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Suplemento de Colágeno

Por:   •  9/1/2018  •  1.837 Palavras (8 Páginas)  •  325 Visualizações

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O predomínio de aminoácidos não essenciais como glicina, prolina, lisina, hidroxiprolina, hidroxilisina e alanina, e a ausência da maioria dos aminoácidos essenciais como o triptofano, faz com que o colágeno seja considerado uma pobre fonte proteica para a dieta humana. Por outro lado, o colágeno é um exemplo claro do relacionamento da estrutura proteica e a função biológica, pois fornece resistência e elasticidade nas estruturas anatômicas na qual está presente. Assim, a falta de aminoácidos essenciais do colágeno não o torna inutilizável, pois suas frações apresentam um importante papel na dieta humana por serem consideradas fontes de fibras nutritivas e por constituírem uma fonte de proteína animal. (SILVA e PENNA, 2012)

Outro ponto importante sobre a síntese de colágeno é o ácido ascórbico, que exerce papel fundamental no crescimento e reparação do tecido conjuntivo. A vitamina C está diretamente ligada na síntese de colágeno e glicosaminoglicanas, fundamentais para manter o tônus e a firmeza da derme. Portanto, para que haja uma síntese adequada de colágeno, é necessário o sinergismo entre a vitamina C e a ingestão adequada de proteínas que fornecerão os aminoácidos que constituem o colágeno (MACIEL e OLIVEIRA, 2011).

O colágeno ingerido é digerido e absorvido no trato digestivo e aparece no sangue parcialmente em forma de peptídeos, que serão utilizados pelo organismo onde forem necessários. (TANAKA et al., 2009)

SUPLEMENTOS DE COLÁGENO

Com o crescente interesse da população por um estilo de vida mais saudável, bem como a preocupação com a estética e a prevenção do surgimento precoce de doenças degenerativas por meio da ingestão de alimentos saudáveis, houve um aumento no interesse pela aplicação industrial de colágeno em suplementos alimentares e em produtos alimentícios, como iogurtes, embutidos (salsicha e presunto), chás, sucos e em sobremesas de fácil preparo, tais como gelatina, pudins e maria-mole. Esses alimentos adicionados de colágeno podem ser utilizados em tratamentos para melhorar a elasticidade e firmeza da pele e prevenção de doenças, como a osteoartrite, osteoporose, hipertensão e úlcera gástrica. (SILVA e PENNA, 2012)

Alguns desses suplementos são encontrados na forma de Peptídeo de Colágeno e Colágeno Hidrolisado. Esses dois tipos de suplementos foram objeto de teste em alguns estudos, que podem indicar se há alguma eficácia na suplementação de colágeno.

Em um dos estudos, os efeitos da ingestão oral do Peptídeo de Colágeno foram, resumidamente, aumento na densidade e diâmetro das fibrilas de colágeno, assim como aumento da densidade dos fibroblastos. As fibrilas de colágeno são polimerizadas em fibras de colágeno para formar a espinha dorsal dos tecidos conectivos. Assim, o estudo sugere que a ingestão do Peptídeo de Colágeno melhora o funcionamento da epiderme e da derme. É possível então que a ingestão do Peptídeo de Colágeno melhore as forças mecânicas da pele e previna efeitos nocivos à pele sob condições normais patológicas. Mas estudos adicionais são necessários para mais certeza. (MATSUDA et al., 2006)

Outro estudo sugere ainda que a ingestão do Peptídeo de Colágeno suprime a mudança na pele causada pelos raios UV-B, especificamente no estrado córneo da epiderme. Além disso, foram examinados os efeitos na grossura da pele pela ingestão do Peptídeo de Colágeno. Os raios UV-B causaram um engrossamento da pele, que também foi suprimido pela ingestão do Peptídeo de Colágeno nos grupos de ratos expostos. Os níveis de Colágeno 1 diminuíram consideravelmente quando os ratos foram expostos aos raios UV-B, e no teste é mostrado que essa diminuição de colágeno tipo 1 na derme também é suprimida. Isso mostra que a ingestão diária do Peptídeo de Colágeno é comprovadamente benéfica nos casos de exposição da pele, seja da derme ou da epiderme. Porém o estudo sugere também que novas pesquisas devem ser feitas para resultados mais concretos. (TANAKA et al., 2009)

Com relação ao Colágeno Hidrolisado, apesar de não apresentar um perfil de alta qualidade nutricional, estudos indicaram um efeito estimulador do Colágeno Hidrolisado no metabolismo da pele de ratos. A ingestão do Colágeno Hidrolisado reduziu a atividade de metaloproteinases 2 (são enzimas pouco expressas em tecidos normais e substancialmente aumentadas na maioria das neoplasias malignas) e aumentou a expressão de colágenos tipos I e IV. Assim, o Colágeno Hidrolisado pode ser usado como um candidato potencial para reduzir mudanças relacionadas a envelhecimento na matriz extracelular por estimulação a processos anabólicos no tecido da pele. Mais estudos são necessários para definir seus mecanismos antienvelhecimento, particularmente aqueles relacionadas com as vias de sinal das células, em paralelo com testes in vivo. As poucas evidências científicas sugerem que efeitos clínicos sobre a pele podem ser conseguidos pela ingestão do Colágeno Hidrolisado. (ZAGUE et al., 2009; PEREIRA et al., 2006)

CONCLUSÃO

Os fibroblastos, a partir dos 30 anos de idade, vão perdendo a capacidade de síntese de colágeno. Portanto, as pesquisas relacionadas ao estímulo desta síntese, são essenciais para a população mundial, que está com uma crescente expectativa de vida, e cada vez mais interessada em um estilo de vida saudável.

Com base nos estudos aqui avaliados, é possível concluir que os resultados, embora sejam promissores, não são concretos. Houve de fato alguma ação antienvelhecimento e outros benefícios para a saúde da pele, porém as pesquisas, que foram realizados em animais, sugerem que a eficácia dos suplementos de colágeno pode não estar associada à ingestão do colágeno em si, indicando que novas pesquisas devem ser realizadas.

REFERÊNCIAS

MACIEL D, OLIVEIRA GG. Prevenção do envelhecimento cutâneo e atenuação de linhas de expressão pelo aumento da síntese de colágeno. V Congresso Multiprofissional em Saúde: Atenção ao Idoso, Londrina, 2011. Disponível em: http://www.unifil.br/portal/arquivos/publicacoes/paginas/2011/7/350_438_publipg.pdf>. Acesso em: 14 out. 2015.

MATUSDA et al. Effects of ingestion of collagen peptide on collagen fibrils and glycosaminoglycans in the dermis. Journal of Science: Vitaminol, p. 52, Japão, 2006. Disponível em: https://www.jstage.jst.go.jp/article/jnsv/52/3/52_3_211/_pdf>. Acesso em: 23 set. 2015.

PEREIRA AC et al. O papel das MMP-2 e -9 no desenvolvimento do carcinoma epidermóide. Revista Brasileira

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