RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO (HABILITAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS)
Por: Sara • 6/5/2018 • 9.578 Palavras (39 Páginas) • 2.086 Visualizações
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Hipócrates, um dos grandes nomes da medicina, no século V a.C dedicou-se a pesquisa da urina e escreveu sobre “Uroscopia”. Em meados de 1140 d.C tabelas de cores foram criadas para diferenciar cerca de vinte cores diferentes de urina. Já em 1694, Frederik Dekker desenvolveu um teste bioquímico eficaz de verificar a albuminúria, ou seja, presença de glicose, através da fervura da urina, deixando de lado os métodos antiquados “teste do sabor” e o “teste da formiga”. (HERMAN, 1973)
Com a invenção do microscópio, no século XVII, foi possível a realização do exame de sedimento urinário e a criação de métodos para a quantificação desses sedimentos por Thomas Addis em 1827. Richard Bright tornou a urinálise como exame de rotina, onde deixou de ser um exame importante na década de 30. Após o desenvolvimento de técnicas modernas de análise, a urinálise volta a ser rotina, o qual tem se mantido até hoje como parte integrante do exame do paciente.Uma das provas mais solicitadas rotineiramente, do ponto de vista do laboratório clínico, é o exame geral de urina. O exame de urina completo inclui exames físico, químico e microscópico. Cada um deles tem seu valor, sendo os dois primeiros de execução mais simples e o último sendo considerado moderadamente complexo (JEFF et al., 2005; GRAFF, 1983).
A urina é um importante objeto de estudo por ser de fácil obtenção e é nela que se encontra informações sobre muitas funções metabólicas dos organismos. Sua análise é um método barato para analisar grandes quantidades de pessoas e com a vantagem de poder identificar não só problemas renais, mas como também descobrir problemas que não se manifestam de início, como o diabetes e as hepatopatias. (KIEL & MOSKOWITZ, 1987)
A observação das características físicas é mantida até hoje, porém com uma análise mais precisa, devido ao uso de tecnologia por laboratórios altamente equipados e complementada pela análise bioquímica e exame microscópio do sedimento urinário (STRASINGER, 2000).
Por fim, esse relatório descreve as atividades desenvolvidas no estágio de Análises Clínicas no setor de Urinálise do Laboratório de Análises Clínicas II da Faculdade Metropolitana de Manaus (FAMETRO), assim como as principais funções executadas pelo Biomédico no setor.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Local de Estágio
O local de estágio em Análises Clínicas por mim realizado no setor de Urinálise, ocorreu no Laboratório de Análises Clínicas II da Faculdade Metropolitana de Manaus (FAMETRO), localizado na Av. Constantino Nery, 62, Chapada, Manaus-AM.
As atividades realizadas transcorreram no período de 01 de novembro de 2016 a 22 de novembro de 2016 com início as 07h00 e término as 12h00, sob supervisão do responsável do laboratório Bruno Monteiro.
O laboratório onde foram realizadas as atividades do estágio como um todo é composto por uma sala contendo: bancadas para manipulação de material e realização de técnicas laboratoriais, cadeiras, centrífuga, pia de procedimentos, armários para armazenamento de produtos e vidrarias, tubos de ensaios, bico de Bunsen, bancada de microscópio entre outros equipamentos e produtos necessários para a realização de análises diversas no setor.
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Figura 1- Bancada de microscópios. Figura 2- Armários.
Fonte: Elaborada pelo autor (a). Fonte: Elaborada pelo autor (a).
2.2. Apresentação ao setor
No primeiro dia de atividades foram me passadas alguma informações básicas sobre o setor, a respeito do seu funcionamento e metodologia de trabalho desde o processo de recebimento das amostras e organização delas até o início com as análises de Técnicas empregadas para realização das mesmas.
Após todo o processo de adaptação, passei a realizar de forma participativa e orientada as atividades pertinentes ao setor, desde a entrada das amostras no setor de Triagem, interpretação dos resultados dos exames, limpeza das bancadas do laboratório antes e depois de acabar o expediente, utilização e tempo correto da centrífuga de acordo com as técnicas a serem utilizadas, utilização de EPI (equipamentos de proteção individual), além de ter recebido explicações sobre o processo de elaboração de POPs (procedimento operacional padrão) disponíveis no setor. Todos esses processos, assim, diga-se de passagem, são de grande relevância para um resultado final eficaz.
2.3. Rotina do setor
Logo que chegamos ao laboratório, como medidas de biosseguranca colocamos os EPI’s (equipamentos de proteção individual) necessários para começar a rotina de trabalho, em seguida é feita a assepsia das bancadas com álcool a 70%, para posteriormente receber e analisar as amostras de urina coletadas e entregues pelos pacientes, onde serão identificadas e separadas de acordo com os exames a serem realizados.
Quanto aos equipamentos e materiais utilizados na rotina de laboratório do setor de Urinálise: tubos de Falcon, água destilada, centrífuga, lâmina e lamínula para microscopia, microscópio, álcool a 70%, tira reagente de urina, pipeta, bico de bunsen, reagentes, tubos de ensaio.
2.4. Formação e composição da urina
Em geral, a urina é constituída por uréia e outras substâncias químicas orgânicas e inorgânicas dissolvidas em água. Podem ocorrer grandes variações na concentração dessas substâncias, devido à influências de fatores como ingestão alimentar, atividade física, metabolismo orgânico, função endócrina e até mesmo posição do corpo. A uréia, resíduo metabólico produzido no fígado a partir da utilização de proteínas e aminoácidos, representa quase metade dos corpos sólidos dissolvidos na urina. Entre outras substâncias orgânicas estão a creatinina e o ácido úrico. O principal componente inorgânico dissolvido na urina é o cloreto, seguido pelo sódio e potássio. Também estão presentes outros compostos químicos inorgânicos, em quantidade ínfimas. A concentração desses compostos inorgânicos sofre grande influência da ingestão alimentar, o que dificulta o estabelecimento de níveis normais. Outras substâncias encontradas são: hormônios, vitaminas e medicamentos. A urina também pode conter elementos que não fazem parte do filtrado plasmático inicial, como células, cristais, muco e bactérias,
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