A GESTAO DEMOCRATICA

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Efetivamente, a participação da comunidade na escola só pode ser considerada democrática a partir do momento em que são dadas as condições materiais para que isso ocorra com qualidade. Em relação ao processo comumente observado, que ocorre no caso da construção da escola do campo do MST: ela não imposta de cima para baixo, mas é resultado das lutas dos militares do movimento. Esse fato faz toda a diferença na relação entre comunidade e escola, pois a implantação da escola não vem como dádiva governamental e, muitas vezes, não conta com apoio oficial direto para a sua manutenção, ficando a mercê das iniciativas dos próprios militantes do movimento.

O MST tem na educação um dos seus pilares na luta pela pela reforma agrária, e suas bases contam com a presença de centenas de intelectuais militares, advindos da academia ou formados em suas próprias bases. Organicamente ao movimento em geral, há a construção de um projeto educativo que pauta as ações do MST. Com isso, as escolas são administradas e pedagogicamente vinculadas aos seus parâmetros de luta, o que, mais uma vez, confere a elas um caráter de proximidade com as pessoas do movimento. Tal potencial fica prejudicado em seu desenvolvimento quando a situação da administração escolar é autoritária e não promove a participação da comunidade. A disciplina que é exigida de cada membro na divisão de tarefas referentes à escola, a responsabilização por tarefas de caráter diverso e a sua valorização pelo grupo, e o reconhecimento de que o trabalho realizado na escola da comunidade é em prol do desenvolvimento de todos.