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O Dinheiro e Espiritualidade

Por:   •  18/1/2018  •  14.762 Palavras (60 Páginas)  •  358 Visualizações

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As pessoas sofrem por causa do dinheiro, porque não foram educadas a controlar o dinheiro; mesmo os que parecem espertalhões são inocentes, não sabem o mal que fazem para si mesmo e para a sociedade. Fora aqueles que optaram em serem ladrões e assassinos, a maioria das pessoas são inocentes e precisam ser educadas no campo financeiro.

Falo isso porque tive a chance de ser educado financeiramente, porém só comecei a ter controle sobre meus gastos com 30 anos de idade; até então levei uma vida totalmente desregrada, cheguei nesta idade sem ter adquirido bem algum, só dívidas, com histórias de descontroles que precisariam de outro livro para narrar.

Com 31 anos, e o casamento marcado comecei a por em prática o conhecimento financeiro que já tinha, mas não usava, pois havia trabalhado por 15 anos, acreditem, em agência bancária, e alguma coisa tinha que aprender, isto é, a mais simples contabilidade.

Agora junto com minha esposa, começamos a por em prática aquela velha frase ¨não se deve gastar mais do que se ganha¨. Parece simples esta idéia, mas como é difícil colocar em prática isto no começo. Na filosofia tudo é lindo, mas no dia a dia é complicado. Começamos a controlar até o pãozinho da padaria, com um caderno fizemos um livro caixa, ou se preferir um balancete, tudo que era gasto e as previsões de gastos eram ali anotados.

Com o valor do meu salário em mãos, fazíamos uma previsão de gastos no mês e víamos quanto iria sobrar.

Nos primeiros meses com um controle rígido, vimos que o dinheiro dava para passar o mês e ainda sobrava um pouco. Foi então que decidimos tentar fazer um fundo de reserva prudente com a sobra.

Naquela época tomamos uma decisão drástica, nos aventuramos a tentar passar o mês com a metade do pagamento, a outra parte iria para o fundo de reserva, para realizar nossos sonhos, tipo casa, carro, etc. Para conseguir isto começamos a cortar gastos, no começo ao extremo.

Ressalto aqui a importância da compreensão, apoio e participação da minha esposa, sem a qual não seria possível nada disto. Diz um ditado popular ¨ que quando o marido coloca com a pá e a mulher tira com a colher o marido não vence. ¨ Quando casados a aceitação dos dois da idéia de economia tem de ser completa, não pode ter dúvidas, se um cônjuge não concordar, esse já é um projeto falido. É melhor trabalhar então, primeiro no campo da educação financeira com o diálogo, para depois se aventurar a colocar em prática a economia do lar. Aventuro-me a dizer que, se o casal não tiver uma parceria verdadeira neste campo da vida, dificilmente este casamento terá um futuro. Quando um casal fala coisas do tipo meu dinheiro, seu dinheiro, minha conta, sua conta, é uma separação muito forte. Casal onde um não sabe quanto o outro ganha não pode existir, isto é falta de respeito, e a idéia de separação de corpos está sendo implantada a passos largos. Por isso a importância do entendimento do casal, pois se assim não for será impossível ter um controle financeiro.

Mas continuando, cortar gastos significa abrir mão de certas regalias momentâneas, planejando o futuro, e acreditando que existe um futuro, pois ele vem independente de nossa vontade. Muitos dizem: Pra quê me preocupar com o futuro, e se eu morrer antes? Eu sempre respondo, e se você não morrer como vai viver?

Respondo uma pergunta com outra pergunta por que, cortar gastos para muitos é a coisa mais difícil de fazer. As pessoas são condicionadas por uma sociedade consumista a pensarem que, porque trabalham e são honestas têm direitos a ter tudo que a sociedade oferece. Pensam assim ¨afinal eu mereço¨. E com esse pensamento não conseguem abrir mão de algo supérfluo, com medo de estarem sendo injustas consigo mesmo. Esse entendimento de ter direito é muito amplo, quem conseguir ser honesto verá que para ter direito antes tem os deveres, e aí a coisa pega, pois requerer direitos sem planejamento e conhecimento é irresponsabilidade. Vamos a um exemplo muito comum na nossa cultura.

Em um churrasco de final de semana em família, os cunhados estão combinando de passarem o próximo final de semana na praia. Você é especialmente convidado, você sabe que sua situação econômica atual não esta boa, está com orçamento totalmente comprometido. E agora o que fazer? É honesto, e fala para os familiares que você não pode ir, devido a sua situação financeira, mesmo sabendo que isso traria certa vergonha e constrangimento para você e sua esposa, pois vocês falsamente criaram um Status e tem de mante-lo? Ou mete a cara e vai, pois é mais fácil fazer um empréstimo sem ninguém saber, do que encarar a realidade, pois afinal de contas você trabalha e tem direito a um final de semana na praia com a família? Normalmente a segunda opção é a escolhida. E vai se afundando mais, a situação que já era ruim, quando voltar da praia estará pior. Por isso a pergunta, será que se tem realmente direito?

Cortar gastos requer consciência, não é cortar o necessário, é cortar o supérfluo. Um ditado diz: ¨Economia na mesa, gasto na farmácia.¨ Ou seja, não pode privar-se de coisas essenciais como uma boa alimentação, isto é prioridade, mas ir à praia dá para passar sem no momento. Com planejamento todos têm direitos realmente, mas falarei disto mais a frente.

Eu disse cortar gastos no começo ao extremo, que era justamente para adquirir a consciência e o costume de fazer economia, e também poder falar com certeza do que é possível ser feito. Existem uns exemplos de economia que são radicais, mas funcionam como educadores. Vou citar alguns, por exemplo: o sabonete, sabonete você tira o papel coloca no banheiro e ele logo gasta, pois fica molhado, cai no chão etc. Na economia quando você abre o sabonete corta-o no meio e usa uma parte de cada vez, com isso ele dura quase o dobro, isto também com a esponja de aço, com a bucha da pia; detergentes já fazem muita espuma são fortes, pegue um frasco vazio divida o liquido ao meio e complete com água, terá dois frascos cheios; carnes de segunda são menos caro e têm sabor até melhor, café compre o mais barato com selo da ABIC, se o selo é bom para um é bom para todos, todo mercado de hortifruti tem uma feirinha da economia visite-a, etc. A lista é infinita, pesquise, use a criatividade, converse com outros sobre isto e ficará impressionado com a criatividade do povo.

Pode ser radical no começo, com o tempo pode-se ir aliviando algumas coisas, outras permanecem como um hábito, mas o importante é a educação financeira que fica.

A nossa idéia no começo dessa

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