FINANÇAS COMPORTAMENTAIS: INFLUÊNCIAS NO COMPORTAMENTO FINANCEIRO DOS ALUNOS DE LICENCIATURA EM LETRAS E BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Por: kamys17 • 9/4/2018 • 5.683 Palavras (23 Páginas) • 476 Visualizações
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Fernandes (2011) explica que os universitários da área de Administração, Ciências Contábeis e Economia possuem oportunidade de aprenderem sobre educação financeira ao longo da graduação. No ensino superior eles conhecem a estrutura do mercado financeiro, as principais instituições financeiras e modalidades de investimentos, empréstimos e financiamentos. Com isso têm a oportunidade de aperfeiçoar o seu perfil financeiro.
Em contraponto, o curso de letras, tem por objetivo, segundo o Parecer CNE/CES nº 492 (2001), formar profissionais interculturalmente competentes, capazes de lidar com as linguagens principalmente na forma verbal, nos contextos oral e escrito. O parecer ainda explica que os conteúdos caracterizadores básicos devem estar ligados à área dos Estudos Linguísticos e Literários, fundando-se na percepção da língua e da literatura como prática social e como forma mais elaborada de manifestações culturais. Sendo que no caso das licenciaturas, devem estar incluídos os conteúdos definidos para a educação básica, as didáticas próprias de cada conteúdo e as pesquisas que as embasam.
Assim, pode-se inferir que os acadêmicos de Ciências Contábeis tendem a possuir mais subsídios em sua graduação que podem favorecer ao lidar com finanças pessoais, uma vez que a graduação de Licenciatura em Letras é mais voltada para a educação linguística. Porém, essa situação não pode ser generalizada, pois existem outras formas de educação financeira, não sendo necessariamente adquiridas na graduação.
Diante desse contexto, esta pesquisa busca responder a seguinte questão: Quais são as influências no comportamento financeiro dos alunos de Licenciatura em Letras e Bacharelado em Ciências Contábeis?
Com o propósito de responder à questão de pesquisa de pesquisa, o objetivo desse trabalho é identificar as influências no comportamento financeiro dos alunso de Licenciatura em Letras e Bacharelado em Ciências Contábeis. Para isto, faz-se necessário o alcance dos seguintes objetivos específicos: (i) identificar o perfil dos alunos; (ii) observar como os graduandos relacionam-se com o controle financeiro; (iii) verificar como os graduandos se comportam quando se deparam com situações financeiras; e (iv) analisar e comparar os resultados obtidos nos cursos de Licenciatura em Letras e Bacharelado em Ciências Contábeis.
A presente pesquisa justifica-se por contribuições teóricas e práticas. A primeira é verificada na importância sobre estudos que abordem esse tema, pois as pessoas podem ser beneficiadas sobre informações do mercado financeiro, além de contribuir para melhor entendimento do comportamento de estudantes quando se trata de finanças. Já como contribuição prática, a população pode analisar melhor as situações, tendo assim, chance de aumentar sua renda, e no futuro se tornem independentes financeiramente, contribuindo também para um incentivo à educação financeira em escolas e graduações.
O presente artigo apresenta além da introdução as seguintes sessões: (ii) referencial teórico; (iii) trajetória metodológica; (iv) apresentação e análise dos resultados; e, (v) considerações finais. Ao final, as referências são apresentadas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Pires (2011) diz que apesar de ser uma tarefa que necessite tempo, o gerenciamento financeiro é de essencial importância para ter um controle sobre o dinheiro e sobre o futuro financeiro, pois analisando as planilhas de controle pode-se pré-definir a futura situação financeira e começar a agir para melhorá-la.
O processo de planejamento financeiro pessoal segue etapas semelhantes ao do planejamento financeiro empresarial, porém voltado para pessoas. Ele consiste na formulação de objetivos, determinação e gerenciamento de recursos financeiros, além de muita disciplina para alcançá-los (PIRES, 2008).
Sendo assim, para obtenção de mais recursos financeiros, uma opção são os investimentos do mercado financeiro. Assaf Neto (2011) explica que investimento representa a ampliação de capital em alternativas que promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva de um país, determinando maior capacidade futura de gerar riqueza (rendas).
Os investimentos se dividem em duas principais categorias: renda fixa e renda variável.
Gregório, Lima e Goulart (2007) explicam que, renda fixa é caracterizada por ter previamente definida a forma de remuneração, podendo ser prefixada ou pós- fixada. Sendo que no primeiro caso, os títulos já possuem um valor de resgate previamente definido, enquanto no segundo, o valor do resgate só será conhecido no vencimento, uma vez que estão atrelados a algum indexador, taxa de juros, ou mesmo ao câmbio.
A caderneta de poupança, como afirma Assaf Neto (2011), é a modalidade de investimento mais tradicional no Brasil, classificada como conservadora por oferecer baixo risco, porém menor retorno quando comparado com outros tipos de aplicações financeiras.
Seguindo, têm-se os títulos públicos. Gregório, Lima e Goulart (2007), começam explicando que o setor público (federal, estadual e municipal) tem constante necessidade de buscar financiamento no mercado, utilizando como principal instrumento a emissão de títulos. Os títulos estaduais e municipais possuem pouca liquidez e circulação restrita, possuindo assim maior risco de crédito. Enquanto os títulos federais apresentam ampla circulação e alta liquidez
O CDB/RDB (Certificado de Depósito Bancário/ Recibos de Depósito Bancário) também são exemplos de investimento de renda fixa. Assaf Neto (2011) explica que CDB é uma obrigação de pagamento futura de um capital aplicado em depósito a prazo fixo em instituições financeiras. Sendo que a diferença básica entre o CDB e RDB é que o primeiro pode ser transferido por meio de endosso, sendo negociável no mercado. Enquanto o RDB é, obrigatoriamente, nominativo e intransferível.
Outra modalidade são os fundos de investimentos que segundo Malacrida e Lima (2007) explicam que são aplicações em conjunto de recursos de pessoas físicas e/ou jurídicas, buscando maior rentabilidade, uma vez que a soma de recursos aplicados é grande. Os fundos de renda fixa possuem uma taxa prefixada ou pós-fixada, porém baseada no mercado de juros.
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são explicadas por Assaf Neto (2011) como títulos emitidos por instituições componentes do sistema habitacional, sendo os recursos captados destinados ao financiamento de imóveis para construtores e adquirentes. A única diferença para as
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