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Dependência Química Mães de Dependentes Químicos Residentes no Parque Vila Nova

Por:   •  7/5/2018  •  2.794 Palavras (12 Páginas)  •  457 Visualizações

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A dependência pode ser considerada como atingindo não somente o dependente, mas também a sua família. Os familiares de dependentes, muitas vezes adoecem emocionalmente, sendo essencial que a família se trate, receba orientações a respeito de como lidar com os sentimentos do dependente. (PADILHA, 2012).

Ainda segundo a autora, o dependente por sua vez sofre a dependência física, caracterizada pela presença de sintomas físicos desagradáveis, que surgem quando interrompe o uso, diminui de forma abrupta ou em abstinência. A dependência psicológica tem como características o intenso estado de mal estar psíquico, sintomas de ansiedade, depressão, dificuldades de concentração entre outros, a partir do momento em que o indivíduo para de ingerir a droga na frequência e quantidade habitual. Socialmente sofre pela aceitação da sociedade que o exclui e não vê com bons olhos e também não procura ajudar.

As primeiras experiências com drogas ocorrem, frequentemente, na adolescência. Vários trabalhos, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS) têm evidenciado a precocidade da faixa etária do início do uso de drogas, geralmente dentro da adolescência, entre 10 e 19 anos. São várias as situações que levam jovens e adultos a experimentar drogas, entre elas estão desajustes familiares e dificuldades de adaptação social, perda de um ente querido, timidez, curiosidade, sensação de risco, busca de aventura. (BALLONE, 2010).

As drogas capazes de causar euforia ou aliviar a dor, tem uma característica em comum: atuam de maneira diferenciada no circuito do prazer ou de recompensa, o que resulta na liberação de dopamina. O início da ação tem relação direta com a via pela qual a droga entra no organismo. Embora haja relato de uso de drogas por todas as vias possíveis, algumas formas são mais frequentes: oral, endovenosa, inalação e aspiração. (DIEHL, CORDEIRO, LARANJEIRA, 2011).

Ninguém nasce dependente do álcool e muito menos se torna dependente de uma noite para o dia, embora existam tipos de drogas que causam dependência já nas primeiras vezes de uso. Ressalta-se que o uso de substâncias ocorre após a pessoa haver experimentado, às vezes por simples curiosidade. Para prevenir o uso indevido de drogas, é importante conhecer os efeitos que elas causam, suas diferentes classificações e as consequências de seu uso. (BARROS e MARQUES, 2011).

Gênero

Gênero começou a ser trabalhado por volta da década de 70, por mulheres norte-americanas, que eram um grupo de estudiosas feministas que cursavam na universidade de Sussex, na Inglaterra. Estas feministas criaram um projeto que se chamava: “A continuidade e a subordinação das Mulheres”. O objetivo principal destas feministas, era mostrar a questão social e as diferenças que a sociedade possuía devido ao comportamento diferenciado de ambos os sexos – feminino/masculino (SILVA, 2002).

Na década de 1980, o estudo sobre a mulher amplifica-se ganhando um espaço, mas analisado nas universidades daquele período com o conceito de gênero. As principais características trabalhadas pelas feministas, sobre gênero foram as diferenças dos sexos, que caracterizavam a identidade biológica de cada indivíduo, e suas diferenças como homem e mulher, que se definem a uma construção social no meio (lugar em que se está inserido) e individualmente (SILVA, 2002).

Pelo fato de ter sido discriminada no passado e sofrerem inúmeros preconceitos pela sociedade até os dias atuais, é mais comum ver um homem usuário de drogas do que uma mulher dependente química. (ARAÚJO, 2003).

Por volta da Segunda Guerra Mundial, a mulher começou a ter seu espaço, tendo sua identidade como tal. Houve várias mudanças no papel social da mulher. Podemos então observar que hoje a mulher também encara vários fatores sociais em sua vida, inclusive se dependente química, abordando as diferenças entre os sexos no que se referem a efeitos das drogas, problemas físicos e psiquiátricos associados ao seu uso. E como conceitos dessas diferenças para o tratamento serão usados métodos para o gênero feminino. (ARAÚJO, 2003).

Experiências de atendimento às mulheres dependentes químicas mostram como cada uma chegou a esta fase da vida. Muitas delas foram excluídas de sua própria casa, algumas desde nova, antes mesmo de se tornarem mulher. Muitas mulheres usam drogas para fugirem de sua triste realidade e lembranças de estupros por seus pais, padrastos ou vizinhos. Na realidade, cada uma tem sua real história a ser contada e vivenciada. Não estamos aqui falando de classe social, porque neste mundo de drogadição não há como julgar cada uma destas mulheres. (VENOSA, 2011).

Há uma percepção que a família se esconde desta realidade, na maioria das vezes, por acharem que deram toda a educação que deviam. Porém, isso vai além do que imaginamos, na maioria das vezes estas mulheres fogem de si mesmas. Muitas mulheres são bem sucedidas, porém não conseguem se realizar em algumas áreas de sua vida e seus relacionamentos. Então, se abrem em um mundo que é só delas, no qual ninguém irá comparar nada em sua vida, nem dizer “você deveria ser assim”, ou dizer o que você é ou, seu trabalho poderia ser melhor, você escolheu a profissão errada, e outras cobranças que foram e ainda estão sendo ditas a estas mulheres, cidadãs, como qualquer outra. A mulher foge porque não aguenta mais tantas coisas em tão pouco tempo. Para essa mulher, seria necessário mais 24 horas, porém não é possível, pois o relógio já tem marcado. (VENOSA, 2011).

Este estigma faz com que muitas tenham vergonha de admitir o problema e procurar o tratamento correto. Por ser mulher, ainda enfrentam outras barreiras na busca por tratamento, tais como: não ter alguém para deixar os filhos, medo de perder a guarda dos mesmos se admitirem que tenham um problema de dependência química, ou serem consideradas péssimas mães perante a sociedade. Mulheres dependentes químicas relatam com maior frequência comportamentos sexuais de risco e descuido no manuseio com sua droga quando injetável. O uso de álcool/drogas entre mulheres, na maioria das vezes, é por influência dos companheiros e da família. (VENOSA, 2011).

Maternidade

A maternidade, tão somente uma função biológica, é mitificada, sendo atravessada por aspectos sociais, cultural, políticos, ideológicos, econômicos, que servem à manutenção do Sistema de Dominação-Exploração das Mulheres (SAFFIOTI, 1987 e 2004), apresentando-se a partir de um cenário que envolve a representação da mulher-mãe sob as formas de perfeição

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