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IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS ESPORTIVAS EM DEPENDENTES QUÍMICOS COM ÊNFASE EM LUTAS

Por:   •  6/4/2018  •  2.220 Palavras (9 Páginas)  •  363 Visualizações

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Com base nesse quadro, estabeleceu-se o foco de atrair os pacientes para prática convidando-os, pois a reinserção é um passo importante neste processo de reabilitação através de atividades, onde com o ganho de confiança pode-se estabelecer meios de estimulação e assim por consequência o desenvolvimento de atividades.

Pelo fato da instituição ter um quadro não tão efetivo no acompanhamento multidisciplinar no que se refere à educadores físicos, isso se reflete também nos recursos esportivos disponíveis cabendo a nós intercedermos na maneira do bom e velho improviso.

6. REVISÃO DA LITERATURA

De acordo com Sharkey apud Roeder (2003), a atividade física ocupa a mente permitindo a passagem do tempo durante períodos difíceis; permite a substituição de maus por bons hábitos e de fixações negativas por positivas; é uma forma de meditação; promove uma sensação de controle sobre a própria vida e o meio ambiente. O controle sobre a vida possibilitado pelo exercício físico é influenciado pela percepção de aquisição de um domínio sobre determinada área, habilidade ou esporte. A percepção deste domínio influencia o desempenho e altera a percepção. Uma experiência bem sucedida nesta área pode, portanto, reforçar um comportamento de convivência, garantindo então a sua continuidade.

Como foi observado a partir da primeira visita a clínica, os pacientes internados foram num primeiro instante, reclusos quanto à nossa presença devido ao fato da constância irregular de profissionais ou graduandos de Educação Física salvo o trabalho da Profª Leticia Marlo que mantém esse lado tanto psicossocial quanto o físico ainda presente na rotina semanal destes internos.

Ferreira et al. apud Roeder (2003) dividem o tratamento das dependências em três fases: promoção da abstinência, tratamento das complicações e prevenção das recaídas. Por ser o tratamento um processo dinâmico, complexo e de longa duração, requer uma abordagem múltipla entre os profissionais de saúde: psiquiatra, psicólogo, assistente social, profissional de educação física, terapeuta ocupacional, enfermeiro entre outros desta e de outras áreas.

Uma importante observação foi feita na clínica, que em sua maioria há o incentivo para a prática da atividade física; porém na maioria dos casos as atividades físicas não são personalizadas onde os internos beneficiam-se principalmente da capacidade de descontração e socialização que a atividade proporciona dentre seus benefícios.

Em revisões na literatura sobre a relação entre atividade física e saúde mental encontra-se uma vasta concordância de que essas duas variáveis estão positivamente associadas. As relações entre exercício físico e depressão, ansiedade, responsividade ao estresse, estados de humor, auto-estima, síndrome pré-menstrual e imagem corporal, vêm sendo demonstradas em diversos estudos (SCULLY, KREMER, MEADE, GRAHAM & DUDGEON,1998).

Em soma, Osei-Tutu & Campagna (2005), relatam as crescentes e convincentes evidências de que exercícios contínuos de moderada intensidade trazem benefícios físicos e mentais. Entre os principais benefícios de um estilo de vida ativo na saúde mental, está a redução de sintomas como estresse, depressão, ansiedade e afetos negativos.

Tendo em vista o que foi encontrado na literatura, foi possível observar que o uso abusivo de substâncias psicotrópicas pode gerar sérios danos na saúde do indivíduo e, que o tratamento da dependência química deve abranger vários fatores da vida do dependente. Ainda, foi possível verificar que existem na literatura diversas evidências de que a atividade física regular, principalmente na forma de exercícios físicos, tem associações positivas com diferentes variáveis da saúde física e mental como no humor, ansiedade, depressão e bem-estar geral.

7. DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA

O cenário proposto é de difícil assimilação por parte dos internos por diversos fatores como alguns já citados como: estrutura física irregular para práticas diversificadas, material disponível em má estado de conservação, o estado físico e psicológico que alguns internos se encontram o que dificulta uma socialização com os demais e colaboradores, o período a qual se encontram ser indeterminado, ou seja um trabalho com resultados satisfatórios exigem um determinado tempo hábil, portanto o modo a ser trabalhado na instituição é de certa dificuldade.

No primeiro dia, ao conhecer inicialmente as instalações se via dezenas de pacientes “desconfiados” com tal presença de alunos oriundos de um curso de Educação Física com a intenção imaginada de apenas passar horas no ambiente para cumprir tabela. Mas após conhecer o local e sermos repassados de algumas instruções de convívio, horários, e normas da clínica sugerimos como forma de aproximar e conhecê-los a brincadeira conhecida por “Caçador”.

Houve certa resistência inicial, até alguns pacientes mais desinibidos se prontificarem a participar de uma atividade em conjunto conosco.

Esta foi a forma escolhida a fim de conseguir a confiança dos internos, a fim de tentar transmitir um pouco de conhecimento e troca de experiências a qual se tornaram validas e importantes nesse processo de assimilação para conosco e por sequencia das atividades por nós propostas.

Como atividade o “Caçador” se mostrou como ótimo instrumento de inserção nossa para com eles, além de estarem revivendo experiências motrizes com a brincadeira que apesar de ser lúdica serviu de ótimo aquecimento para a atividade seguinte.

Notou-se também a fadiga rápida em alguns participantes devido a ausência da pratica de exercícios físicos depois constatada por alguns relatos dos próprios internos.

Como já comentado anteriormente, o tratamento da dependência química é um processo longo e complexo que exige atuação em diferentes aspectos sociais e da saúde do indivíduo. Uma das formas de contribuir no processo de recuperação é a prática de atividades físicas regulares e orientadas, que favorecem mudanças biológicas, afetivas/psicológicas, cognitivas e comportamentais no indivíduo. (ROEDER, 2003).

A prática do velho e famoso Futebol se tornou imprescindível de certa forma por ser o esporte do gosto da maioria da população, e tornando-se um instrumento de socialização , como se recomenda a prática de esportes coletivos como vôlei, basquete, pólo-aquático e outras individuais como atletismo, hidroginástica, tênis, ginástica

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