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ANÁLISE DE RÓTULOS DE SUPLEMENTOS PREBIÓTICOS, PROBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS DE TERESINA (PI)

Por:   •  16/10/2018  •  3.676 Palavras (15 Páginas)  •  359 Visualizações

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Os prebióticos podem ser elucidados como oligossacarídeos que ao serem ingeridos não possuem capacidade de digestão no intestino delgado, dessa forma atingem o intestino grosso intactos onde suscitam para o crescimento de bactérias apetecíveis e acarretem a favor de uma microbiota mais saudável. Oligossacarídeos como os frutooligossacarídeos (FOS) e inulina possuem características desejáveis de prebióticos. Os benefícios relacionados aos prebióticos abrangem uma melhor absorção de cálcio, redução da duração, incidência e sintomas da “diarréia do viajante” , prevenção de alergias específicas, aumento da saciedade e diminuição do apetite, etc (PANDEY et al., 2015).

Para receber essa denominação, um ingrediente ou mais de um, deve cumprir as seguintes imposições: provir de origem vegetal; ser componente de um conjunto diversificado de moléculas complexas; ser resistente às enzimas digestivas, passar intacto à porção superior do trato gastrointestinal; ser fermentado por bactérias benéficas do cólon, possibilitando assim uma microbiota mais salutífera (COLLINS et al., 2016).

O termo simbiótico explana os produtos que em sua composição carreiam um probiótico e um prebiótico. Essa conjunção decorre de uma justura do probiótico ao substrato prebiótico anteriormente ao consumo. Tal associação, em alguns momentos pode vir a resultar em uma competição entres os componentes, resultando em vantagem para algum. Os produtos lácteos fermentados são os principais representantes da classe (PANDEY et al., 2015).

Algumas das indicações dos simbióticos que existem relatos de sua efetividade são: diarréia viral aguda, “diarréia dos viajantes”, infecções e complicações gástricas pelo Helicobacter pylori,diarréia em pacientes portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida, síndrome do intestino irritável, diarréia em pacientes em nutrição enteral por sonda nasogástrica, redução do colesterol e triacilglicerol plasmático, efeitos benéficos no metabolismo mineral, particularmente densidade e estabilidade óssea (PANDEY et al., 2015).

Diante dos efeitos positivos resultantes de probióticos, prebióticos e simbióticos, uma relevância neste campo tem causado interesse das indústrias, no que se refere ao desenvolvimento dos mesmos. Nesse processo, o rótulo se configura como uma parte muito solene (GARCIA et al., 2011).

Segundo Brasil (2002), a rotulagem é toda e qualquer inscrição, legenda, imagem ou matéria descritiva, gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, litografada ou mesmo colada sobre as embalagens de alimentos. Dessa forma os rótulos se constituem como formas interlocução entre o consumidor e o fabricante e assim deve ser capaz de munir informações verídicas e nítidas acerca do produto (Moreira et al.,2013).

Os consumidores estão mais atentos aos produtos inerentes à sua dieta, procuram cada vez por dados e referências que possam auxiliar em uma melhor alimentação. Os rótulos se enquadram como uma fonte valiosa por essa busca, visto que estabelecem na maioria das vezes informações nutric

ionais e quando aplicável o seus benefícios à saúde bem como frases que relacionam o seu consumo com benefícios para a saúde (BRAGA et al., 2011).

Consoante as circunstâncias o presente trabalho tem como objetivo averiguar a pertinência dos rótulos de suplementos prebióticos, probióticos e simbióticos no que concerne à legislação vigente, ponderando sobre as possíveis incoerências existentes.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram realizadas visitas a 10 farmácias com o intuito de conhecer as principais marcas que comercializam suplementos probióticos, prebióticos e simbióticos e avaliar a adequação da rotulagem das mesmas de acordo com a RDC nº. 2, de 7 de janeiro de 2002, Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional e ou de Saúde, RDC n.º 269, de 22 de setembro de 2005, Regulamento Técnico sobre a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de Proteína, Vitaminas e Minerais e a RDC n.º 18, de 30 de abril de 1999, Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos.

As coletas de dados foram realizadas na cidade de Teresina PI, no período de 30 de novembro a 16 de dezembro de 2016 nos bairros Primavera, Ininga e Centro, tanto em farmácias de rede quanto de bairros de acordo com a disponibilidade dos suplementos nas farmácias visitadas. Dentre as dez farmácias visitadas três delas não continha nenhum dos produtos solicitados para o farmacêutico.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Embora exista uma considerável diversidade desses tipos de suplemento no mercado de forma geral, encontrou-se apenas 20 suplementos, produzidos por 12 fabricantes diferentes, sendo eles 6 probióticos, 4 simbióticos, 1 probiótico associado a vitaminas e minerais, 2 que contém cápsulas tanto de probióticos quanto de vitaminas e minerais, 6 prebióticos (inulina e FOS) contendo mix de fibras solúveis e 1 prebiótico contendo mix de fibras solúveis e insolúveis. O gráficos 1 representa a distribuição do percentual das amostras analisadas permitindo uma melhor explanação do conteúdo.

Gráfico 1 - Suplementos Avaliados pela Rotulagem. Teresina, 2016[pic 1][pic 2]

Fonte: O autor.

Todos os produtos aqui relatados continham em seus rótulos a composição bem como os adjuvantes farmacotécnicos quando aplicáveis, número de lote e registro e prazo de validade. Cabe salientar que os mesmo se encontravam dentro do intervalo avaliado de vida útil. No âmbito das informações obrigatórias preconizadas por lei, nem todos os suplementos atendiam 100% às exigências.

De acordo com a RDC nº. 2 de 7 de Janeiro de 2002, no que diz respeito à Composição e Requisito o subitem 5.3 diz que Vitaminas e ou Minerais podem ser adicionados, desde que o consumo diário do produto indicado pelo fabricante não ultrapasse 100% da IDR e não prejudique a biodisponibilidade de qualquer dos componentes do produto. Partindo desse pressuposto o gráfico 2 diz respeito aos suplementos subdivididos em categorias de acordo com associações com outros componentes, para a facilitação da análise de rótulos e possíveis não conformidade, apresentando a porcentagem de cada tipo de produto.

Gráfico 2 - Suplementos por Categorias. Teresina, 2016.

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