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ESPIRITUALIDADE CRISTÃ NA RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS.

Por:   •  2/5/2018  •  5.056 Palavras (21 Páginas)  •  429 Visualizações

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Define “droga” como qualquer "substância que, quando administrada ou consumida por um ser vivo, modifica uma ou mais de suas funções, com exceção daquelas substâncias necessárias para a manutenção da saúde normal" (OMS apud leite, 1999:26). Essa definição, em si, apresenta, numa leitura mais aprofundada, dificuldades para ser precisada, visto que a ideia de “substâncias necessárias para a manutenção da saúde normal” indicaria, a princípio, que se pretende excluir desse conjunto os alimentos.

De acordo com DSM-IV-TR (2003, p. 212), a dependência química constitui-se por:

Um padrão mal adaptativo de uso de substâncias, levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por três (ou mais) dos seguintes critérios em qualquer momento no mesmo período de 12 anos;

(1) Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:

(a) necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância, para obter a intoxicação ou efeito desejado;

(b) acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância;

(2) Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos:

(a) síndrome de abstinência característica da substância;

(b) a mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência;

(3) A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido;

(4) Existe um desejo persistente ou esforço mal-sucedido no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância;

(5) Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância, na utilização da substância ou recuperação de seus efeitos;

(6) Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância;

(7) O uso da substância continua apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância.

Ainda na mesma linha de pensamento e de acordo com Fiore (2004 pág.4):

Pela definição farmacológica clássica, os quatro termos grifados poderiam ser definidos como “drogas”, embora, nesse caso, apenas um termo apareça tipificado como tal. Mas não é para a imprecisão conceitual (ou factual) da revista que se pretende chamar a atenção, e sim para difícil relação entre a conceituação ampliada do termo e o seu sentido restrito do ponto de vista farmacológico e/ou medicinal. Grosso modo, o conjunto de significados cotidianos que podem ser apreendidos no linguajar comum e na mídia tem o seguinte formato: Drogas = cocaína, maconha, crack, etc (substâncias psicoativas ilícitas); Álcool e tabaco = bebidas e cigarro (substâncias psicoativas lícitas); Remédios = medicamentos (substâncias de qualquer tipo receitadas ou não por um médico com algum efeito esperado sobre o corpo).

Por outro lado existe a questão biológica, que para muitos autores contribui de forma significativa para levar o individuo a dependência:

Os fatores de pré-disposição biológica que, de alguma forma, podem influenciar no desenvolvimento dos diferentes padrões individuais de uso de “drogas” ganham novos significados na passagem de um discurso acadêmico – os artigos e livros escritos para serem compartilhados no interior do próprio campo, para um discurso de caráter mais aberto – falas ou artigos para divulgação (o que inclui, de certa forma, as falas coletadas nas entrevistas). No caso do uso de álcool, por exemplo, os médicos costumam apontar uma fração já bem conhecida de usuários problemáticos: 1 em cada 10. Ou seja, 10%, no mínimo, dos indivíduos que bebem álcool com alguma regularidade, terão algum nível de problemas com esse uso, proporção que, aproximadamente, corresponde aos dados levantados nas maiores pesquisas amostrais (CEBRID, 2002). Fiorre pág.19.

A dependência vista do ponto de vista da genética, traz luz pela medicina, como uma doença complexas, associando o problema a um conjunto de fatores que estão conectados de acordo com Fiore (2004, p.19):

Assim como a diabetes e a pressão arterial, nas quais o “efeito genético é proveniente de vários genes atuando em conjunto para a produção de uma situação de vulnerabilidade que, em conjunto com a ação ambiental, produzem o fenótipo final”. Além disso, a dependência pode esta associada a outros transtornos mentais, que poderiam, inclusive, estar relacionados também a vulnerabilidades genéticas. Os receptores dopaminérgicos, aqueles envolvidos no sistema de recompensa cerebral, principalmente o DRD2, têm recebido a maior atenção desses estudos, acarretando “padrões afetivos e neuropsicológicos vulneráveis ao surgimento do transtorno (dependência)”. As conclusões mais gerais dessas pesquisas apontam para a existência de uma maior vulnerabilidade genética para a dependência em determinados indivíduos, mas, no entanto, permanece a dificuldade de dissocia-la de outros fatores ambientais, sociais e culturais.

Entretanto, segundo Carneiro (2002, p.) tornar-se-á consensual após o século XX, quando o modelo orgânico da doença for superado por um modelo psicológico. Isso ocorre com William Collis, a partir de 1919:

Recusou o modelo orgânico e passou a defender a noção de “doença da vontade”. O alcoolismo provoca doenças orgânicas, mas não é uma doença orgânica, portanto Collis propôs “adição” para a doença da vontade. O termo adição (addiction, em inglês) deriva da palavra latina que designava, na Roma antiga, o cidadão livre que fora reduzido à escravidão por dívidas não pagas. Nesse mesmo período, o advento da medicina psicológica ocorria devido ao tratamento da neurose de guerra, durante e depois da Primeira Guerra Mundial. Não apenas a psicanálise como outras correntes, como o comportamentalismo (behaviorismo) ampliava sua influência.

Freud foi pioneiro na associação e identificação das drogas como prazer e anestésico das dores, na busca pela felicidade:

Freud foi um dos primeiros a teorizar sobre

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