Gestão Democrática nas Escolas Públicas – caso MST
Por: Sara • 25/1/2018 • 2.078 Palavras (9 Páginas) • 395 Visualizações
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Alguns pensadores, como Freire e Pistrak, Makarenko, exercem influência na concepção pedagógica do MST.
Freire insiste na necessidade da conexão entre a educação e a transformação da consciência do sujeito em consciência crítica, bem como na emancipação humana.
Pistrak foi um dos grandes educadores que ajudaram a construir aquilo que se conhece hoje como uma pedagogia socialista, centrada na ideia do trabalho coletivo e vinculada ao movimento mais amplo de transformação social, era defensor incondicional da ligação entre o ensino e o trabalho produtivo. Pistrak defendia que a pedagogia deveria formar cidadãos ativos e participantes da vida social. A visão educacional de Pistrak baseava-se na formação de homens desalienados, vinculados ao presente, preocupados em criar o futuro cuja busca do bem superasse o individualismo e o egoísmo.
Na concepção de Pistrak, a escola ensinava mais com a prática do que com a “fala da prática”, ou seja, as atitudes e os comportamentos ensinam mais do que o que se diz dos comportamentos e das atitudes.
Pistrak defendia uma “escola para o trabalho” em que a ênfase estivesse nas leis que regem o conhecimento do mundo natural e social, na preocupação com as leis do trabalho humano, e no método dialético em que este atuasse como força organizadora do mundo. A importância de Pistrak, aqui, está no fato de que, ao que tudo indica, foi a esse autor que o MST recorreu, enquanto influência teórica, para pensar um dos princípios da sua pedagogia: “a educação para o trabalho e pelo trabalho” (MST, 1996, p. 15). Dessa forma, essa referência ocorre, sobretudo, porque essa é a proposta que melhor atende às necessidades do Movimento.
Makarenko, cuja pedagogia tornou-se conhecida por transformar centenas de crianças e adolescentes marginalizados em cidadãos. Mais que educar, com rigidez e disciplina, ele quis formar personalidades, criar pessoas conscientes de seu papel político, cultas, sadias e que se tornassem trabalhadores preocupados com o bem-estar do grupo, ou seja, solidários. Na sociedade socialista de então, o trabalho era considerado essencial para a formação do homem, não apenas um valor econômico. Makarenko aprendeu tudo na prática, na base de acertos e erros, primeiro na escola da Colônia Gorki e, em seguida, na Comuna Dzerjinski. Cada etapa de suas experiências foi registrada em relatórios, textos e livros. Faziam parte da rotina diária dos alunos da escola que Makarenko dirigia os exercícios físicos (ginástica militar), os trabalhos manuais, a recreação, as excursões, as aulas de música e idas ao teatro, os desfiles, os exercícios táticos e jogos bélicos.
Na concepção de Anton Makarenko, a escola deveria ser um lugar que possibilitasse ao jovem viver a realidade concreta e participar das decisões sociais, dessa forma, acreditava ele, que formaria sujeitos capazes de dirigir a sua própria vida no presente e a vida do país no futuro.
As dificuldades e os desafios têm muitos paralelos com os dos professores de hoje. A saída encontrada há quase um século correspondia às necessidades da época, mas servem de reflexão para buscar soluções atuais e entender a educação no mundo. Adotar uma gestão democrática é possibilitar situações onde a comunidade escolar participe dela efetivamente, oferecendo contribuições significativas tanto ao processo de formação dos alunos, quanto a melhorias para a escola, implicando assim, na participação de todos os sujeitos envolvidos no processo educativo. Dessa forma a gestão escolar deixa de ser centralizadora e passa a ser percebida sob um aspecto solidário e integrador. Por isso, CURY (2002, p. 21-22) afirma que “a gestão democrática é a gestão da administração concreta”. Nesse sentido a gestão democrática é concreta por que é um processo alicerçado na participação, transparência, coletividade, competência, liderança e autonomia. Afirmando assim, a escola como um espaço capaz de gerar e construir ideias que permitam melhorar tudo aquilo que é próprio dela. A gestão democrática da escola pública não pode ser um processo uniforme ou terceirizado, não pode ser gerida de fora para dentro, caso contrário tem um fim em si mesma, já que desvincula-se do verdadeiro sentido da democracia.
PISTRAK E MAKARENKO
Pistrak defendia que a pedagogia deveria formar cidadãos ativos e participantes da vida social. A visão educacional de Pistrak baseava-se na formação de homens desalienados, vinculados ao presente, preocupados em criar o futuro cuja busca do bem superasse o individualismo e o egoísmo.
Na concepção de Pistrak, a escola ensinava mais com a prática do que com a “fala da prática”, ou seja, as atitudes e os comportamentos ensinam mais do que o que se diz dos comportamentos e das atitudes.
Pistrak defendia uma “escola para o trabalho” em que a ênfase estivesse nas leis que regem o conhecimento do mundo natural e social, na preocupação com as leis do trabalho humano, e no método dialético em que este atuasse como força organizadora do mundo.
Em consonância com os objetivos da Revolução Russa, Pistrak procurou introduzir a dimensão política no trabalho pedagógico e em respeito disso afirmou “sem teoria pedagógica revolucionária não poderá haver prática pedagógica revolucionária” (Tratenberg, p.29).
Pistrak considera que a Escola do Trabalho é um instrumento para capacitar o homem a entender o seu papel na luta contra o capitalismo, bem como o espaço ocupado pelo trabalhador em favor do socialismo, evidenciando a realidade e a necessidade da escola de educar os jovens para essa realidade.
Pistrak desenvolve o ensino pelo “método dos complexos” pela qual se estuda os fenômenos agrupados enfatizando a interdependência transformadora do método dialético. O trabalho, para Pistrak, deve ser socialmente útil determinante das relações sociais entre os sujeitos. Nessa perspectiva, Pistrak enfatiza o papel da oficina profissional nas escolas instituídas por um Regulamento sobre a “Escola Única do Trabalho”, em que o trabalho na oficina escolar reflete os ofícios artesanais, urbanos ou rurais. De acordo com Pistrak, o papel da escola é formar crianças para se tornarem trabalhadores completos e por esse motivo é que ele enfatiza a necessidade de a escola possibilitar uma formação básica técnica e social permitindo ao educando a orientação na vida real.
Makarenko - O método de ensino criado por Anton Makarenko organizava a escola como coletividade e entendia como relevante os sentimentos dos alunos na busca pela felicidade, permitindo a participação das crianças através de
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