque no intra-individual e nos processos psicológicos. Temos assim, um ensino de Psicologia Clínica que favorece a concepção de homem, a partir de sua formação intrapsíquica, desconsiderando aspectos concretos e históricos. A Psicologia Clínica continua sendo confundida com uma teoria, com uma técnica ou com uma área de atuação encoberta por estereótipos.

Referências

Bastos, A. V. B. & Gondim, S. M. G. (Eds.). (2010). O Trabalho do Psicólogo no Brasil. Porto Alegre: Artmed.

CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA. Áreas de Atuação do (a) Psicólogo (a). 02 de fevereiro de 2015. Dísponivel em http://www.crp09.org.br/portal/orientacao-e-fiscalizacao/orientacao-por-temas/areas-de-atuacao-do-a-psicologo-a>

DUTRA, Elza. Considerações sobre as significações da psicologia clínica na contemporaneidade. Estud. psicol. (Natal), Natal , v. 9, n. 2, p. 381-387, Aug. 2004 . Dísponivel em http://www.scielo.br/pdf/epsic/v9n2/a21v9n2.pdf>

Figueiredo, L. C. (1996). Revisitando as psicologias. Da epistemologia à ética das práticas e discursos psicológicos. São Paulo / Petropólis:

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